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Ucrânia: Zelensky pede a Israel para fazer escolha

tm | Lusa | DPA
20 de março de 2022

Presidente da Ucrânia Volodymyr Zelensky pediu hoje a Israel que "faça uma escolha" e apoie seu país perante a agressão militar da Rússia. ONU calcula mais de 900 mortes e dez milhões de deslocados após a invasão russa.

Ukraine-Konflikt - Selenskyj in Kiew
O Presidente ucraniano Volodymyr Zelensky.Foto: Ukrainian Presidential Press Office/AP/dpa/picture alliance

"A Ucrânia fez a sua escolha há 80 anos e temos entre nós os Justos que esconderam judeus, é hora de Israel fazer a sua escolha (...), a indiferença mata", disse Zelensky, jogando com as suas próprias raízes judaicas, num discurso em ucraniano traduzido para hebraico.

Volodomyr Zelensky, que falava por videoconferência numa sessão extraordinária do Knesset (parlamento israelita), evocou na sua intervenção a Segunda Guerra Mundial e o horror do Holocausto para reclamar um apoio mais firme do estado hebraico à Ucrânia e evitar a "solução final" da Rússia.

"Escutem o que diz o Kremlin. São as mesmas palavras, a mesma terminologia que os nazis usaram contra vós. É uma tragédia", apelou Zelenski, de origem judaica, a 112 dos 120 parlamentares que compõem o Knesset, atualmente de férias.

O Presidente ucraniano pediu aos legisladores israelitas que exigissem ações mais contundentes do governo, como fornecer assistência militar à Ucrânia - incluindo o sistema antimísseis Iron Dome - e impor sanções contra a Rússia, algo que Israel ainda não fez.

Modelo russo MiG-31, com míssil hipersónico Kinschal.Foto: picture-alliance/AP Photo/RU-RTR Russian Television

Mísseis hipersónicos

Neste fim de semana, a Rússia relatou outro lançamento dos seus novos mísseis Kinschal. Os mísseis Kinschal fazem parte de um arsenal de mísseis hipersónicos que o país foi o primeiro do mundo a desenvolver. 

Podem mudar de altitude e de direcção a velocidades extremas para ultrapassar as defesas aéreas inimigas.

Segundo fonte do ministério russo, os mísseis foram utilizados no ataque ao campo perto de Mykolaiv e disparados do espaço aéreo acima da península da Crimeia, disse o ministério.

Além disso, foram disparados mísseis de cruzeiro Kalibr a partir do Mar Cáspio. Moscovo não forneceu qualquer informação sobre a hora do ataque.

ONU calcula mais de 900 mortes civis desde o início da guerra na Ucrânia.Foto: Aris Messinis/AFP/Getty Images

Bombardeios

Neste domingo, autoridades ucranianas afirmam que forças russas bombardearam ontem (19/03) uma escola de artes que servia de abrigo para cerca de 400 pessoas em Mariupol.

Relatos indicam que o edifício, que abrigava, mulheres, idosos e crianças, foi completamente destruído, e que poderia haver muitas pessoas sob os escombros.

As autoridades avançaram que poderia haver número grande de mortes depois de a Rússia ter alegadamente bombardeado a escola de arte.

ONU calcula mais de 900 mortes civis desde o início da guerra na Ucrânia e dez milhões de pessoas deslocadas, seja dentro da Ucrânia, ou fora do país, como refugiadas.

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