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Kiev insiste que Rússia é responsável por míssil na Polónia

Lusa
17 de novembro de 2022

Ao telefone com o homólogo dos EUA, o chefe da diplomacia ucraniana frisou que a Rússia é "inteiramente responsável" pelo míssil que atingiu a Polónia e matou duas pessoas. Kiev denuncia novos ataques russos na Ucrânia.

Foto: UGC via REUTERS

O chefe da diplomacia ucraniana apontou esta quinta-feira (17.11) a Rússia como "inteiramente responsável" pelo míssil que atingiu território polaco e matou duas pessoas, falando após um contacto telefónico com o homólogo norte-americano, Antony Blinken.

"Partilhamos do mesmo ponto de vista, segundo o qual a Rússia é inteiramente responsável pelo terror provocado pelos mísseis, e as consequências [dos ataques] sobre a Ucrânia, Polónia ou a Moldávia", disse o ministro dos Negócios Estrangeiros, Dmytro Kuleba.

As declarações de Kuleba foram difundidas pela rede social Twitter: "Falei ao telefone com Antony Blinken durante outro ataque massivo de mísseis contra a Ucrânia esta manhã", lê-se ainda na publicação.

Na quarta-feira à noite, o chefe de Estado ucraniano, Volodymyr Zelensky, exigiu acesso a "todos os dados" dos parceiros de Kiev sobre as circunstâncias da explosão na Polónia, depois de ter reafirmado que o míssil que matou duas pessoas era russo.

O contacto telefónico entre Kuleba e secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, decorreu hoje de manhã, na mesma altura em que as forças da Rússia voltaram a disparar mísseis contra o território da Ucrânia.

Por outro lado, o ministro ucraniano elogiou a "ajuda crucial em matéria de defesa" mas pediu celeridade nas "entregas de sistemas de defesa antiaéreos à Ucrânia" para que Kiev possa fazer face ao aumento dos ataques de mísseis russos.

Sobre esta questão, Kouleba apelou a Washington no sentido do fornecimento de mísseis "Patriot", um sistema terra-ar que utilizam um sistema de radar considerado muito eficaz, do ponto de vista militar. 

Antony Blinken e Dmytro Kuleba encontraram-se recentemente na cimeira da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN). no CambodjaFoto: Cindy Liu/AP/picture alliance

Quatro mortos em ataques russos, diz Ucrânia

Pelo menos quatro pessoas morreram esta quinta-feira em ataques das forças russas a várias regiões da Ucrânia, disseram as autoridades locais, acrescentando que foram atingidas infraestruturas de energia, prédios residenciais e uma área industrial. Cerca de uma dezena de pessoas ficaram feridas nos ataques, acrescentaram.

As sirenes de ataque aéreo soaram em toda a Ucrânia ao início do dia. Em Kiev, a administração militar da cidade referiu que as defesas aéreas abateram pelo menos dois mísseis de cruzeiro e cinco drones de fabricação iraniana. Com as forças do Kremlin no terreno a serem repelidas, a Rússia tem recorrido cada vez mais nas últimas semanas a ataques aéreos direcionados à infraestrutura de energia e outros alvos civis em várias partes da Ucrânia.

Os ataques mais recentes ocorrem após dias de euforia na Ucrânia provocada por um dos seus maiores sucessos militares -- a retoma na semana passada da cidade de Kherson, no sul do país. O chefe do gabinete presidencial da Ucrânia, Andriy Yermak, chamou os ataques a alvos de energia de "táticas ingénuas de perdedores covardes", numa publicação feita hoje na rede social Telegram.

Míssil atingiu a aldeia de Solonka, em Lviv, esta quarta-feiraFoto: Pavlo Palamarchuk/AA/picture alliance

"A Ucrânia já resistiu a ataques extremamente difíceis do inimigo, que não levaram aos resultados que os covardes russos esperavam", escreveu Yermak, pedindo aos ucranianos que não ignorem as sirenes de ataque aéreo.

Extensão do acordo de cereais

Por outro lado, o secretário-geral da ONU, António Guterres, anunciou uma extensão do acordo dos cereais por quatro meses para garantir a entrega segura de exportação de cereais, alimentos e fertilizantes da Ucrânia através do Mar Negro poucos dias antes deste pacto expirar.

Guterres disse em comunicado que as Nações Unidas também estão "totalmente comprometidas" em remover os obstáculos que impedem a exportação de alimentos e fertilizantes da Rússia, que é um dos dois acordos firmados entre os dois países e a Turquia em julho. Os acordos assinados em Istambul visam ajudar a reduzir os preços dos alimentos e fertilizantes e evitar uma crise global de alimentos.

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, chamou a extensão do acordo de grãos de "uma decisão fundamental na luta global contra a crise alimentar". Não houve confirmação imediata do acordo pela Rússia.

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