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UA cobra promessa da CEDEAO para combater violência no Sahel

Lusa
7 de março de 2020

Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental prometeu 100 milhões de dólares para apoiar o combate aos grupos radicais islâmicos nos países do Sahel. União Africana apela ao "desembolso urgente".

Mauretanien G5 Sahel Taskforce
Foto: Getty Images/AFP/T. Samson

A União Africana (UA) pediu à Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) que tome medidas para o "desembolso urgente" dos 100 milhões de dólares (88,4 milhões de euros) prometidos para combater a violência no Sahel.

No sumário das decisões resultantes da 33.ª Cimeira da UA, que se realizou na capital da Etiópia, Adis Abeba, em 09 e 10 de fevereiro, mas publicado apenas esta sexta-feira (06.03), a organização reafirma a importância deste valor para apoiar um destacamento de 3.000 militares durante seis meses para a região do Sahel.

O contingente, apelidado Força de Reserva Africana, contará com 3.000 militares ao longo de seis meses, que realizarão missões no Mali, Níger e Burkina Faso, alguns dos países mais afetados pela violência de grupos 'jihadistas' no Sahel.

Os países do Sahel enfrentam uma situação de deterioração da segurança, motivada pelo aumento da presença de grupos 'jihadistas', que tem levantado preocupação entre a comunidade internacional. De acordo com a ONU, mais de 4.000 pessoas foram mortas em ataques terroristas em 2019 no Burkina Faso, Mali e Níger, tendo o número de pessoas deslocadas aumentado dez vezes, ficando próximo de um milhão.

Além de uma força conjunta do G5 Sahel l [grupo constituído por Mali, Níger, Burkina Faso, Mauritânia e Chade], a região conta também com a operação Barkhane, uma missão das Forças Armadas francesas no Mali, que conta com mais de 4.500 militares.

Cimeira da União Africana juntou chefes de Estado em Addis Abeba, em fevereiroFoto: picture-alliance/AA/Palestinian Prime Ministry Office

A UA mostrou-se solidária com os países da região afetados, em particular "pelas vidas perdidas devido a ataques terroristas e outros incidentes de violência intercomunitária". "A Assembleia mostrou-se muito preocupada com os persistentes atos terroristas", vinca o sumário.

RCA e Sudão do Sul também preocupam UA

O documento regista ainda algumas posições tomadas pela União Africana durante a 33.ª cimeira da organização regional africana.

No caso da República Centro-Africana (RCA), a UA apelou a todas as partes para que "assegurem que as eleições gerais de 2020-2021 sejm organizadas conforme o previsto", obedecendo às predisposições do acordo de paz assinado em fevereiro de 2019. A UA pediu ainda o apoio da missão das Nações Unidas na RCA (MINUSCA) às missões de observação eleitoral da organização no país, e apelou aos Estados-membros para que ofereçam ajuda técnica e financeira às autoridades centro-africanas na reconstrução.

O apelo ao apoio da comunidade internacional foi também estendido de forma a abranger o Sudão do Sul, onde a guerra civil eclodiu dois anos depois da independência, em 2011.

O sumário da cimeira aborda ainda o Acordo de Livre-Comércio Continental Africano (AfCFTA, na sigla em inglês), que pretende criar uma zona de comércio livre nos 55 países da União Africana. A UA vincou que "não vai aceitar pedidos para o estatuto de observador de Estados que não sejam Estados-membros da União Africana".

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