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UNITA: Eleições sem "observadores credíveis" em Angola

14 de agosto de 2017

Líder da UNITA critica pretextos do Governo angolano para impedir envio de alguns observadores. Mas ex-primeiro-ministro de Cabo Verde, José Maria Neves, garante que missão da União Africana atuará de forma equilibrada.

Isaías Samakuva, presidente da UNITAFoto: DW/A. Vieira

O presidente da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), Isaías Samakuva, considera que as eleições gerais de Angola, a 23 de agosto, vão decorrer sem "observadores credíveis".

"Os observadores, primeiro que tudo, não são suficientes. Não foi permitido que viessem. O Governo utilizou expedientes vários para impedir observadores. Eu peço desculpas a todos os outros, mas na verdade - para nós - observadores credíveis não vieram", disse Samakuva.

O líder do maior patido da oposição deu como exemplo as dificuldades no acesso a autorizações para a entrada de observadores, convidados pelos partidos, em Angola. Já a União Europeia enviará apenas quatro peritos, alegando ter recebido demasiado tarde o convite da Comissão Nacional Eleitoral para formar uma missão de observadores e não ter chegado a acordo com o Governo sobre as condições em que eles iriam atuar.

Missão de observadores eleitorais em Angola

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Observadores de Cabo Verde

As declarações acontecem numa altura em que os observadores cabo-verdianos partem para Luanda. Serão pelo menos quatro: O antigo Presidente cabo-verdiano, Pedro Pires, vai estar em Angola a convite do Chefe de Estado angolano, José Eduardo dos Santos, o ex-Primeiro-ministro José Maria Neves, chefia a missão de observadores da União Africana e os vice-presidentes do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV), Rui Semedo e João Baptista Pereira, vão estar em Luanda a convite das autoridades angolanas.

Questionado pela Rádio de Cabo Verde sobre as denúncias da oposição angolana à possibilidade de fraudes, Rui Semedo respondeu diplomaticamente, dizendo que PAICV não se envolve nos assuntos internos de Angola. "O nosso papel é de acompanhar as eleições que auguramos que sejam muito participadas envolvendo todos os angolanos, que sejam eleições justas, livres e transparentes", afirmou.

José Maria Neves, ex-primeiro-ministro de Cabo VerdeFoto: DW/N. dos Santos

Na mesma linha, o antigo primeiro-ministro cabo-verdiano, José Maria Neves, que chefia a missão de observadores da União Africana (UA), garantiu que sua equipa atuará de forma equilibrada. "Analisaremos todos os dados e agiremos com muita correção e equilíbrio e depois apresentaremos os dados que se mostrarem pertinentes", declarou José Maria Neves. Esta é a primeira missão de observação eleitoral que o cabo-verdiano chefia depois de ter saído do Governo há 16 meses.

O antigo primeiro-ministro de Cabo Verde vê o convite da UA como um reconhecimento à democracia cabo-verdiana. "Temos um Estado de direito democrático que funciona onde os direitos, as liberdades e as garantias dos cidadãos são afirmados todos os dias e são realizados também quotidianamente", sustenta Maria Neves. "Cabo Verde é uma referência em termos de realização de eleições em termos de alternância democrática", conclui.

A missão de observadores da UA às eleições gerais angolanas será composta por mais de 40 pessoas, e chega a Luanda a 17 de agosto, devendo deixar o país dez dias depois.

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