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União Europeia mobiliza ajuda para combater o ébola

Barbara Wesel (Bruxelas) / Maria João Pinto19 de novembro de 2014

O coordenador da União Europeia contra o ébola visitou a Libéria, a Guiné-Conacri e a Serra Leoa e pede agora mais ajuda para lutar contra epidemia.

Foto: European Union

Há muito que os diplomatas europeus o admitiram: a resposta da União Europeia à epidemia de ébola na África Ocidental chegou tarde de mais e começou de forma demasiado tímida. Agora, em entrevista ao jornal alemão "Handelsblatt", o diretor do Banco Mundial, Jim Yong Kim, queixa-se mais uma vez da resposta inadequada da comunidade internacional.

O Banco Mundial estima que, para além dos milhares de vítimas mortais e pessoas infetadas, o vírus do ébola provocou também prejuízos económicos nos países afetados que ultrapassam já os 30 mil milhões de dólares, devido ao colapso das infraestruturas de saúde, turismo, exportação e agricultura.

Depois de uma resposta inicial a conta-gotas, o fundo da União Europeia para a luta contra o ébola ultrapassa agora os mil milhões de euros. Esta semana, a Comissão Europeia anunciou 29 milhões adicionais. O montante servirá para enviar meios de apoio, transportar para os países de origem trabalhadores internacionais infetados com o vírus e formar pessoal médico.

Christos Stylianides, coordenador da União Europeia contra o ébola,Foto: Reuters/F. Lenoir

O anúncio segue-se à visita do coordenador da União Europeia contra o ébola aos países mais atingidos: a Libéria, a Guiné-Conacri e a Serra Leoa . "Encontrámo-nos com os corajosos profissionais de saúde e sobreviventes. Eles são os heróis da luta contra o ébola", diz Christos Stylianides. "A nossa prioridade imediata, após a missão no terreno, é mobilizar os Estados-membros e os parceiros internacionais para enviarmos, com urgência, pessoal médico e especialistas na epidemia."

É preciso mais ajuda

A Suécia anunciou entretanto que tenciona enviar mais 42 médicos, enfermeiros e pessoal de apoio para a África Ocidental.

Na Alemanha, a ministra da Defesa, Ursula von der Leyen, afirma que 25 voluntários dos serviços médicos da Bundeswehr, o exército alemão, estão a trabalhar num centro de tratamento em Monróvia, em cooperação com a Cruz Vermelha. Mas as propostas dos países europeus ainda não são suficientes.

"Precisamos de mais laboratórios móveis e mais pessoas para identificar os infetados e trabalhar com as comunidades locais. Peço mais especialistas e equipas médicas. Vou também trabalhar com os meus colegas na Comissão Europeia no sentido de realizar uma conferência de alto nível sobre a epidemia, incluindo os países da região afetada", diz o coordenador contra o ébola da União.

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Para além da cooperação europeia, Christos Stylianides pede também cooperação regional, alertando para o perigo da fronteira partilhada pelos países mais afetados.

Além disso, a União Europeia está também a apoiar um projeto internacional de investigação de uma vacina, que se encontra em fase de testes. Os primeiros resultados são esperados em dezembro. De acordo com os especialistas, a erradicação do vírus só será uma realidade quando se distribuir em massa uma vacina contra a doença.

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