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Putin pondera opções para combater "ameaça" ocidental

Lusa | DW (Deutsche Welle)
27 de dezembro de 2021

O Presidente russo, Vladimir Putin, já anunciou que irá analisar várias opções, caso o Ocidente não corresponda à sua proposta de garantias de segurança que impede a expansão da NATO para a Ucrânia.

Foto: Evgenia Novozhenina/REUTERS

No início deste mês, a Rússia propôs à NATO a assinatura de um acordo de garantias de segurança que previna a adesão à organização de países provenientes da ex-União Soviética. 

Moscovo fez esta proposta num ambiente de tensão, com o aumento das tropas russas perto da fronteira da Ucrânia nas últimas semanas, o que alimentou o medo ocidental de uma possível invasão.

O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, avisou Vladimir Putin, numa videochamada no início de dezembro, que a Rússia iria enfrentar "graves consequências" se atacasse a Ucrânia.

Por sua vez, a Rússia negou a intenção de lançar uma invasão e acusou a Ucrânia de traçar planos para tentar retomar o controlo dos territórios mantidos pelos rebeldes e apoiados por Moscovo, o que a Ucrânia rejeitou.

No sábado (25.12), mais de 10.000 soldados russos voltaram às suas bases após exercícios de um mês no sul da Rússia, especialmente perto da fronteira com a Ucrânia, numa escalada de tensão.

Avisos de Putin ao Ocidente

Putin exortou o Ocidente a agir rapidamente para atender às suas exigências, avisando que Moscovo terá de tomar "medidas técnico-militares adequadas" se o Ocidente continuar seu curso "agressivo" no "limiar" do país.

Instado a especificar qual seria a resposta de Moscovo, Putin afirmou, em declarações na televisão estatal russa, que "poderá ser diversa". "Dependerá das propostas que os nossos especialistas militares me enviarem", acrescentou.

A Rússia tem realizado exercícios militares na fronteira com a UcrâniaFoto: AP Photo/picture alliance

Os Estados Unidos e os seus aliados recusaram-se a oferecer à Rússia o tipo de garantia sobre a Ucrânia que Putin deseja, citando o princípio da NATO de que a adesão está aberta a qualquer país qualificado. Concordaram, no entanto, iniciar negociações sobre segurança com a Rússia no próximo mês para discutir as suas preocupações.

Negociações para breve?

Putin adiantou que as negociações com os Estados Unidos terão lugar em Genebra. Paralelamente, também estão previstas negociações entre a Rússia e a NATO e são esperadas discussões mais amplas sob a égide da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE).

Nas suas declarações na televisão este domingo (26.12), Putin disse que a Rússia apresentou a sua proposta na esperança de uma resposta construtiva do Ocidente. "Não o fizemos isso apenas para vê-lo bloqueado, mas com o propósito de chegar a um resultado diplomático negociado que seria fixado em documentos juridicamente vinculativos", acrescentou o líder russo.

A Rússia anexou a Península da Crimeia da Ucrânia em 2014 e logo depois deu seu apoio a uma rebelião separatista no leste do país. Ao longo de mais de sete anos, o conflito matou mais de 14.000 pessoas e devastou o coração industrial da Ucrânia, conhecido como Donbas.

"Putin e Biden concordaram em discordar"

05:21

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