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Kremlin diz que novas sanções da UE são "faca de dois gumes"

ic | tm | com agências
4 de maio de 2022

Comissão Europeia propõe a proibição do petróleo russo na Europa até o fim de 2022. Kremlin diz que sanções são "faca de dois gumes".

Deutschland | Greenpeace Ukraine Protest auf der Ostsee
Ativistas do Greenpeace na Alemanha protestam contra a guerra na Ucrânia e escrevem, neste navio, "o petróleo alimenta a guerra"Foto: Frank Molter/dpa/picture alliance

Analistas previam o fim da guerra na Ucrânia para a próxima segunda-feira, dia 9 de maio. Seria uma data duplamente simbólica para a Rússia, pois o dia marca a capitulação da Alemanha Nazista para a União Soviética, no fim da Segunda Guerra Mundial.

Mas o ministro dos negócios estrangeiros russo, Serguei Lavrov, já descartou, entretanto, que a Rússia pretenda pôr fim à guerra neste dia.

Por outro lado, nesta quarta-feira (04.05), a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, propôs a proibição das importações europeias de petróleo russo.

Segundo a proposta, os países da União Europeia devem reduzir gradualmente a dependência da fonte de energia russa, até ao final do ano.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der LeyenFoto: Olivier Hoslet/dpa/Pool EPA/AP/picture alliance

"Resolver a nossa dependência"

"Hoje pretendemos resolver a nossa dependência do petróleo que vem da Rússia. Sejamos claros, não vai ser fácil, porque alguns dos estados membros dependem muito do petróleo russo, mas temos mesmo que o fazer", disse.

"Por isso, propomos a sua proibição na Europa. Isto significa, uma proibição total de importação de todo o petróleo russo, petróleo bruto e refinado do mar e dos oleodutos", acrescentou von der Leyen.

A proposta foi apresentada depois de semanas de negociações entre os países-membros da UE, que devem enfrentar as consequências económicas, caso o petróleo russo seja banido da Europa. A medida ganhou força no início desta semana, depois da Alemanha, um dos grandes importadores de petróleo russo, decidir apoiar a ideia.

A Comissão Europeia prevê exceções à Hungria e Eslováquia, que são altamente dependentes da fonte de energia russa e que não têm acesso ao mar. Para estes dois países, o período de transição deverá ser estendido até o fim de 2023.

Também hoje, a Hungria rejeitou a proposta de um embargo progressivo da União Europeia (UE) ao petróleo russo nos termos propostos pela Comissão Europeia, alegando que põe em causa a segurança energética do país. 

Já o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, alerta que, caso esta medida vá para a frente, os cidadãos europeus vão ser os mais prejudicados. "Os planos da UE para banir o petróleo russo são apenas isso, planos", disse Peskov.

Dmitry Peskov, porta-voz do KremlinFoto: Sergey Gunee/Sputnik/REUTERS

"Faca de dois gumes"

"No geral, se falarmos no campo das sanções - das aspirações de sanções - de americanos, europeus e outros países, esta é uma faca de dois gumes", frisou, "ao tentarem prejudicar-nos, também eles têm de pagar um preço elevado", acrescentou.

"Eles já o estão a fazer, e o custo destas sanções para os cidadãos europeus vai aumentar todos os dias", afirmou.

O embargo do petróleo russo é uma da medidas do sexto pacote de sanções contra Moscovo devido à invasão da Ucrânia. No anterior conjunto de restrições, a Comissão Europeia propôs a proibição da importação de carvão.

A guerra na Ucrânia expôs a excessiva dependência energética da UE em relação à Rússia, que é responsável por cerca de 45% das importações de gás europeias.

A Rússia também fornece 25% do petróleo e 45% do carvão importados pelos países do bloco.

Ucrânia: Armas e sanções, até quando?

04:34

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