Um bombardeamento em Donbass, no último sábado (22.07), voltou a causar baixas humanas. Um soldado ucraniano foi morto e vários outros ficaram feridos num ataque militar russo que também deixou um operador de câmara da DW ferido.

O ataque com bombas de fragmentação teve como alvo o campo de treino do exército ucraniano em Donbass, a cerca de 23 quilómetros da linha da frente, de acordo com o comunicado oficial da Deutsche Welle.

Ievgen Shylko, da DW, fazia parte de uma equipa enviada para fazer uma reportagem a partir do campo de treinos perto da cidade de Druzhkivka, quando foi atingido por artilharia russa.

"Estávamos a filmar o exército ucraniano durante o treino de tiro ao alvo quando, de repente, ouvimos várias explosões", disse o correspondente da DW, Mathias Bölinger.

"Deitámo-nos, seguiram-se mais explosões e vimos que havia pessoas feridas", acrescentou.

Shylko ficou ferido quando um estilhaço de granada o atingiu. Está a ser tratado num hospital ucraniano e encontra-se em estado estável.

"Mais tarde, o exército ucraniano confirmou que tínhamos sido atingidos por disparos de munições de fragmentação", disse Bölinger.

"Jornalistas arriscam a vida em reportagens na Ucrânia"

O correspondente da DW e um conselheiro de segurança sairam ilesos do ataque, notícia que alenta o Diretor-geral da Deutsche Welle, Peter Limbourg.

"Estou muito aliviado pelo fato de a vida de Ievgen Shylko não estar em perigo e desejo-lhe uma rápida recuperação", disse.

De acordo com os números do Comité para a Proteção dos Jornalistas, pelo menos 15 jornalistas e trabalhadores dos meios de comunicação socialforam mortos na Ucrânia desde que a Rússia iníciou a invasão a 24 de fevereiro de 2022.

"Os jornalistas arriscam as suas vidas todos os dias para informar sobre a guerra de agressão russa - merecem o meu maior respeito e agradecimento. Apesar de todas as precauções de segurança tomadas e da distância da frente russa, o trabalho dos nossos colegas na zona de guerra continua a ser perigoso", afirmou Limbourg

O que são munições de fragmentação?

As munições de fragmentação podem ser lançadas de aviões ou disparadas de obuses, armas de artilharia e lançadores de foguetes.

Contêm centenas de submunições mais pequenas, conhecidas como "bomblets", que caem indiscriminadamente em vastas áreas, desde alguns campos de futebol a vários hectares de terreno.

São proibidas por mais de 100 países devido à ameaça que representam para os civis, mas são utilizadas por ambas as partes na guerra entre a Rússia e a Ucrânia.