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Vigília em Angola denuncia repressão e apoia Moçambique

22 de outubro de 2024

Jovens angolanos realizam vigília em Luanda, exigindo "verdade eleitoral e direito à vida" em Moçambique. Com cânticos e discursos, pedem o fim da repressão e reforçam a luta por justiça: "FRELIMO fora, MPLA fora".

Verdade eleitoral e vida": Angola se une a Moçambique
Solidariedade e vigília em Luanda: Ativistas apoiam luta moçambicanaFoto: Manuel Luamba/DW

Dezenas de ativistas angolanos realizaram, na segunda-feira (21), uma vigília de solidariedade ao povo moçambicano, com foco na "verdade eleitoral e direito à vida". Durante a manifestação, jovens entoaram cânticos e discursos em apoio aos moçambicanos, expressando o desejo de ter um líder similar a Venâncio Mondlane, uma figura de resistência em Moçambique.

O evento aconteceu na Biblioteca "Despadronizada", reunindo mais de duas dezenas de jovens. Imagens do advogado Elvino Dias, que representava o candidato presidencial moçambicano Inácio Mondlane, assassinado em Maputo, e de Paulo Guambe, mandatário do partido Podemos, foram exibidas durante a vigília. O momento foi marcado por um minuto de silêncio, precedido pela entoação do hino nacional "Angola Avante".

Ao lado da roda dentada da bandeira angolana, cartazes exibiam uma frase icônica do rapper Azagaia: "Povo no poder."Foto: Manuel Luamba/DW

"Frelimo fora, MPLA fora, ditadores fora"

Kenedy Manuel, um dos organizadores do evento, justificou a iniciativa, afirmando que a juventude angolana não podia ficar indiferente à situação em Moçambique: "É necessário fazermos essa vigília para mostrarmos que os moçambicanos não estão sozinhos, moçambicanos estão com Angola, e nós estamos com eles. Para tudo o que vier."

Sobre a repressão da manifestação pela polícia moçambicana, Kenedy comentou: "Já se previa, os governos ditatoriais têm esse lado de mostrar violência, de não querer conversar... então isso já se previa."

Durante a vigília, os manifestantes também entoaram cânticos de protesto, como "FRELIMO fora, MPLA fora, ditadores fora", sugerindo uma equivalência entre os dois partidos. Matady Mandombe, um dos participantes, afirmou: "Não difere. Não difere porque são dois partidos que lutaram pelas independências e permanecem quase meio século no poder." Eduardo Lubienga acrescentou: "Angola e Moçambique, naquilo que é a gestão, a governação, não diferem muito. Moçambique quer libertar-se de um sistema, e nós, angolanos, teremos de fazer o mesmo posteriormente."

Ativistas angolanos se mobilizam por justiça em MoçambiqueFoto: Manuel Luamba/DW

Mondlane angolano?

Eduardo e outros manifestantes expressaram o desejo de ter uma liderança como a de Venâncio Mondlane nas eleições gerais angolanas de 2027. Eduardo reforçou: "Todos nós devemos ser um Mondlane, devemos renascer esse sentimento dentro de nós. Gostaríamos de ter um Mondlane." Arikson Amady compartilhou o mesmo sentimento: "Desde que conheci o presidente Mondlane, tenho visto os seus pronunciamentos, nós só estamos a precisar de um líder que diga: Vamos. Nós vamos ir."

Com velas protegidas por plásticos reciclados contra o vento, a chama simbolizava a energia e a determinação dos jovens ativistas em apoiar a luta moçambicana. Sobre os possíveis resultados da vigília em Maputo, Matady Mandombe foi confiante: "Vai sim. Vai porque, de qualquer das formas, nós estaremos a encorajar os nossos irmãos a continuarem a lutar, a não desistirem, e também para desencorajar os assassinatos perpetrados pelo sistema vigente em Moçambique."

Ao lado da roda dentada da bandeira angolana, cartazes exibiam uma frase icônica do rapper Azagaia: "Povo no poder." Os jovens entoaram o coro da canção: "Povo no poder, povo no poder, povo no poder."

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