União Europeia concentra ajuda a Moçambique em três sectores
31 de outubro de 2012 A cooperação entre a União Europeia (UE) e Moçambique, que cobre actualmente oito áreas, vai passar a estar concentrada a partir de 2014 em três sectores.
A concentração da ajuda em algumas áreas faz parte de uma nova filosofia de forma a obter maiores ganhos na cooperação bilateral.
Para Paul Malin, Embaixador e Chefe da Delegação da União Europeia em Moçambique, "a concentração não significa uma redução da ajuda. O objetivo é ter mais resultados e um impacto maior. A ideia não é cortar, até pode acontecer que se aumente a ajuda".
Por seu turno, o vice-ministro moçambicano dos Negócios Estrangeiros, Henrique Banze, considera que a concentração da ajuda em algumas áreas "não significa a redução do volume da cooperação".
Maior impacto estratégico
O que se pretende atingir com a nova filosofia de cooperação? Paul Malin explica, "com a concentração, com mais dinheiro para três sectores vamos ter um impacto estratégico. A nossa ideia é um impacto sobre a governação política e económica, sobre as infraestruturas e ambiente de negócios e sobre a agricultura. Estamos a seguir as prioridades do governo para a redução da pobreza".
A UE, é neste momento, o maior parceiro económico de Moçambique. Henrique Banze afirma que o nível de cooperação bilateral é "muito bom". "Estamos a cooperar em diferentes áreas. A UE disponibilizou no programa de seis anos cerca de 620 milhões de euros e para além disso há o programa de segurança alimentar e nutrição que perfaz cerca de 70 milhões de euros".
Metas para o desenvolvimento da UE são para cumprir
Segundo o representante da União Europeia em Moçambique, Paul Malin, as relações entre a sua organização e aquele país africano são excelentes e as perspectivas são boas. Decorrem neste momento as negociações para a cooperação entre 2014 e 2020. " A proposta da Comissão Europeia é de aumentar o montante para o apoio ao desenvolvimento em 20 por cento. Evidentemente que com esta situação financeira na Europa vai ser difícil aumentar o montante da ajuda europeia, mas temos obrigações para cumprir metas para o desenvolvimento e queremos cumpri-las".
As declarações dos representantes da UE e do governo de Moçambique vêm desfazer especulações segundo as quais a concentração da cooperação bilateral em três áreas contra as actuais oito significa necessariamente redução da ajuda. Sublinharam que esta concentração tem por objectivo maximizar o investimento realizado e está também relacionada com a divisão do trabalho que se pretende exista entre os parceiros da cooperação.
Autor: Leonel Matias (Maputo)
Edição: Helena Ferro de Gouveia /António Rocha