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EducaçãoAngola

Universitários esperam novo ano letivo sem greves em Angola

José Adalberto
28 de setembro de 2023

Arranca hoje o letivo no Ensino Superior em Angola. Mas por causa das greves cíclicas e dos custos do ensino, há dúvidas sobre se os jovens poderão mesmo estudar este ano. Sindicato diz que tudo está nas mãos do Governo.

Universidade Agostinho Neto em Luanda
Universidade Agostinho Neto em LuandaFoto: Braima Daramé/DW

Um ano letivo tranquilo, sem greves e sem desistências de estudantes, por razões financeiras, é o desejo de gestores, sindicalistas, associações estudantis e encarregados de educação. No entanto, para já, ninguém pode assegurar que assim será.

Eduardo Peres Alberto, secretário-geral do Sindicato Nacional dos Professores do Ensino Superior de Angola (SINPES), diz que tudo está nas mãos do Governo. E lembra uma deliberação do SINPES que prevê uma paralisação das aulas já na segunda quinzena de novembro.

"Nós encorajamos a comunidade académica, docentes e discentes, a afluírem às nossas instituições já que há uma deliberação que aponta para uma greve no dia 10 de novembro. Isto tudo vai depender da boa vontade do governo de Angola em poder satisfazer dois pontos fraturantes: um salário condigno e o seguro de saúde", afirma.

São reivindicações antigas, inscritas num memorando de entendimento de novembro de 2021, que, segundo o sindicato, continua por cumprir.

Professores e estudantes esperam, ainda assim, que o ano académico 2023/2024 traga o fim do braço-de-ferro entre o Governo e o sindicato.

Eduardo Peres Alberto, secretário-geral do SINPESFoto: Borralho Ndomba/DW

Críticas ao aumento das propinas

Na reta final da sua formação universitária em jornalismo, Hilário Cunha encara o arranque do novo ano académico com otimismo: "Estou extremamente preparado e motivado para este ano letivo, finalmente cheguei ao 4º ano, então, há razões suficientes para estar preparado e motivado."

Menos confiante está o presidente da Associação dos Estudantes das Universidades Privadas de Angola (EUPA), que critica os aumentos das propinas no ensino superior, na ordem dos 10%.

Nilton Tima diz que o reajuste poderá fazer com que muitos jovens desistam dos estudos. "Para as famílias, para os estudantes em particular, a medida é de todo inoportuna, considerando o ambiente socioeconómico que se vive", sublinha.

O dirigente associativo diz que, neste momento, só vê um ponto positivo: "A continuidade dos preços vigiados, que impede as instituições de praticarem os seus próprios preços."

Dados do Ministério do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação, referentes a 2021, indicam que, em Angola, há mais de 314 mil pessoas a frequentar o ensino superior. Cerca de metade dos alunos universitários vive na capital do país, Luanda.

Para marcar o início do ano letivo em Angola, está agendado para esta quinta-feira (28.09) um ato solene na Academia de Ciências Sociais e Tecnologias, em Luanda.

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