19 países da União Europeia seguiram o exemplo dos EUA, do Canadá e outras duas dezenas de Estados e reconheceram Juan Guaidó como "Presidente interino da Venezuela". Mas Nicolás Maduro mantém-se resoluto.
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Dezanove Estados-membros da União Europeia assinaram, esta segunda-feira (04.02), um documento conjunto, declarando Juan Guaidó, rival do Presidente Nicolás Maduro, como "Presidente interino da Venezuela".
O objetivo, segundo o documento, é convocar "eleições presidenciais livres, justas e democráticas", depois de Maduro ter ignorado o prazo de oito dias dado pelos europeus para marcar um novo escrutínio.
"Não aceitamos ultimatos de ninguém", afirmou Maduro. "É como se eu dissesse à União Europeia que lhe dou uns dias para reconhecer a República da Catalunha."
Maduro vai rever relações com países da UE
A Alemanha foi um dos dezanove países signatários da declaração, que reconhece o presidente da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, como Presidente interino.
"Guaidó é a pessoa com quem falamos e esperamos que dê início ao processo eleitoral assim que possível. Ele é o Presidente interino legítimo para esta tarefa, do ponto de vista da Alemanha e de vários países europeus", anunciou na segunda-feira a chanceler alemã, Angela Merkel.
Apesar da pressão internacional, Nicolás Maduro mantém-se resoluto. Esta segunda-feira, o seu Governo anunciou que vai "rever integralmente" as relações bilaterais com os membros da União Europeia que reconheceram Juan Guaidó como Presidente interino.
O líder venezuelano apelou ainda ao papa Francisco para mediar o diálogo no país e condenou o que classifica como apoio europeu "à estratégia da administração norte-americana para derrubar o Governo legítimo do Presidente."
"Há uma ameaça que começou em agosto de 2018, a primeira vez em que [o Presidente norte-americano] Donald Trump falou numa intervenção militar na Venezuela. A Europa e o mundo têm de saber que a Casa Branca foi tomada pelo setor extremista, os 'supremacistas'", disse Maduro.
"Precisamos de ajuda humanitária"
A oposição venezuelana não reconhece as eleições de 2018, que deram a vitória ao líder chavista.
A crise política agravou-se a 23 de janeiro, quando Juan Guaidó se autoproclamou Presidente da República interino e prometeu organizar eleições livres, contando de imediato com o apoio de Washington. Maduro disse que a iniciativa de Guaidó era uma tentativa de golpe de Estado, engendrada pelos Estados Unidos da América.
A Venezuela enfrenta uma grave crise económica e social que, segundo dados das Nações Unidas, já levou 2,3 milhões de pessoas a fugirem do país desde 2015.
Esta segunda-feira, numa conferência de imprensa em Caracas, depois de agradecer aos europeus que reconheceram a sua liderança, Juan Guaidó pediu apoio internacional urgente.
Venezuela: Nicolás Maduro cada vez mais isolado
"Precisamos que a ajuda humanitária entre na Venezuela, porque entre 250 mil a 300 mil venezuelanos correm perigo de vida. Se a ajuda não entrar, estaremos a condená-los à morte", disse Guaidó.
O Canadá já prometeu 40 milhões de dólares em ajuda humanitária aos venezuelanos. A Alemanha anunciou também um apoio de cinco milhões de euros. Mas não se sabe quando e como é que estes fundos poderão entrar no país sem o apoio do Exército, que está do lado de Nicolás Maduro.
O Presidente venezuelano recusa quaisquer doações, afirmando que o país não vai tornar-se "uma colónia de pedintes".
Maduro conta com o apoio da China e da Rússia. Em comunicado, Moscovo acusou os países da União Europeia que reconheceram Guaidó como Presidente interino de ingerência "direta e indireta" nos assuntos internos da Venezuela.
A semana deverá continuar a ser marcada por intensos esforços diplomáticos para a resolução da crise venezuelana: na quinta-feira (07.02), realiza-se em Montevideu, no Uruguai, uma conferência de países e organizações com "uma posição neutral". No mesmo dia, também em Montevideu, tem lugar a primeira reunião ministerial do Grupo de Contacto internacional para a Venezuela, criado pela União Europeia.
Donald Trump: Populista, empreendedor, Presidente
Donald Trump é empreendedor imobiliário e estrela de televisão. Muitos não o levavam a sério. Mas ele venceu as eleições e, a partir de 20 de janeiro de 2017, será o 45º Presidente dos Estados Unidos da América (EUA).
Foto: picture-alliance/dpa/K. Lemm
A família, o seu império
Trump com a sua família: a esposa, Melania (de branco), as filhas Ivanka e Tiffany, os filhos Eric e Donald Junior, e os netos Kai e Donald Junior 3º. Os filhos são "vice-presidentes seniores" do conglomerado Trump.
