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Kremlin recusa proposta de Zelensky para acordo de paz

Lusa
13 de dezembro de 2022

Kremlin afirma que a proposta do Presidente da Ucrânia para um acordo de paz constitui "um passo para continuar com as hostilidades", rejeitando a possibilidade de uma retirada das tropas russas antes do fim do ano.

Foto: AFP/Getty Images

"Estes são três passos para a continuação das hostilidades", disse esta terça-feira (13.12) o porta-voz da Presidência russa (Kremlin), Dimitri Peskov, referindo-se ao chamado plano de "Três Passos" para a paz e citado pela agência noticiosa russa Interfax.

Peskov sublinhou que uma retirada militar da Ucrânia "é inviável" e argumentou que a Ucrânia "tem de aceitar a realidade que surgiu" nos últimos anos.

"Existem realidades que ocorreram devido à política seguida pela liderança ucraniana e pelo atual regime ucraniano nos últimos 15 a 20 anos", referiu o porta-voz.

"Essas realidades indicam que a Rússia tem novos integrantes que surgiram como resultado de referendos nesses territórios. Sem levar em conta essas realidades é impossível fazer progressos", argumentou, referindo-se à decisão de Moscovo de anexar em setembro as regiões ucranianas de Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporijia, parcialmente ocupadas como parte da invasão russa da Ucrânia, iniciada a 24 de fevereiro.

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Proposta de Zelensky

Na segunda-feira (12.12), o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou que a proposta prevê a entrega de mais armamento pelos parceiros de Kiev para "encurtar a agressão russa", para poder também alcançar estabilidade financeira e social em 2023 e uma "nova diplomacia" que levará a um processo de negociações para "travar a agressão russa".

"A Ucrânia liderou sempre o processo de negociação e fez todo o possível para impedir a agressão russa. Agora sentimos que está mais próxima a oportunidade de usar a diplomacia para conseguir a libertação de todos os nossos povos e de todos os nossos territórios", afirmou Zelensky num comunicado da Presidência ucraniana.

Nesse sentido, propôs a realização de uma "cimeira especial" do G7 (o grupo dos sete países mais ricos) para "determinar como e quando os pontos da Fórmula da Paz Ucraniana podem ser aplicados".

Zelensky também pediu aos líderes do G7 que "demonstrem liderança na aplicação da fórmula da paz na totalidade ou em alguns pontos específicos em particular".

Guerra na Ucrânia completa 10 meses este mêsFoto: Chris McGrath/Getty Images

A guerra continua

Entretanto, hoje, a administração regional de Zaporijia imposta pela Rússia confirmou um ataque ucraniano a uma ponte nos arredores de Melitopol, considerada por Kiev como uma das infraestruturas estratégicas importantes porque o exército russo utiliza-a para transportar equipamento militar.

Em Donetsk, o líder regional pró-russo, Denis Pushilin, indicou que as forças locais apoiadas pela Rússia estão prestes a conquistar a localidade de Mariinka. "A situação em Mariinka é difícil. Mas tudo está a ir no bom caminho, já que esta cidade está prestes a ficar sob o nosso controlo", disse Pushilin, em declarações à televisão russa.

Por sua vez, o vice-líder interino da região de Lugansk, Vitali Kiseliov, assumiu na rede social Telegram que os combates em Mariinka "ainda continuam" e que as tropas russas controlam cerca de 70% da cidade. "O inimigo oferece resistência. A cidade está completamente cercada e a luta está no centro" da localidade, acrescentou.

Segundo Kiseliov, os militares russos controlam a rodovia para Krasnohirivka, que anteriormente permitia o abastecimento do exército ucraniano nesta cidade.

Para os pró-russos, a tomada de Mariinka é de grande importância, pois poria fim aos bombardeamentos ucranianos contra vários bairros da cidade de Donestsk.

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