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UE investiga alegado uso de 'drones' iranianos pela Rússia

Lusa
17 de outubro de 2022

A União Europeia (UE) está a investigar a venda pelo Irão de 'drones' à Rússia para utilização na guerra da Ucrânia, revelou o chefe da diplomacia portuguesa, admitindo mais sanções a responsáveis iranianos.

Switchblade-Drohne von AeroVironment
Foto: AeroVironment/abaca/picture alliance

"Estamos à procura de mais informação dos serviços de informações sobre a utilização de drones iranianos na Ucrânia, por parte das forças armadas russas", indicou esta segunda-feira (17.10) o ministro dos Negócios Estrangeiros português, João Gomes Cravinho.

Em declarações aos jornalistas no final da reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeira (UE), no Luxemburgo, João Gomes Cravinho acrescentou que a UE está "a investigar", pelo que "naturalmente que se se verificar que foram drones iranianos vendidos à Rússia depois de 24 de fevereiro [data de início da invasão russa da Ucrânia], haverá sanções acrescidas ao Irão".

Já hoje, os chefes da diplomacia da UE aprovaram sanções aos responsáveis pela repressão aos protestos no Irão, após a morte de uma jovem iraniana.

Irão nega venda de drones

"O ministro iraniano, em conversa telefónica comigo na sexta-feira e também com o próprio [chefe da diplomacia da UE] Josep Borrell negou determinantemente que o Irão tenha vendido drones à Rússia", adiantou João Gomes Cravinho à imprensa.

As autoridades ucranianas acusam desde agosto o Irão de fornecer os chamados "drones ‘kamikaze'", que chocam com os alvos, ao Exército russo, embora Teerão tenha negado estar envolvido nessa transação, assim como Moscovo.

No final de setembro, a Ucrânia retirou as credenciais do embaixador iraniano em Kiev e anunciou uma redução significativa da presença diplomática iraniana.

Autoridades registaram pelo menos duas explosões de "drones kamikaze" no centro de Kiev esta segunda-feira (17.10)Foto: Vadym Sarakhan/AP/picture alliance

Novas sanções

Hoje, o Conselho da UE adotou hoje sanções contra os responsáveis iranianos, incluindo a chamada política da moralidade, na sequência da detenção e morte da jovem Mahsa Amini, pelo uso incorreto do véu islâmico.

A lista de sanções, publicada no Jornal Oficial da UE, inclui onze responsáveis iranianos, entre os quais o ministro da Informação, Iça Zarepour, que fica impossibilitado de entrar no bloco europeu e os seus bens serão congelados, bem como quatro entidades, como a polícia de moralidade do Irão.

O chefe da polícia da moralidade, Mohammad Rostami e o chefe das forças policiais iranianas em Teerão, Hossein Rahimi, estão também entre as personalidades sancionadas.

O Irão tem sido palco de protestos desde que Mahsa Amini, uma jovem curda iraniana de 22 anos, morreu a 16 de setembro depois de ter sido presa em Teerão pela chamada Polícia de Moralidade por ter alegadamente violado um código de vestuário que exige que as mulheres usem o hijabe, o véu tradicional muçulmano que cobre a cabeça e os ombros.

Dezenas de pessoas foram mortas em quase um mês de protestos, sobretudo manifestantes, mas também elementos das forças de segurança, e centenas de outras foram detidas, de acordo com as autoridades iranianas.

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