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UE solidária contra terrorismo em África

Henry-Laur Allik | AFP | DPA | Reuters
23 de fevereiro de 2018

A União Europeia vai duplicar os fundos para reforçar a aliança militar africana G5 de combate ao terrorismo na região do Sahel. A UE considera que a instabilidade naquela região também ameaça a Europa.

Foto: Reuters/O. Hoslet

Na conferência internacional que decorreu esta sexta-feira (23.03) em Bruxelas, os líderes europeus anunciaram fundos adicionais no montante de 50 milhões de euros a juntar aos iniciais quase 130 milhões para a chamada força militar conjunta do Sahel G5, composta por soldados do Burkina Faso, Chade, Mali, Mauritânia e Níger.

Anteriormente, doadores internacionais já tinham prometido um financiamento de 280 milhões de euros. Em Bruxelas, a soma foi aumentada para 414 milhões de euros, pelos 32 chefes de Estado e de Governo e as 60 delegações reunidos na capital belga.

A cimeira acontece numa altura em que nova violência acentuou o grau de instabilidade que se vive na região. Esta semana, dois soldados das forças antiterroristas da França na África Ocidental morreram quando o seu veículo embateu numa mina no nordeste do Mali.

Em Bruxelas, o Presidente do Níger, Mahamadou Issoufou, deixou muito claro que eliminar o terrorismo é uma tarefa de interesse global: "A nossa luta contra o terrorismo no Sahel não é uma luta apenas para o Sahel, mas para todo o mundo. Por isso, a União Europeia e a comunidade internacional devem mostrar-se solidárias com o Sahel”.

A Europa está empenhada em pôr cobro à imigração ilegalFoto: picture alliance/dpa/Bundeswehr/Gottschalk

Combater a pobreza para pôr cobro à emigração

A UE, que partilha dessa opinião no caso do Sahel, já orçamentou mais de oito mil milhões de euros para o fomento do desenvolvimento da região entre 2014 e 2020. Para a chanceler alemã Angela Merkel, impõe-se aumentar o apoio prestado aos Estados da região, não apenas para combater o terrorismo, mas também por causa da emigração ilegal, presentemente uma preocupação central da União Europeia: "A Alemanha, agendou, por isso, até 2020, 1,7 mil milhões de euros para o desenvolvimento dos Estados G5. Constatamos primeiros êxitos na luta contra a migração ilegal, que não pode ser combatida apenas na Líbia, mas tem que começar por ser combatida nos cinco países em questão.” Merkel admitiu que apesar de toda a Europa estar comprometida nesta luta, "ainda resta muito por fazer".

União Europeia reforça combate ao terrorismo no Sahel

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Por exemplo, solucionar a crise na Líbia. A ausência deste país nesta conferência, um Estado falhado onde se organizam os traficantes humanos, foi criticada por muitos observadores, que consideram que sem resolver os problemas do país outros esforços não bastarão para pôr cobro ao terrorismo e à migração clandestina.

Dívida europeia de solidariedade

Os cinco países do Sahel na linha da frente na guerra contra o terrorismo estão entre os mais pobres do mundo. A Europa espera que os investimentos sirvam para melhorar a segurança e a situação económica, de modo a que os jovens africanos não tentem a perigosa travessia do Mediterrâneo na busca por uma vida melhor. Mas a UE também está preocupada com a possibilidade de terroristas usarem a zona do Sahel como plataforma para ataques na Europa.

O Presidente francês Emmanuel Macron disse que a Europa deve à África mais solidariedade: "No passado não fizemos os esforços necessários em termos de segurança e desenvolvimento no Sahel. Esta tornou-se numa região de tráfico humano, de drogas e de armas, que alimenta o terrorismo. Estamos determinados a lutar contra este fenómeno ao lado dos Estados do Sahel e da União Africana em geral”.

 

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