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Plano da China pode servir de base para resolver conflito

Lusa
21 de março de 2023

O Presidente russo, Vladimir Putin, admitiu que o plano de paz para a Ucrânia apresentado pela China pode servir de base para uma resolução do conflito quando o Ocidente estiver preparado para isso.

Russland Präsident Xi und Putin
Foto: Sergei Karpukhin/Sputnik/REUTERS

"Muitas das disposições do plano de paz apresentado pela China são consonantes com as abordagens russas", disse Putin, citado pela agência russa TASS.

Putin disse que tais disposições "podem ser tomadas como base para um acordo pacífico quando estiverem prontas para ele no Ocidente e em Kiev".

Mas, "por enquanto, não vemos tal disposição" do outro lado, disse Putin ao lado do líder chinês, Xi Jinping, após assinar vários acordos no Kremlin, em Moscovo.

"A Rússia e a China podem encontrar uma solução até para os problemas mais complicados”, acrescentou.

Xi Jinping assegurou que a China está empenhada na paz e no diálogo, e "apoia ativamente a reconciliação e o reinício das negociações”, que foram suspensas na primavera de 2022, após mediação da Turquia.

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"Gostaria de sublinhar que na busca da resolução do conflito ucraniano confiamos invariavelmente nos estatutos da ONU e temos a uma posição objetiva e imparcial”, disse Xi, citado pela EFE.

O plano chinês foi divulgado em 24 de fevereiro, no dia do primeiro aniversário da invasão russa da Ucrânia.

No plano, a China pede um cessar-fogo, negociações de paz e o fim das sanções contra a Rússia, mas também defende que a soberania e a integridade territorial de todos os países devem ser mantidas.

Sobre a iniciativa chinesa, Kiev exigiu a retirada das tropas russas do território ucraniano antes de qualquer negociação e observou que o plano de Pequim não aborda a anexação ilegal das regiões ucranianas anexadas pela Rússia.

Cooperação energética

Ainda no âmbito da visita do presidente chinês, Xi Jinping, a Moscovo, Vladimir Putin garantiu que a Rússia está em condições de satisfazer as crescentes necessidades energéticas da China.

Putin disse que o objetivo é fornecer à China pelo menos 98 mil milhões de metros cúbicos de gás e 100 milhões de toneladas de gás natural liquefeito (GNL) até 2030.

Primeiro-ministro russo, Mikhail Mishustin, em reunião com o presidente chinês Xi Jinping em MoscovoFoto: Sputnik/Dmitry Astakhov via REUTERS

Desde a invasão da Ucrânia, cerca de 120 empresas ocidentais de uma vasta gama de setores cessaram temporariamente as atividades na Rússia ou saíram definitivamente do país, afetando a economia russa, que procura alternativas. Putin ofereceu apoio às empresas chinesas que desejam preencher os nichos deixados pelas empresas ocidentais.

"Estamos prontos a apoiar as empresas chinesas para substituir a produção das empresas ocidentais que deixaram a Rússia”, disse Putin, citado pela agência espanhola EFE.

Xi disse que quer "reforçar a cooperação e a coordenação” entre a China e a Rússia, dois membros permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas com poder de veto.

"Estou pronto a elaborar convosco um plano para reforçar as relações bilaterais”, disse também o líder chinês, de acordo com a tradução oficial russa das suas observações.

Após as conversações, Putin e Xi assinaram duas declarações conjuntas, uma das quais sobre o aprofundamento da parceria global e da cooperação estratégica entre os dois países, noticiou a agência oficial russa TASS.

A outra visa desenvolver áreas-chave da cooperação económica entre a Rússia e a China até 2030.

No total, como resultado da visita de Xi, está prevista a assinatura de mais de dez documentos sobre o desenvolvimento da cooperação entre Moscovo e Pequim em vários domínios, segundo a TASS.

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