Moçambique é um dos cinco países africanos qualificados para disputar competições de Vela nos Jogos Olímpicos de Tóquio. Três atletas representarão o país nas classes 470 e Laser Radial nas competições de julho e agosto.
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Deyse Nhaquile, Denise Parruque e Maria Machava, velejadores de 19, 17 e 15 anos, respectivamente, estão entre os qualificados para os Jogos Olímpicos do Japão, na modalidade de Vela. Deyse Nhaquile é a atleta com mais anos de competição e acumula medalhas de ouro no continente. Em 2012 conquistou uma medalha de ouro na classe Optmist na Tanzania, na África do Sul em 2013, em Marrocos em 2014, na Argélia em 2015 e em Moçambique no ano 2016.
Em outubro de 2019, Deyse Nhaquile foi a primeira atleta moçambicana a garantir o apuramento para os Jogos Olímpicos na modalidade a Vela, ao conquistar o campeonato africano na classe Laser Radial, competição organizada em Argel, capital da Argélia.
"Eu queria o primeiro lugar a qualquer custo. No último dia eu consegui qualificar-me para os Jogos Olímpicos e consegui o meu título de volta. Sagrei-me hexacampeã africana e qualifiquei-me para os Jogos Olímpicos, o que me deixou muito feliz. É o melhor sentimento da minha vida, porque foi um sonho concretizado", disse a medalhista.
Para a Federação Moçambicana de Vela e Canoagem, é um orgulho ter formado uma hexacampeã num desporto com muito menos anos de existência em relação às outras modalidades.
Um sonho realizado
"Este é o sexto título africano de Deisy Nhaquile. Em 2019, na Canoagem, [os atletas ] estiveram a participar nos jogos africanos onde tivemos uma medalha de ouro em C2 200 metros e uma medalha de prata em C1, também 200 metros.
Moçambique não ganhava uma medalha de ouro há sensivelmente 12 anos em Jogos Africanos", afirmou Hélio da Rosa Alberto, presidente da federação.
Para além de Deyse, Denise e Maria, que fazem uma equipa na classe 470 qualificaram-se para as Olimpíadas do Japão. Todas iniciaram, entre sete e nove anos de idade, os treinos no desporto a Vela ou Iatismo, uma modalidade desportiva que usa barcos movidos por propulsão à vela, com recurso a força do vento para movimentar as embarcações. Moçambique e Angola são os únicos países africanos entre 16 países qualificados no mundo.
Estávamos a treinar para isso, então juntamos aquilo que a gente já havia aprendido, a nossa força, esforço, (dedicação) e conseguimos nos qualificar", afirmou Denise. Já Maria Machava diz que " é um sonho de quase todos os atletas" e a notícia deixou a sua mãe emocionada.
Velejadoras moçambicanas nas Olimpíadas de Tóquio
Para a classe laser radial, Deyse junta-se a atletas das Seicheles e Egito em África, que constam dos 22 qualificados no mundo.
Atletas olímpicas vêm de famílias humildes
A Federação Moçambicana de Vela e Canoagem surgiu em 2009 no âmbito da recepção dos décimos jogos africanos de 2010 no país. Moçambique teve de criar o organismo para assegurar a competição de Vela e Canoagem.
A Federação gere um programa social de inclusão, mobilizando para os treinos crianças de bairros suburbanos, para praticarem modalidades como a Vela e a Canoagem, consideradas de elites. É deste programa que vêm as três atletas qualificadas para os Jogos Olímpicos de Tóquio 2020.
Deyse frequenta o segundo ano do curso de Ciências do Desporto na Universidade Eduardo Mondlane, enquanto que Denise e Maria frequentam ainda o ensino secundário. Para os clubes onde as atletas treinam, os estudos são tão importantes quanto o desempenho.
África também "representada" na lista de campeões olímpicos em PyeongChang
Alemã filha de mãe gambiana, Mariama Jamanka levou um pouco de África ao lugar mais alto do pódio olímpico, ao conquistar a medalha de ouro em Bosbsleigh. Na Coreia do Sul estiveram oito bandeiras africanas.
