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Ucrânia: UA critica discriminação "racista" nas fronteiras

Lusa
28 de fevereiro de 2022

União Africana (UA) diz ser "chocantemente racista" que cidadãos africanos sejam impedidos de fugir do conflito na Ucrânia, e apela a países que respeitem a lei internacional de quem foge da guerra, sem olhar a cor.

Ukraine-Krieg | Flüchtlinge aus Afrika und Asien
Acusações de racismo por autoridades ucranianas e polacas levou o Governo nigeriano a instar hoje as autoridades aduaneiras da Ucrânia e dos países vizinhos a tratarem os seus cidadãos "com dignidade".Foto: ROBERT GHEMENT/EPA-EFE

"Relatos de que africanos estão a ser escolhidos para tratamento desigual inaceitável seria chocantemente racista e em violação da lei internacional", dizem, em comunicado, o Presidente do Senegal e presidente em exercício da União Africana (UA), Macky Sall, e o presidente da Comissão da UA, Moussa Faki Mahamat.

Os dois dirigentes apelam, por isso, "a todos os países que respeitem a lei internacional e mostrem a mesma empatia e apoio a todas as pessoas que fogem da guerra, independentemente da sua identidade racial".

Presidente do Senegal e presidente em exercício da UA, Macky Sall Foto: Ludovic Marin/Pool/REUTERS

"Particularmente perturbados"

Sall e Faki dizem estar a seguir de perto os acontecimentos na Ucrânia, mostrando-se "particularmente perturbados" por relatos de que cidadãos africanos estão a ser impedidos de atravessar a fronteira da Ucrânia em busca de segurança.

Os dois líderes sublinham que "todas as pessoas têm o direito de atravessar fronteiras internacionais durante conflitos" e, por isso, devem poder fugir da guerra na Ucrânia, independentemente da sua "nacionalidade ou identidade racial".

Aplaudem os esforços dos Estados-membros da UA e das suas embaixadas nos países vizinhos para receber e orientar os cidadãos africanos e as suas famílias ao tentarem atravessar a fronteira ucraniana em busca de segurança.

Estudantes refugiados africanos e asiáticos que fugiram da capital ucraniana, KievFoto: ATTILA KISBENEDEK/AFP/Getty Images

Ofensiva militar russa

A Rússia lançou na quinta-feira (24.02) de madrugada uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já mataram mais de 350 civis, incluindo crianças, segundo Kiev. A ONU deu conta de mais de 100 mil deslocados e quase 500 mil refugiados na Polónia, Hungria, Moldova e Roménia.

À semelhança de centenas de milhares de pessoas, muitos africanos - na sua maioria estudantes - estão a tentar fugir da Ucrânia para os países vizinhos, incluindo a Polónia, mas a enfrentar um tratamento discriminatório nas estradas e nas fronteiras ucranianas, de acordo com várias organizações não-governamentais.

O número crescente de acusações de comportamento racista por parte das autoridades ucranianas, sobretudo, mas também polacas, levou o Governo nigeriano a instar hoje as autoridades aduaneiras da Ucrânia e dos países vizinhos a tratarem os seus cidadãos "com dignidade".

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