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Ucrânia confirma "sim" dos EUA aos mísseis de longo alcance

rl | com agências
18 de novembro de 2024

"Não há dúvida", disse o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky. Moscovo afirma que EUA querem "atirar achas para a fogueira" ao autorizarem Kiev a utilizar os seus mísseis na Rússia. Alemanha mantém o "não" a Kiev.

Mísseis norte-americanos,  ATACMS
Imprensa norte-americana noticiou no fim de semana que Joe Biden voltou atrás na sua decisão e autorizou Kiev a utilizar mísseis de longo na RússiaFoto: U.S. Army/ABACA/picture alliance

O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, assegurou, no seu discurso à nação da noite deste domingo (17.11), que "os ataques não são feitos com palavras".

"Estas coisas não são anunciadas. Os mísseis falam por si e não há dúvida de que o farão", afirmou Zelensky, numa reação à decisão dos EUA, noticiada no fim de semana pela imprensa norte-americana, de que a Casa Branca autorizou que Kiev utilize mísseis de longo alcance fornecidos por Washington para atingir alvos dentro da Rússia.

A decisão de Washington foi anunciada no domingo (17.11) pelos meios de comunicação social norte-americanos e confirmada à AFP por um oficial norte-americano. No entanto, a Casa Branca ainda não abordou a questão de forma oficial.

Kremlin: "Achas para a fogueira"

Já o Kremlin acusou, esta segunda-feira (18.11), o Presidente norte-americano, Joe Biden, de escalar a guerra na Ucrânia com esta decisão.

"Administração cessante em Washington pretende tomar medidas para continuar a deitar achas para a fogueira", disse Dmitri Peskov Foto: Mikhail Tereshchenko/TASS/dpa/picture alliance

"É óbvio que a administração cessante em Washington pretende tomar medidas para continuar a deitar achas para a fogueira e provocar um novo aumento das tensões", alertou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, citado pela agência francesa AFP.

Se for oficialmente confirmada por Washington, esta autorização conduzirá a "uma situação fundamentalmente nova em termos de envolvimento dos Estados Unidos neste conflito", acrescentou.

O Presidente russo, Vladimir Putin, avisou em setembro que essa autorização ocidental "significaria nada menos do que o envolvimento direto dos países da NATO na guerra na Ucrânia".

A decisão foi conhecida após mais um fim de semana de ataques russos maciços e mortíferos contra a Ucrânia e apenas algumas semanas antes da transferência de poder entre o Presidente cessante e Donald Trump.

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Citando Putin, o porta-voz do Kremlin avisou que os ataques em território russo "não serão efetuados pela Ucrânia, mas pelos países que dão a sua autorização".

O "não" da Alemanha

As imprensas francesa e britânica informaram, entretanto, que Paris e Londres poderão juntar-se aos EUA e permitir que a Ucrânia atinja alvos militares dentro da Rússia com os mísseis Storm Shadow e SCALP.

Já o chanceler alemão Olaf Scholz frisou, esta manhã, que a Alemanha não enviará os seus mísseis de longo alcance Taurus para a Ucrânia.

Numa declaração divulgada esta segunda-feira, o gabinete do chanceler Scholz afirmou que, apesar do apoio da ministra dos Negócios Estrangeiros, Annalena Baerbock, à decisão dos Estados Unidos, a Alemanha não mudou de ideias quanto ao envio de mísseis de longo alcance para a Ucrânia.

"A decisão da chanceler mantém-se inalterada", disse um porta-voz de Berlim.

Há muito que Kiev procura obter autorização de Washington para utilizar o poderoso Sistema de Mísseis Táticos do Exército, ou ATACMS, para atingir instalações militares no interior da Rússia.

Os mísseis ATACMS fornecidos deveriam ser inicialmente utilizados na região fronteiriça russa de Kursk, onde soldados norte-coreanos foram destacados para apoiar as tropas russas, segundo a imprensa dos Estados Unidos, que citou funcionários norte-americanos que falaram sob anonimato.

A decisão de Washington de autorizar a Ucrânia a utilizar estes mísseis foi uma reação à presença do destacamento de tropas norte-coreanas, segundo as mesmas fontes.

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