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Ucrânia rejeita ultimato da Rússia

gcs | com agências
21 de março de 2022

Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, recusa entregar Mariupol às forças russas. Situação humanitária na cidade portuária agrava-se.

Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky
Foto: Umit Bektas/REUTERS

Ultimatos não. Foi a resposta do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, a Moscovo, que instou as forças ucranianas a abandonarem Mariupol até esta segunda-feira (21.03). A cidade portuária, no sudeste da Ucrânia, tem sido fortemente bombardeada pelo Exército russo, mas Zelensky recusa-se a entregá-la aos invasores.

"A Ucrânia não será capaz de cumprir o ultimato. Nós não poderemos fazê-lo fisicamente. Como é que isso pode ser feito? Eles teriam que eliminar-nos a todos e então o seu ultimato seria cumprido automaticamente", afirmou o chefe de Estado ucraniano durante uma entrevista com órgãos de comunicação social europeus.

Mais de 2.300 mortos

Quem já conseguiu escapar diz que a cidade estratégica está em ruínas: "Viemos de Mariupol. Quase 90% da cidade foi destruída. Já não há edifícios", afirmou uma refugiada.

Estima-se que mais de 2.300 pessoas morreram em Mauripol desde o início da guerra, a 24 de fevereiro. Algumas delas foram enterradas em valas comuns. A cidade está cercada pelo Exército russo e centenas de milhares de pessoas continuam sem acesso a comida, água, eletricidade e medicamentos.

Quem continua em Mariupol precisa urgentemente de água, comida, medicamentos e eletricidadeFoto: REUTERS

Segundo o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, o que está a acontecer em Mariupol é um "crime de guerra em massa".

"Estão a destruir tudo, a bombardear e a matar todos, de forma indiscriminada. Isto é algo horrível que temos de condenar veementemente", afirmou Borrell.

É também por isso que, de acordo com o Presidente Volodymyr Zelensky, ninguém na Ucrânia aceita ultimatos.

Os russos "levantam a bandeira, o povo tira-a. Mataram um homem, sim, as pessoas escondem-se, mas à noite eles saem e derrubam a bandeira novamente. O que é que querem? Destruírem-nos a todos? Só podemos cumprir o ultimato quando deixarmos de estar aqui", frisou Zelensky.

Supermercado bombardeado em Kiev, no distrito de PodilskyiFoto: Daniel Ceng Shou-Yi/ZUMA/picture alliance

Bombardeamento em Kiev

A guerra continua também noutras frentes. A Rússia confirmou esta segunda-feira que destruiu um centro comercial na capital, Kiev, matando pelo menos oito pessoas.

O Ministério da Defesa russo alegou que o centro comercial servia como depósito de armas e não estava fechado: "A instalação de um centro comercial localizado no subúrbio foi usada como uma grande base para armazenar munição para lançadores de mísseis", afirmou o porta-voz do Ministério, Igor Konashenkov.

O presidente da Câmara de Kiev, Vitali Klitschko, anunciou a imposição de um novo recolher obrigatório que "começará hoje às 20:00 [hora local] e irá durar até às 07:00 de 23 de março".

Os Estados Unidos revelaram, entretanto, ter detetado um aumento da atividade naval russa no mar Negro, a partir do qual ataca com artilharia a cidade portuária de Odessa, na Ucrânia.

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