Foto: picture-alliance/dpa
Frederick Junior, o pai
Donald Trump herdou o dinheiro para os seus investimentos do pai, Frederick, que lhe deu um capital inicial de um milhão de dólares. Após a sua morte, em 1999, Donald e os seus três irmãos herdaram uma fortuna de 400 milhões de dólares.
Foto: imago/ZUMA Press
Capitão Trump
Quando tinha 13 anos, o seu pai enviou Trump para um internato militar em Cornwall-on-Hudson, onde deveria aprender a ser disciplinado. No último ano, ele obteve inclusive uma patente militar. Ele diz que, ali, recebeu mais treinamento militar do que nas Forças Armadas americanas.
Foto: picture-alliance/AP Photo/
"Very good, very smart"
"Muito bom, muito inteligente", é o que Trump diz de si mesmo. E acrescenta que cursou a escola de elite Wharton (foto), da Universidade de Pensilvânia, na Filadélfia, onde se formou em 1968. É uma das oito universidades integrantes da Ivy League, as universidades mais prestigiadas dos EUA. Mesmo assim, sabe-se pouco sobre o percurso de Trump na faculdade.
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Dispensado da Guerra do Vietname
Devido a um problema no calcanhar, Trump foi dispensado e não lutou na Guerra do Vietname. Na guerra, morreram cerca de 58 mil soldados dos Estados Unidos e aproximadamente três a quatro milhões de vietnamitas dos dois lados, além de outros dois milhões de cambojanos e laocianos.
Foto: picture-alliance/AP Photo
Ivana, a primeira esposa
Em 1977, Trump casou-se com a modelo tcheca Ivana Zelníčková, com quem teve três filhos. O relacionamento foi acompanhado de rumores sobre relacionamentos extraconjugais. Foi Ivana quem apelidou Trump de "The Donald".
Foto: Getty Images/AFP/Swerzey
Anos 80: Abertura do Harrah's at Trump Plaza
Esta foto, tirada em 1984, marca a abertura do Harrah's at Trump Plaza, um complexo envolvendo hotel, restaurante e casino em Atlantic City (Nova Jérsia). Este foi um dos primeiros investimentos que tornaram Trump bilionário.
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Família número 2
Em 1990, Trump divorciou-se de Ivana e casou-se com Marla, 17 anos mais jovem que ele. A filha do casal se chama Tiffany.
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As meninas de Trump
Em público, Trump não aparece só ao lado de sua esposa. Ele costuma acompanhar concursos de beleza ao lado de jovens modelos. De 1996 a 2015, ele foi o responsável pelo concurso de Miss Universo ("Miss Universe") nos EUA.
Foto: picture-alliance/dpa/K. Lemm
Livro muito lido e vendido
Como fazer milhões de forma rápida? O best-seller de Trump "A arte da negociação" é um exemplo. O livro é em parte autobiográfico, em parte um livro de dicas para empresários ambiciosos. A publicação não foi somente uma das mais vendidas nos EUA, como também colocou Trump no centro das atenções no país.
Foto: Getty Images/AFP/M. Schwalm
O nome é a marca
Trump investe de forma agressiva, mas também sofre fracassos. Numa perspectiva de longo prazo, no entanto, obtém sucesso, como por exemplo com a Trump Tower em Nova York. Ele calcula a sua fortuna hoje em 10 bilhões de dólares. Especialistas, entretanto, consideram um terço desse valor mais realista. Portanto, cerca de 3 bilhões de dólares.
Foto: Getty Images/D. Angerer
"The Donald" no ringue
Como poucos, Trump consegue chamar a atenção dos mídia. Seu campo de ação inclui até um ringue de luta livre. No seu programa de TV "O Aprendiz" ("The Apprentice"), os candidatos eram contratados ou demitidos. A primeira edição foi ao ar durante o ano de 2004 na cadeia televisiva NBC. A frase favorita de Trump no programa era "Você está demitido!"
Foto: Getty Images/B. Pugliano
Ascenção rápida de Trump na política
Em 16 de junho de 2015, Trump anunciou a candidatura para a corrida presidencial pelo Partido Republicano. O seu slogan foi: "Faça a América grande outra vez" ("Make America great again"). A campanha foi feita ao lado da família e com slogans contra imigrantes, muçulmanos, mulheres e adversários políticos. Investiu muito nos mídia sociais como o Twitter onde tem 13,8 milhões de seguidores.
Foto: picture-alliance/dpa/J. Lane
45º presidente dos Estados Unidos da América
A partir do dia 20 de janeiro de 2017, o populista e showman será o novo Presidente dos Estados Unidos. No início da campanha, poucos pensavam que poderia vencer as eleições do dia 8 de novembro de 2016 contra a candidata do Partido Democrata, Hillary Clinton. Mas a história de Donald J. Trump também mostra que este homem tem a capacidade de se transformar como um camaleão.