Foto: picture alliance/AP Photo/J. Jacobson
Mariama Jamanka, da origem gambiana para o ouro olímpico
Com a sua companheira de equipa Lisa Buckwitz, a piloto Mariama Jamanka festeja a medalha de ouro em bobsleigh, algo que a Alemanha não conseguia, na especialidade, desde os Jogos de Turim, em 2006. Jamanka, filha de mãe gambiana e pai alemão, leva também África ao lugar mais alto do pódio olímpico.
Foto: picture alliance / Wong Maye-E/AP/dpa
Jogos Olímpicos de Inverno com oito países africanos
Do quente para o frio, a viagem de 11 atletas africanos que participam nos Jogos de PyeongChang, na Coreia do Sul. Cinco homens e seis senhoras representam o continente, chegados da África do Sul, do Togo, da Nigéria, de Madagascar, do Gana, da Eritreia, do Quénia e de Marrocos, viajaram numa tentativa de superação pessoal e numa demonstração de verdadeiro espírito olímpico.
Foto: Getty Images/AFP/B. Smialowski
Nigerianas na neve
Akuoma Omeoga, Simidele Adeagbo, Ngozi Onwumere e Seun Adigun (da esquerda para a direita na foto), formaram a equipa olímpica da Nigéria presente nos Jogos de PyeongChang, na Coreia do Sul. A Nigéria é um dos oito países africanos representados na competição.
Foto: picture alliance/AP Photo/P. Semansky
A altas velocidades
A nigeriana Simidele Adeagbo num momento de plena competiçã no Olympic Sliding Centre, em PyeongChang. A atleta nigeriana, de 36 anos, é formada em Jornalismo pela Universidade de Kentucky (EUA), e competiu em Skeleton, uma das modalidades dos Jogos Olímpicos de Inverno. O 20° (e último) lugar alcançado não retira vontade de continuar a evoluir.
Foto: Getty Images/AFP/M. Rasfan
Pleno alemão no "combinado nórdico"
Não podia correr melhor: a Alemanha conquistou as medalhas de ouro, prata e bronze na prova de "combinado nórdico". Eric Frenzel, Johannes Rydzek e Fabian Riessle (da esquerda para a direita na foto) a festejarem em conjunto uma proeza difícil de repetir...
Foto: Reuters/K. Pfaffenbach
O "slalom" do eritreu
Chama-se Shannon Abeda e foi o representante da Eritreia na Coreia do Sul. Aqui retratado numa competição em Innsbruck, na Áustria, o jovem de 21 anos persegue a sua paixão pelos desportos de inverno, e na sua estreia olímpica no "slalom" gigante conseguiu a 61ª posição (entre 75 concorrentes que terminaram a respetiva prova).
Foto: picture-alliance/EXPA
Aos 16 anos, de Madagascar
Chama-se Clerc Mialitiana, chega de Madagascar, e é uma das mais jovens atletas presentes nos Jogos de PyeongChang. Aos 16 anos, aventurou-se nas vertiginosas descidas do "slalom", conseguindo o 47° lugar (atrás ficaram sete atletas), e espera poder voltar a representar a grande ilha do oceano Índico dentro de quatro anos, em Pequim, na China.
Foto: Getty Images/C. Pallot
O sorriso ganês
Akwasi Frimpong representou o Gana em PyeongChang. O atleta de 32 anos tentou a qualificação para os Jogos de Londres, em 2012, com a bandeira da Holanda, mas não conseguiu os mínimos no atletismo. Virando-se para os desportos de inverno, foi à Coreia do Sul em nome do Gana (onde nasceu), competindo nas provas de skeleton. Foi 30° na geral final.
Foto: Getty Images/AFP/M. Rasfan
Arte dourada no gelo
Aljona Savchenko (34 anos) e Bruno Massot (29) ganharam para a Alemanha a medalha de ouro na competição de pares (figuras livres). A patinagem artística, um dos mais belos expoentes dos Jogos Olímpicos de Inverno, trouxe glória a este par, que contribuiu para o segundo lugar da Alemanha no quadro geral de medalhas, apenas superada pela Noruega.