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Ucrânia: EUA anunciam mais assistência militar a Kiev

Lusa | EFE | AFP | tms
25 de abril de 2022

EUA garantem um novo pacote de ajuda militar à Ucrânia e o regresso de diplomatas, após visita do secretário de Estado e do secretário da Defesa a Kiev. Guerra completa dois meses sem sinais de cessar-fogo.

Ukraine-Krieg - Kiew
Foto: Rodrigo Abd/AP/picture alliance

O secretário de Estado, Antony Blinken, e o secretário da Defesa dos EUA, Lloyd Austin, disseram na noite deste domingo (24.04), numa reunião com o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, que os Estados Unidos aprovaram um total de 713 milhões de dólares (661 milhões de euros) em financiamento militar estrangeiro para a Ucrânia e 15 países aliados e parceiros.

Desse valor, a Ucrânia irá receber 322 milhões de dólares (299 milhões de euros) em financiamento militar estrangeiro e 165 milhões de dólares (153 milhões de euros) em munições.

O restante será distribuído pelos países membros da NATO e outras nações que forneceram a Kiev apoio militar desde o início da guerra.

Regresso de diplomatas 

Durante o encontro, Blinken e Austin revelaram ainda que o Presidente dos EUA, Joe Biden, irá nomear Bridget Brink, atual embaixadora na Eslováquia, como nova embaixadora na Ucrânia.

Secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, embarcou na Polónia em direção a KievFoto: Alex Brandon/AP/picture alliance

Os diplomatas que partiram antes da invasão da Rússia irão começar a retornar ao país na próxima semana, mas a embaixada norte-americana em Kiev continuará de portas fechadas, por enquanto.

Esta foi a visita norte-americana de mais alto nível à capital da Ucrânia desde o início da invasão, tendo apenas sido confirmada pela Casa Branca após o regresso de Blinken e Austin à Polónia.

Zelensky tinha avisado os dois secretários norte-americanos que não podiam vir "de mãos vazias". "Estamos à espera de coisas específicas e de armas específicas", disse o Presidente ucraniano, no domingo.

Dois meses de guerra

A ofensiva russa na Ucrânia, que deixou milhares de civis e soldados mortos, completou dois meses neste domingo, sem que as partes tenham conseguido avançar nas negociações para estabelecer um cessar-fogo.

Segundo a ONU, pelo menos 2.200 civis morreram desde o início da campanha militar russa na Ucrânia a 24 de fevereiro, que também causou várias baixas nas fileiras de ambos os Exércitos. Até agora, a Rússia reconheceu 1.351 mortos, enquanto a contagem da Ucrânia está entre 2.500 e 3.000 fatalidades.

As Nações Unidas alertaram que o número real de civis mortos pode ser muito maior do que os dados atualmente disponíveis devido à falta de acesso às áreas onde os combates ainda estão acontecendo.

Enquanto isso, as partes em conflito estimaram o número de mortos no lado inimigo em mais de 20.000.

As hostilidades e a incerteza também fizeram com que mais de cinco milhões de pessoas fugissem da Ucrânia nas últimas oito semanas, segundo a ONU, enquanto centenas de milhares chegaram à Rússia vindos dos territórios das autoproclamadas repúblicas de Donetsk e Luhansk, bem como de outras partes da Ucrânia, de acordo com fontes oficiais russas.

Regiões invadidas

Os dois meses de conflito acontecem no contexto da ofensiva russa pelo controle total da região do Donbas, no leste da Ucrânia.

"O inimigo continua realizando operações ofensivas (...) para estabelecer controle total sobre as regiões de Donetsk e Lugansk", afirmou o último relatório do Estado-Maior do Exército ucraniano.

Mariupol, cidade portuária junto ao Mar de Azov, é o último reduto da resistência ucraniana e tem sido um dos principais objetivos russos desde o início da campanha militar para tentar alcançar o controle total da região do Donbass e formar um corredor terrestre no leste do país para a península anexada da Crimeia.

Poucos dias antes do aniversário de dois meses do início da ofensiva na Ucrânia, Moscovo garantiu que tem a cidade estratégica sob seu controlo, exceto o complexo siderúrgico de Azovstal, onde se refugiam os últimos defensores da cidade.

Kiev, no entanto, assegura que a luta pela cidade continua e que suas forças se entrincheiraram não apenas em Azovstal, mas também em outras partes da cidade, onde agora estão cerca de 100.000 pessoas, segundo a Ucrânia, e 250.000, segundo milícias pró-Rússia.

Crimes de guerra

O segundo mês da ofensiva russa também foi marcado por crimes de guerra atribuídos a tropas russas na cidade ucraniana de Busha, perto de Kiev, e em outras cidades da região.

Moscovo negou repetidamente que seus soldados tenham cometido as atrocidades mostradas pela imprensa ucraniana e de outros países e pediu uma investigação sobre a "montagem monstruosa", pela qual culpou as autoridades de Kiev.

As negociações entre as partes pararam cerca de um mês atrás, depois que os combates em Mariupol se intensificaram e as imagens de Bucha vieram à tona.

A última rodada de conversas presenciais entre delegados de ambos os países ocorreu em Istambul a 29 de março.

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