O diretor do Hospital Pediátrico David Bernardino, em Luanda, considera inaceitável que crianças continuem a morrer em Angola infetadas pelo vírus da raiva, doença que no ano passado matou 27 pessoas naquela unidade.
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"Não deviam falecer em Angola crianças por raiva", disse Francisco Domingos, em declarações à imprensa no final de uma visita na sexta-feira (06.04) ao Hospital Pediátrico David Bernardino, na capital angolana, por deputados da oitava comissão, de Família, Infância e Ação Social, da Assembleia Nacional.
Segundo o responsável, este ano o hospital registou já duas mortes por raiva, problema que considerou preocupante e merecedor de um controlo por parte das autoridades.
"O problema não se pode ver apenas pelo lado dos hospitais. Não tem que ver só com humanos, mas também com os caninos e outros seres que contraem a raiva", alertou o médico.
"Tem que haver um controlo dos caninos que circulam, tem que haver vacinação periódica, para que não nos preocupemos com a vacina para o humano", acrescentou.
Raiva é 100% letal
Francisco Domingos sublinhou ainda que "tem que haver um grande esforço", recordando que há alguns anos, em 2009, quando Luanda registou um surto de raiva que causou mais de 100 mortes, foi criada uma comissão multissetorial pelo então Presidente de Angola, José Eduardo dos Santos, para travar este problema.
Segundo o médico, a raiva "é muito grave, porque é letal a 100%".
A raiva é uma doença totalmente prevenível e, embora seja de origem animal, o maior impacto é nos humanos, devido às mordeduras.
A capital angolana enfrentou em 2016 um novo surto de raiva, que até ao início de dezembro daquele ano tinha já provocado 91 óbitos, segundo dados obtidos pela Lusa junto das autoridades sanitárias.
As doenças que os animais transmitem
Lidar com os animais de estimação nem sempre é tarefa fácil. Cães e gatos são companhias divertidas para crianças e adultos. Mas atenção: Os animais podem ser portadores de doenças perigosas.
Foto: Fotolia/pitrs
O perigo voador
Os morcegos são considerados os transmissores iniciais do vírus do Ébola. Os humanos são infetados pelo contacto direto com os morcegos ou com animais que foram infetados pelos morcegos. Uma vez estabelecida a infeção humana, a doença pode-se também disseminar entre determinada população. Não se vislumbra ainda uma solução.
Foto: picture-alliance/dpa
Varíola das vacas
Esta doença atinge sobretudo as vacas. Mas os agentes patogénicos podem atingir todos os mamíferos, inclusive o ser humano. Na Alemanha não existe, no mercado, nenhuma vacina específica contra a varíola da vaca. Mas, em princípio, quem está vacinado contra a varíola humana goza de uma certa proteção. No passado a varíola da vaca atingia sobretudo as mãos de quem mungia as vacas.
Foto: Witolld Janczus
Perigo “picante”
Hoje em dia é muito fácil viajar entre diferentes continentes. Essa facilidade não se aplica apenas a seres humanos, mas também a animais. O “mosquito tigre” asiático também viaja e uma picadura desse inseto poderá ter graves conseqüências. O mosquito tigre transmite, nomeadamente, a febre do dengue.
Foto: picture alliance/Mary Evans Picture Library
Febre dos papagaios
Trata-se de uma doença infecciosa causada por clamídias que atinge sobretudo crianças e pessoas frágeis. Papagaios, periquitos, pombos, galinhas, canários, faisões, perus, etc., podem infectar-se e transmitir a doença. Os excrementos das aves, secos e transformados em pó, inalados pelos seres humanos, podem constituir um perigo grande para a saúde.
Foto: Proaves
A “raiva” da raposa
Até 2008 a raiva existia também na Alemanha: uma doença perigosa que era sobretudo transmitida por raposas. Mas a raiva foi eliminada na sequência de intensas campanhas de vacinação. A doença era normalmente fatal, mas hoje o perigo de contágio já é muito reduzido na Europa, em especial na Alemanha.
Foto: imago/blickwinkel
O gato, ser enigmático
A “doença dos gatos” é transmitida através da mordida ou arranhadura do gato contaminado com o fungo causador. Os gatos, própriamente ditos, podem ser portadores da doença durante anos, sem adoecerem. Na Alemanha estima-se que cerca de 13 por cento dos gatos estejam infetados. Os seres humanos, uma vez infetados, poderão ser atingidos por febres altas e inchamento das glândulas.