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Memorando de entendimento assinado entre Uganda e Ruanda

Borralho Ndomba
21 de agosto de 2019

Presidentes do Uganda e do Ruanda assinaram, em Angola, o Memorando de Entendimento de Luanda, que põe fim a acusações mútuas entre os dois países. João Lourenço espera que relacionamento seja duradouro.

Ugandas Präsidenten Yoweri Museveni und Pres. Ruanda Paul Kagamé - Abkommen unterzeichnet
Presidentes Yoweri Museveni (Uganda) João Lourenço (Angola) e Paul Kagamé (Ruanda)Foto: DW/B. Ndomba

Os presidentes do Uganda, Yoweri Museveni, e do Ruanda, Paul Kagame, comprometeram-se a cumprir o memorando de entendimento assinado esta quarta-feira (21.08), em Luanda, a capital angolana, que visa solucionar os problemas de segurança na região dos Grandes Lagos.

O Presidente angolano, João Lourenço, que foi o anfitrião e facilitador desta cimeira dos Grandes Lagos, afirmou que a assinatura do acordo entre o Uganda e o Ruanda é de extrema importância para a Região dos Grandes Lagos e augura que o relacionamento entre os dois países seja duradouro.

Memorando de entendimento assinado entre Uganda e Ruanda

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Lourenço espera também que haja vontade política de respeitar este Memorando de Entendimento de Luanda, que coloca fim as acusações mútuas entre os dois países.

"O fim do problema reside na vontade política de a partir de hoje, ponto de partida, assumirem o compromisso de respeitar aquilo que assinaram. Mais importante do que assinar, é honrar essa mesma assinatura", sublinhou o Presidente de Angola.

Empenho de Angola e da RDC

Por seu turno, o Presidente do Uganda, Yoweri Museveni, felicitou o empenho de Angola e da República Democrática do Congo (RDC) na resolução do problema que dividia os dois Estados vizinhos . Agora, segundo Museveni, o Ruanda e o Uganda passarão a viver como "família", tal como emana dos princípios da União Africana.

Yoweri Museveni (esq.) e Paul KagameFoto: Presidency Rwanda

"Temos contactado o presidente Kagame através dos nossos próprios canais, mas este aqui foi um reforço. Portanto, não fomos capazes de entrar em pormenor, porque os princípios não são novos, são os princípios da União Africana, pois, somos uma família e vivemos sempre desta maneira como família", disse o estadista ugandês.

Fim definitivo do conflito?

Paul Kagame, chefe de Estado do Ruanda, deu garantias de que o memorando de Luanda acabou definitivamente com o conflito que separava os dois países.

"O compromisso do Ruanda é de implementar ou acompanhar as diretrizes que nos ajudarão a ultrapassar uma série de dificuldades e julgo, que não iremos desrespeitar aquilo que está no memorando, ou desrespeitar os nossos líderes irmãos que nos colocaram à mesma mesa para alcançar este entendimento", disse Kagame.

A região dos Grandes Lagos é conhecida como uma zona de grandes tensões, cuja principal vítima tem sido a República Democrática do Congo, devido aos enormes recursos naturais que o país tem no seu solo.

Da esquerda para a direita: Denis Sassou Nguesso, Yoweri Museveni, João Lourenço, Paul Kagamé e Félix TshisekediFoto: DW/B. Ndomba

Paz em África

Emocionado com a assinatura do acordo, o Presidente da RDC, Félix Tshisekedi afirmou que já não há espaço para os líderes africanos pensarem em guerra: "Sou o Presidente mais satisfeito entre todos que cá estamos, porque enquanto a paz reinar na nossa sub-região, para mim, é sempre uma ocasião excecional. Agora é tempo para nós, os dirigentes de África, compreendermos que já não temos tempo para fazer guerras. Hoje falamos das zonas livres de comércio, portanto, devemos acabar com todas as barreiras aduaneiras e tornarmos o continente africano como se fosse um único país, e daí veremos que não haverá mais espaço para conflitos étnicos, e nos virarmos para construção e trazer o bem-estar para os nossos respetivos povos".

A cerimónia realizada no Palácio Presidencial da Cidade Alta, em Luanda, contou com a participação do Presidente da República do Congo, Denis Sassou Nguesso, que está a desempenhar as funções de Presidente interino da região dos Grandes Lagos.

Sassou Nguesso espera que um acordo do género seja também efetivado na República Centro-Africana, no Sudão e no Sudão do Sul. "Esta é uma lição que a África está a dar ao mundo, de que somos capazes de resolvermos os nossos problemas nós próprios, e também de encontrarmos soluções pela via do diálogo", destacou o Presidente congolês.

 

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