Autoridades e manifestantes trocam bombas de gás lacrimogéneo e bombas incendiárias junto à Universidade Politécnica de Hong Kong desde a noite de sábado (16.11). Um polícia foi atingido por uma flecha na perna.
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Para além de terem ocupado o campus da Universidade Politécnica de Hong Kong, palco dos mais recentes confrontos, os ativistas bloquearam também, este domingo (17.11), o acesso a um dos três principais túneis rodoviários que ligam a Ilha de Hong Kong ao resto da cidade.
"Não temos medo. Se não continuarmos, vamos falhar. Então, por que não ir com tudo", afirmou um estudante, que preferiu não se identificar.
Em resposta, a polícia antimotim disparou várias granadas de gás lacrimogéneo contra os manifestantes, que se abrigaram atrás de uma 'parede' de guarda-chuvas.
Os confrontos entre polícia e manifestantes ocorreram durante horas, após confrontos durante a noite de sábado (16.11), em que os dois lados trocaram bombas de gás lacrimogéneo e bombas incendiárias que deixaram focos de incêndio na rua.
Explica-me os protestos em Hong Kong
Entretanto, durante a manhã deste domingo (17.11), as forças de segurança fizeram saber que um polícia foi atingido numa perna por uma flecha lançada por manifestantes antigovernamentais e pró-democracia. A polícia publicou as imagens na rede social Facebook e adiantou que as forças de segurança têm sido alvo do arremesso de tijolos, bombas incendiárias e flechas por parte de manifestantes que ainda permanecem junto à Universidade Politécnica de Hong Kong.
A polícia sublinhou ainda que as condições se estão "a deteriorar", condenou a violência dos manifestantes e recomendou à população que não se dirija para o local, sublinhando que a ação dos jovens estão a colocar em perigo a vida das pessoas.
Grupos rivais
Como já tem acontecido antes, um grande grupo de pessoas, apoiantes do governo, voltou a tentar limpar uma estrada cheia de escombros perto do campus desta universidade, mas foi advertido pelos manifestantes de que se devia afastar.
Em outros lugares, trabalhadores e voluntários - incluindo um grupo de soldados chineses que saíram da guarnição - limparam estradas repletas de entulhos. A limpeza aconteceu, ainda no sábado, quando a maioria dos manifestantes abandonou os locais.
Uma ação que foi já criticada pelos legisladores da oposição, que emitiram uma declaração na qual criticam os militares chineses por se terem juntado às operações de limpeza. Os militares têm permissão para ajudar a manter a ordem pública, mas apenas a pedido do Governo de Hong Kong.
O Governo de Hong Kong disse que não havia solicitado a assistência dos militares, descrevendo-a como uma atividade voluntária da comunidade.
Amnistia critica Alemanha
A organização de defesa dos direitos humanos Amnistia Internacional apelou à Alemanha para que cancele as formações agendadas para soldados chineses. Numa entrevista ao jornal alemão Bild, publicado este domingo (17.11), Mathias John, da organização, deixou o apelo: "À luz da situação dos direitos humanos na China e do papel geral dos militares chineses, não há nenhuma razão justificável para que a Alemanha os ajude a treinar", disse.
Referindo-se à situação atual em Hong Kong, Mathias John acrescentou que "o governo alemão deve enviar um sinal claro e cessar imediatamente qualquer cooperação militar".
Hongkong-Macau-Zhuhai: A maior ponte do mundo sobre o mar
É uma mega-construção em vários sentidos: a maior travessia marítima do mundo custou 15 mil milhões de euros e demorou nove anos a ser construída. Mas a obra de arquitetura chinesa também gera muita controvérsia.
Foto: picture alliance/dpa/MAXPPP
Dentro e fora de água
Com uma extensão total de 55 quilómetros, a travessia inclui uma secção em ponte de 22,9 quilómetros e um túnel subaquático de 6,7 quilómetros entre duas ilhas artificiais. A construção durou quase uma década e terá custado, segundo o Governo chinês, 120 milhões de yuan - cerca de 15 mil milhões de euros.
Foto: picture alliance/dpa/MAXPPP
Da ilha para o fundo do mar
Nesta ilha artificial criada em Hong Kong, as viaturas têm acesso ao túnel subaquático. Os motoristas podem também aproveitar esta zona para pararem os seus veículos e fazerem uma pausa. Todos os dias, 60 mil viaturas e 250 mil pessoas deverão fazer esta travessia.
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Expetativa de um "boom" económico
A ponte no delta do Rio de Pérolas visa fazer a conexão entre a metrópole económico-financeira de Hong Kong e a província de Guangdong, no sudeste da China, de forma a criar uma grande região económica em torno de Macau e Zhuhai.
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Tempo é dinheiro
Com um limite de velocidade de 100 quilómetros por hora, a viagem entre Hong Kong e Macau deverá passar de três horas de ferry para menos de trinta minutos de carro. Hong Kong, que deixou de ser uma colónia britânica em 1997, e Macau, que deixou de ser território colonial português em 1999, são Regiões Administrativas Especiais da República Popular da China.
Foto: AFP/Getty Images/A. Wallace
Inauguração adiada
Em construção desde 2009, a ponte deveria ter sido aberta ao público em 2016, mas só foi inaugurada esta terça-feira (23.10) pelo Presidente chinês, Xi Jinping. A partir de quarta-feira, os veículos deverão começar a circular na ponte, segundo o Governo de Hong Kong.
Foto: AFP/Getty Images/A. Wallace
Um gigante de aço e betão
A gigantesca construção tem cerca de 400 mil toneladas de aço - 4,5 vezes mais que a ponte Golden Gate, em São Francisco, nos Estados Unidos. O colosso de aço e betão poderá enfrentar rajadas de vento de velocidades até aos 200 quilómetros por hora e sismos de magnitude 8. A ponte deverá mesmo resistir a colisões com navios de carga com um peso total de 300 mil toneladas.
Foto: AFP/Getty Images/A. Wallace
Esquerda ou direita?
Entre Hong Kong, Macau e o território continental chinês ainda há um apertado controlo de fronteiras. Por isso, foi preciso criar ilhas artificiais nas passagens fronteiriças. No continente, o trânsito circula à direita, mas em Hong Kong e Macau a circulação faz-se pela esquerda. Os condutores deverão ter duas cartas de condução válidas para poderem atravessar toda a ponte.
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Megaprojeto polémico
Atrasos na construção, custos elevados, acidentes fatais de trabalhadores e suspeitas de corrupção: este é um projeto controverso. A obra deverá ligar pessoas e culturas, mas muitos dos mais de 7 milhões de habitantes em Hong Kong temem uma ligação mais forte à China. Preferem manter o seu estatuto especial - baseado no princípio de "um país, dois sistemas".
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O anterior recorde
Com 42 quilómetros de extensão, 450 mil toneladas de aço e cerca de 2,3 milhões de toneladas de cimento, a Ponte da Baía Jiaozhou ou Qingdao era a anterior detentora do recorde oficial do Guiness World Records. Situa-se na Península de Shandong e liga as cidades de Qingdao e Huangdao.