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Uganda: Ações para travar alastramento do ébola

cvt | com agências
14 de junho de 2019

No Uganda, as autoridades lutam para bloquear o alastramento do ébola. Após a eclosão da epidemia na vizinha República Democrática do Congo em agosto passado, o vírus cruzou recentemente a fronteira, pela primeira vez.

Agente de saúde num centro de tratamento do ébola perto da fonteira entre o Uganda e a RDCFoto: picture-alliance/AP Photo/Al-hadji Kudra Maliro

Três pessoas da mesma família morreram com ébola no Uganda e mais três casos suspeitos foram registados no país. Segundo a ministra ugandesa da Saúde, Ruth Aceng, o grando medo neste momento é que este seja apenas o começo da eclosão da doença no Uganda.

"O surto de ébola na República Democrática do Congo [RDC] ainda está em curso, há mais de 2.000 casos confirmados. Assim, a probabilidade de que [pessoas infetadas] venham da RDC para o Uganda é muito elevada", afirmou Aceng.

O Uganda registou cinco casos da doença desde 2000. Agora, intensificou os esforços para conter o vírus, examinando todas as pessoas que chegam do leste da RDC. O Governo disponibilizou ainda uma vacina experimental contra a doença. 

"Apartir desta sexta-feira (14.06) vamos começar novamente a vacinação dos trabalhadores de saúde na fronteira, de outros trabalhadores e a vacinação em anel para os que tiveram contato com eles", anunciou a ministra Ruth Aceng.

Uganda: Ações para travar alastramento do ébola

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Aumenta o nível de alerta

O chefe do Departamento de Emergência da Organização Mundial de Saúde (OMS) diz que, até agora, não se confirmou a propagação do ébola de pessoa para pessoa no Uganda.

Mike Ryan garante que "o Uganda está perfeitamente seguro, mas, obviamente, é preciso um nível mais alto de alerta. As pessoas têm de estar cientes de que o ébola está próximo e devem tomar as precauções necessárias."

"Eu acredito que o Governo tem sido muito bem sucedido em comunicar isso", acrescenta Ryan.

O Uganda é considerado um país na vanguarda da luta contra o ébola. Mas, perante os casos mais recentes da doença, muitos ugandeses sentem-se inseguros. "Penso que o Governo deve continuar a sensibilizar as pessoas. Tendo em conta que já se confirmaram alguns casos, isso significa que não estamos seguros", afirmou um cidadão.

Controlo da temperatura corporal foi uma medida tomada no aeroporto de Entebbe, Uganda, em 2018, para prevenir o alastramento do ébolaFoto: picture-alliance/dpa/XinHua/J. Kiggundu

Emergência global?

O comité de emergência da OMS reúne esta sexta-feira para decidir se o surto na RDC deve ser declarado como uma emergência internacional, o que poderia resultar em recomendações sobre viagens ou comércio.

Há meses que se receia que o surto alastre para além das fronteiras da RDC. As autoridades dizem que os ataques contra profissionais de saúde e clínicas no leste do país, devastado por conflitos, estão a dificultar a contenção do vírus.

Na quinta-feira (13.06), o Sudão do Sul, que faz fronteira com os dois países, aumentou o nível de alerta. O ministro da Saúde, Riek Gai Kok, disse que, com os casos confirmados no Uganda, há "um risco muito, muito alto".

O Ministério da Saúde sul-sudanês sublinhou que precisa urgentemente de 12 milhões de dólares para "manter e melhorar" a prevenção contra o ébola.

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