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União Europeia combate fundamentalismo islâmico no Sahel

1 de agosto de 2012

A UE enviou 50 adidos militares para o Níger. A missão foi incumbida de apoiar as autoridades do país na luta contra o terrorismo fundamentalista islâmico, que se alastra na África Ocidental.

Soldados malianos fazem treinamento com EUA em 2004 para combater terrorismo no Sahel
Soldados malianos fazem treinamento com EUA em 2004 para combater terrorismo no SahelFoto: dapd

Os especialistas em segurança da União Europeia começam a trabalhar nesta quarta-feira (01.08) e levaram os uniformes na mala de viagem, mas até ao momento era incerto se agiriam em civil ou uniformizados. Esta questão, à primeira vista secundária, ilustra a delicadeza da posição da missão.

O porta-voz da EUCAP, (sigla inglesa para a Missão da UE para o reforço das capacidades), Michael Mann, afirma que se trata de uma missão civil. "Há muita gente transtornada quando se fala de enviar especialistas militares. Mas é óbvio que o combate ao terrorismo para melhorar a segurança também exige conhecimentos militares. O que não significa que estejamos a enviar tropas para o combate", explica.

Há muito que os problemas no Sahel não se limitam ao terrorismo fundamentalista. Há exércitos envolvidos, combate-se e morre-se nesta região entre o deserto do Saara e o sul do continente africano.

No norte do Mali, grupos radicais islâmicos controlam um território com uma área equivalente à da França. Estes grupos têm ligações estreitas com a organização terrorista Al-Qaida no Magrebe Islâmico (AQMI). O movimento não conhece fronteiras e detona bombas na Argélia, ataca postos do exército na Mauritânia e agora quer estender a guerra santa ao Níger.

O governo de Niamey pretende impedir esses ataques, também com a ajuda da UE, que colocou à disposição quase nove milhões de euros para financiar a missão durante dois anos. Para além da sede em Niamey, a EUCAP terá representações em Bamako e Nouakchott.

Infográfico mostra países onde a AQMI (Al-Qaida no Magrebe Islâmico) é ativa

Países vulneráveis e instabilidade crónica

Amelia Hadfield, da universidade livre de Bruxelas, especializada em assuntos no Sahel, lembra que em toda a região vivem 23 milhões de pessoas, e que os governos da Mauritânia, do Mali e do Níger possuem governos vulneráveis. "À precariedade do Estado alia-se a falta extrema de capacidades, não havendo, por exemplo, um fornecimento público de água, de eletricidade, de educação ou de cuidados médicos", descreve.

Hadifield salienta que a estratégia da UE no Sahel deve ter em conta que o terrorismo na região é produto da pobreza e da falta de alimentos. Por isso, Niema Mocassat, deputado do partido da opsição "A Esquerda" no parlamento federal alemão, concorda que em vez de uma missão militar, a Europa devia enviar ajuda à população civil. "Acho que devemos pôr um fim a esta política de bombeiros, reagindo apenas às crises,. devíamos tomar medidas atempadas para impedir sequer que germine a semente do terrorismo", afirma.

A União Europeia argumenta que o objetivo da missão é precisamente a prevenção do terrorismo. Por isso viajam também especialistas em questões de Direito e conselheiros políticos na missão da UE.

Autores: Peter Hille / Cristina Krippahl / António Rocha
Edição: Renate Krieger

Automóvel sem identificação desloca-se no Sahel maliano; veículos como este costumam ser usados para tráfico de drogas e contrabandoFoto: picture-alliance/Désirée von T
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