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PolíticaTanzânia

Tanzânia: UE e EUA pedem eleições transparentes e pacíficas

Lusa | Reuters
23 de outubro de 2020

A União Europeia encorajou a Tanzânia a permitir “eleições inclusivas, transparentes, pacíficas e credíveis”. Embaixador dos Estados Unidos no país pede que observadores internacionais independentes assistam às eleições.

Tansania Dar es Salaam | Wahlplakate
Foto: Eric Boniphace/DW

A União Europeia e os Estados Unidos apelaram para a realização de eleições transparentes e pacíficas na Tanzânia, que na próxima quinta-feira, dia 28 de outubro, elege o Presidente e a composição da Assembleia Nacional. 

"A UE encoraja todas as partes a trabalharem em conjunto de forma diligente para permitir eleições inclusivas, transparentes, pacíficas e credíveis. A democracia prospera a partir da liberdade de expressão e de reunião, de um ambiente político que valorize o envolvimento dos cidadãos, da participação igualitária, da imparcialidade das instituições do Estado e da defesa dos direitos humanos", refere um comunicado divulgado esta sexta-feira (23.10) pela União Europeia.

No documento, a UE mostra-se preocupada com os "relatos de incidentes e limitações na preparação das eleições", mas reitera o seu apoio para "o desenvolvimento e prosperidade do povo da Tanzânia".

"Aguardamos com expectativa os nossos próximos passos para uma cooperação plena e construtiva entre UE e Tanzânia", conclui o comunicado.

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Por sua vez, o embaixador dos EUA na Tanzânia, Donald Wright, destacou que tomou conhecimento de relatos de que representantes do Governo e da segurança "perturbam e impedem que candidatos façam campanha livremente".

"À medida que nos aproximamos do dia das eleições, a frequência e a gravidade destas perturbações são cada vez mais profundas", assinalou o embaixador.

No entanto, Wright considera que "ainda há tempo para assegurar um processo mais transparente em 28 de outubro".

Observadores internacionais nas eleições

"A transparência leva à credibilidade. Uma forma de promover um processo eleitoral transparente é permitir que observadores independentes assistam às eleições e relatem aquilo que veem", defendeu o representante norte-americano.

Wright mostrou-se preocupado com uma possível perda da credibilidade da democracia tanzaniana, reforçando a necessidade da presença de observadores internacionais.

"Estou preocupado que se os responsáveis pelas eleições não tomarem estes passos, a democracia da Tanzânia perca a sua credibilidade aos olhos da comunidade internacional. Mais que isso, o vencedor declarado pode não ter legitimidade junto dos próprios tanzanianos", concluiu o embaixador.

Mais de 29 milhões de pessoas estão registadas para votar nas eleições de dia 28 de outubro, nas quais o atual Presidente, John Magufuli, que lidera o país desde 2015, procura um segundo mandato.

Liderança pouco convencional

O atual Presidente da Tanzânia, John Magfuli, chama a atenção do mundo não somente pela candidatura à reeleição no pleito da próxima quarta-feira (28.10). O atual mandatário não teve uma abordagem convencional à pandemia do novo coronavírus e recusou-se a impor um confinamento total, pois a mudança teria prejudicado seriamente a economia e provocado a perda de postos de trabalho.

Abordagem de John Magufuli à pandemia de Covid-19 tem sido criticada pela OMS.Foto: picture-alliance/AA/B. E. Gurun

As autoridades governamentais fecharam escolas, impediram voos internacionais e grandes concentrações de pessoas, mas grande parte da atividade económica regular continuou e os serviços religiosos foram autorizados a continuar - ao contrário de vizinhos como o Ruanda e o Uganda, que impuseram confinamentos totais.

Magufuli chegou a pedir aos cidadãos que rezassem para afastar o vírus e a questionar a qualidade dos kits de testagem da Covid-19 após uma papaia e um bode terem alegadamente testado positivo. O Presidente insinuou que algumas pessoas estivessem a ser testadas positivas quando na realidade não estavam infetadas pelo coronavírus.

A Tanzânia tem sido criticado pelas autoridades sanitárias internacionais, incluindo a Organização Mundial de Saúde (OMS), também pela lentidão na imposição de medidas de distanciamento social e por falta de transparência na sua abordagem à pandemia.

Ao contrário da maioria dos outros países africanos, o Governo tem passado dias sem divulgar publicamente as suas atualizações da Covid-19. Os últimos dados disponíveis no site da Universidade John Hopkins reportam 509 casos e 21 mortes por coronavírus na Tanzânia. Os números não alteram desde maio.

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