Um verde que renasce do Furacão Fred
7 de setembro de 2015 O furacão “Fred” não fez vítimas mortais, mas deixou um rasto de destruição. Pelo menos, 60 famílias ficaram desalojadas. O balanço foi feito pelo primeiro-ministro caboverdiano, José Maria Neves.
"Na Ilha do Sal, temos estragos na praia de Santa Maria, destruição do pontão e no aeroporto internacional Amilcar Cabral. Na Boavista também há queda de árvores, alagamento, estragos no aeroporto internacional Aristides Pereira e também problemas de fornecimento de energia elétrica. E a nível de todo o Cabo Verde temos alguns estragos nas estradas e também pessoas com problemas de habitação, tetos que cairam e algumas pessoas que ficaram desabrigadas." Os 22 municípios do país estão a contabilizar localmente os custos dos estragos provocados pelo furacão para depois o Governo apresentar os números finais que deverão rondar as centenas de milhares de euros.
O outro lado da moeda
Num país muito árido e marcado por uma seca severa, o primeiro ministro vê o lado positivo da passagem do furacão “Fred” por estas ilhas. Ele lembra que "há uma grande mobilização de água, as barragens estão a encher-se, as ribeiras estão cheias, as barragens subterrâneas já estão com muita água, os diques de captação..."
E por isso Neves manifesta a sua satisfação quanto aos resultados agrícolas: "De modo que temos uma grande quantidade de água mobilizada, já há muito pasto e posso dizer que em termos de recursos hídricos e de pasto já temos o ano agrícola garantido. Faltarão as chuvas de setembro para enchermos definitivamente todas as barragens e a partir dai garantir um ano agrícola pleno ao nível de todo o país." Sete barragens do país acumularam quantidade significativa de água. A de Faveta, no Concelho de São Salvador do Mundo, na ilha de Santiago, já transbordou.
Os primeiros frutos
O coordenador do grupo de seguimento do ano agrícola no ministério do Desenvolvimento Rural, Celestino Tavares, fala da quantidade de precipitações caídas nos últimos dias: "Tivemos precipitações importantes em todas as ilhas do país. Na Ilha de Santo Antão, por exemplo, as precipitações rondaram os 200 milímetros, que é muita precipitação. Na Ilha de Santiago as precipitações rondaram os 160 milímetros, na Ilha da Brava tivemos precipitações mais fracas, mas tivemos na ordem dos 30-40 milímetros."
E os resultados da queda de chuvas já são visíveis, segundo Tavares: " Neste momento nas zonas altas da Ilha de Santiago, do Fogo e da Brava temos a cultura do milho num estágio mais avançado de desenvolvimento, as plantas já têm entre cinco a sete folhas e os feijões estão na fase de ramificação. Nas zonas do litoral das ilhas do sul temos as culturas em fase de germinação."