UNITA aplaude impugnação de Suzana Inglês para a CNE, mas mantém manifestação
18 de maio de 2012 DW África: Como recebeu a decisão do Tribunal Supremo?
Isaías Samakuva (IS): Gostaria de felicitar os magistrados que tomaram a decisão, porque embora inicialmente tivessem cometido um erro, agora o mesmo foi ultrapassado. Esta atitude vem credibilizar a justiça angolana...
DW África: Não se trata de um recuo estratégico ?
IS: Talvez e por isso mesmo não anulámos a manifestação. Ela vai ter lugar no sábado, até porque a impugnação da nomeação de Suzana Inglês para a Comissão Nacional Eleitoral (CNE) era sómente uma das violações da lei. Mas existem outras violações que estão a acontecer e que nos levam a manter a manifestação em Luanda, noutras capitais provinciais e nalguns países europeus onde residem muitos angolanos.
Os militantes da UNITA em particular, e os angolanos no geral, da Alemanha e da Holanda, concentram-se na Bélgica, e os da Inglaterra e da França reúnem-se na França e assim por diante... A manifestação será realizada porque continuamos a constatar que o governo angolano tem uma tendência muito fácil para desrespeitar as leis em vigor no país. E esta vontade deliberada de ignorar as leis não nos garante a realização de eleições livres, justas e transparentes...
DW África: Neste braço de ferro entre a oposição e o governo angolano quem saiu vencedor?
IS: Penso que ganharam os angolanos e de uma forma mais ampla, a democracia, a legalidade e o Estado de direito.
DW África: Face à tolerância zero do governo de Luanda para com as manifestações, como será o sábado dia 19?
IS: Os organizadores tudo fizeram para que a manifestação seja realmente pacífica. Sensibilizamos os nossos militantes, os nossos quadros, os nossos responsáveis e todos os angolanos que queiram participar, e não tenho dúvida que acataram o nosso apelo. Agora poderá haver provocadores que queiram perturbar a ordem pública. Por isso mesmo estivemos reunidos com os principais responsáveis do Ministério do Interior, incluindo o ministro, que nos deram a garantia que a manifestação, desde que seja pacífica, decorrerá de forma normal.
Autor: António Rocha
Edição: Cristina Krippahl