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Vazamentos em gasodutos: Kremlin suspeita de sabotagem

EFE | tms
27 de setembro de 2022

As suspeitas de uma possível sabotagem pairam sobre os três vazamentos detetados nos gasodutos russos Nord Stream 1 e 2. O Kremlin está em alerta, enquanto a Dinamarca declarou emergência no setor de gás no país.

Deutschland | Gas Pipeline Nord Stream 1
Foto: Hannibal Hanschke/REUTERS

"Não é possível descartar nenhuma versão", disse esta terça-feira (27.09) o porta-voz da presidência da Rússia, Dmitry Peskov, em conferência de imprensa, ao ser questionado sobre um possível ato criminoso.

O Kremlin mostrou-se "muito alarmado" pelos danos que sofreram três tubulações dos gasodutos, cujas datas ainda são desconhecidas, segundo o representante do Governo, que insistiu que "até se ter os resultados da investigação, não podemos descartar nada".

Informações procedentes de fontes de segurança da Alemanha sustentam que há muitos indícios que apontam que os dois gasodutos foram danificados deliberadamente num ato de sabotagem, conforme publica o jornal alemão Tagesspiegel.

"Ataque dirigido"

"A nossa imaginação não pode conceber um cenário que não seja um ataque dirigido", apontou ao veículo de imprensa uma fonte próxima ao Governo alemão, que admitiu que "tudo aponta para não ter sido uma coincidência".

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Segundo o Tagesspiegel, estão sendo trabalhadas duas possibilidades sobre a autoria dos ataques contra os gasodutos.

A primeira versão é de que seria obra de forças ucranianas ou de grupos ligados à Ucrânia ou uma operação de "falsa bandeira" feita pela Rússia, para gerar mais incerteza e, provavelmente, fazer subir novamente o preço do gás.

Danos sem precedentes

A operadora dos dois gasodutos informou nesta terça-feira que os danos que sofreram três tubulações das duas infraestruturas não têm precedentes e que é impossível prever quando serão concluídos os trabalhos de reparo e restauração.

"Os danos que ocorreram simultaneamente a três ramos dos dutos em alto mar do sistema Nord Stream no mesmo dia não tem precedentes", indicou a Nord Stream AG, que é sediada na Suíça.

Tudo começou no domingo à noite, quando foi detetado um vazamento num dos dois ramos do Nord Stream 2, que nunca entrou em operação, devido ao bloqueio da infraestrutura decretado pelo Governo alemão, ainda antes da guerra na Ucrânia. No entanto, a infraestrutura de gás foi cheia e deve manter-se assim por causa da pressão.

O Nord Stream 1, com uma capacidade de 55 milhões de metros cúbicos de gás por ano e em que foram detetados outros dois vazamentos, está paralisado, após alegação da Rússia de uma fuga de óleo na única estação compressora do país que estava funcionando.

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Alerta na Dinamarca e Suécia

O escapamento foi registado na área económica exclusiva da Dinamarca, ao sudeste da ilha de Bornholm, no mar Báltico. Por isso, a Diretoria Geral de Energia do país nórdico declarou estado de emergência nos setores elétricos e de gás.

"A rutura das tubulações ocorre raramente, por isso vemos razões para aumentar o nível de emergência como resultado dos eventos do último dia. Queremos garantir um minucioso monitoramento da infraestrutura crítica para reforçar a segurança do abastecimento", aponta comunicado do órgão dinamarquês.

O anúncio pressupõe a elevação para o nível laranja, o segundo mais alto em uma escala de cinco, o que tem como consequência a "medidas concretas" que as empresas dos setores de gás e eletricidade devem adotar "para aumentar a segurança de, por exemplo, fábricas, prédios e outras instalações".

As autoridades dinamarquesas informaram inicialmente de um vazamento no Nord Stream 2, em águas locais no mar Báltico e, posteriormente, de outros dois no Nord Stream 1, nas águas da Dinamarca e também da vizinha Suécia, perto da ilha de Bornholm.

A marinha dinamarquesa decretou, além disso, a proibição da navegação em um raio de cinco milhas ao redor das áreas dos vazamentos e, dos voos, em uma área de um quilómetro.

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