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UA pede lugar permanente no Conselho de Segurança da ONU

Chrispin Mwakideu | af
4 de outubro de 2022

A última Assembleia-geral da Organição das Nações Unidas serviu como plataforma para os líderes africanos voltarem a exigir um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU. UA defende reformas profundas.

Macky Sall, Presidente do Senegal e líder da União Africana
Macky Sall, Presidente do Senegal e líder da União AfricanaFoto: Mary Altaffer/AP/picture alliance

A UA considera que o Conselho de Segurança da ONU, com os seus cinco membros permanentes - EUA, Rússia, China, França e Reino Unido - não oferece uma voz ao continente africano.

Tomando da palavra na sede da 77ª Assembleia-geral da ONU, Faustin Archange Touadera, Presidente da República Centro-Africana, voltou a defender uma maior representatividade no Conselho de Segurança da ONU.

"A República Centro-Africana reitera o seu apoio à posição comum da UA, que apela a uma reforma profunda da ONU e à expansão das sedes dos membros do Conselho de Segurança, para uma participação mais justa e mais representativa de todos os continentes", declarou.

África insiste no tema desde 2005

Ouvido pela DW África, Emmanuel Bensah, diretor executivo adjunto da Rede Africana de Comunicações da Área de Comércio Livre Continental (AfCFTA), lembra que África insiste neste tema desde 2005.

"Esta é uma das razões pelas quais a União Africana criou o seu próprio conselho de paz e segurança, modelado após o Conselho de Segurança da ONU", destaca.

Na última Assembleia-geral das Nações Unidas, líderes africanos voltaram a exigir um assento permanente no Conselho de Segurança da ONUFoto: ED JONES/AFP/Getty Images

Bensah acrescenta que a ONU tem sido e será sempre um ator multilateral global. Por isso, diz que "é importante [para a UA] ter uma voz no Conselho de Segurança Permanente da ONU."

"África deve começar a fazer pressão fora do continente para obter mais apoio para um lugar no Conselho de Segurança Permanente da ONU, porque se continuar a agir sozinha isso poderá não funcionar", diz.

Neutralidade quanto à guerra na Ucrânia

Por outro lado, a UA aproveitou a Assembleia-Geral da ONU para reiterar a sua posição neutra em relação ao conflito na Ucrânia.

Apesar dos efeitos causados por esta guerra em África, o presidente em exercício da UA, Macky Sall defendeu que a África não quer ser palco de uma nova Guerra Fria.

"África já sofreu o suficiente do fardo da história para não querer ser o lugar de uma nova Guerra Fria, mas sim um pólo de estabilidade e oportunidade aberto a todos os seus parceiros numa base de benefício mútuo", disse.

O Presidente do Senegal também instou a Rússia e a Ucrânia a optarem pelas negociações para evitarem um conflito global mais vasto.

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07:07

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