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Mais de cem angolanos procuram refúgio na Polónia

Lusa
27 de fevereiro de 2022

Um grupo de 168 angolanos residentes na Ucrânia deverá chegar hoje à Polónia, tendo sido acolhidos pela Embaixada de Angola naquele país, noticia o Jornal de Angola.

Ukrainische Kriegsfluechtlinge auf dem Bahnhof von Przemysl in Polen
Refugiados a chegar na Polónia. Foto: Frank Hofmann/DW

Segundo o Jornal de Angola, que cita o responsável pela comunidade angolana na Ucrânia, Manuel de Assunção, os 168 angolanos vão chegar em grupos separados a uma zona da fronteira com a Polónia, entrando depois de uma só vez.

A Embaixada de Angola na Polónia está a proceder desde sábado, por um período de sete dias, ao acolhimento e retirada dos estudantes angolanos "que o desejarem" no posto fronteiriço de Korczowa-Krokowets, aconselhando-os a fazerem-se acompanhar dos respetivos documentos de viagem, segundo um comunicado do consulado de Angola no Reino Unido.

Manuel de Assunção, o líder da comunidade angolana na Ucrânia, chegou na manhã de sábado à fronteira com a Polónia, com mais de 30 angolanos, depois de 18 horas de viagem de comboio, num percurso de mais de 800 quilómetros desde Dnipro, cidade que está perto de Donetsk e de Lugansk, ocupadas pelos separatistas ucranianos desde 2014, relata o Jornal de Angola.

Manuel de Assuncão, líder estudantil angolano em Dnipro, sudeste da Ucrânia.Foto: Privat

O jovem de 29 anos e estudante de arquitetura na Ucrânia, onde reside há sete anos, comprou o bilhete de 100 euros, notando a especulação dos preços, que oscilavam antes entre os 25 e os 50 euros, numa altura em que "muita gente quer sair da Ucrânia", procurando segurança na Polónia.

Milhões de refugiados

Segundo estimativas, a Polónia deverá receber cinco milhões de refugiados, entre ucranianos e estrangeiros de várias nacionalidades. 

A Rússia lançou na quinta-feira de madrugada uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já provocaram cerca de 200 mortos, incluindo civis, e mais de 1.100 feridos, em território ucraniano, segundo Kiev. A ONU deu conta de perto de 370 mil deslocados para a Polónia, Hungria, Moldávia e Roménia.

O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que a "operação militar especial" na Ucrânia visa desmilitarizar o país vizinho e que era a única maneira de a Rússia se defender, precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário.

O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional e motivou reuniões de emergência de vários governos, incluindo o português, e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), UE e Conselho de Segurança da ONU, tendo sido aprovadas sanções em massa contra a Rússia.

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