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Violências não impedem quenianos de votar

5 de março de 2013

Antes das eleições de 04.03, 22 pessoas morreram em ataques contra a polícia e autoridades eleitorais. Mas os quenianos foram às urnas apesar de atrasos e problemas técnicos. Autoridades pedem aceitação dos resultados.

Quenianos esperam para votar numa escola na capital, Nairobi (04.03)
Quenianos esperam para votar numa escola na capital, Nairobi (04.03)Foto: Reuters

De acordo com os mais recentes resultados provisórios, divulgados na tarde de terça-feira (05.03), Uhuru Kenyatta, o atual vice-primeiro-ministro e candidato da Coligação Jubileu, liderava os resultados provisórios das presidenciais com 55% dos votos, bem à frente do seu rival, o atual primeiro-ministro, Raila Odinga, da Coligação para as Reformas e a Democracia, com 40%.

Segunda-feira (04.03), pouco depois das seis horas da tarde, mais de 20 funcionários eleitorais, representantes de partidos e observadores concentravam-se já na contagem dos votos. Na escola de Bhora, no distrito de Westlands, a assembleia de voto encerrou a tempo. Mas noutras localidades, as longas filas tardaram até ao anoitecer em várias assembleias de voto.

Eleições quenianas ensombradas por violência

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Muitos quenianos saíram de casa antes do amanhecer para votar. Alguns até dormiram nas assembleias de voto. Muitas tiveram problemas logo no início da votação. Por isso, esta eleitora queniana, que não se identificou, decidiu voltar à tarde:"É a confusão total. Não sabemos para onde ir nem onde devemos formar uma fila para votar".

"Sem motivos para preocupações"

O primeiro ministro queniano e candidato presidencial Raila Odinga teria 40% dos votos segundo resultados...Foto: Reuters

Os mais de 14 milhões de eleitores registados foram chamados a eleger um novo presidente, além de representantes nacionais, regionais e locais, e ainda 47 mulheres, uma por cada distrito, e outros 12 representantes especiais, num total de seis votações.

Em muitas localidades no Quénia os equipamentos para a identificação electrónica dos eleitores não funcionaram. Nesses casos, porém, recorreu-se a listas com fotos coloridas dos eleitores registados. Mas mais importante que todas as inovações era evitar um novo surto de violência.

Segundo o ex-presidente moçambicano Joaquim Chissano, chefe da missão de observação eleitoral da União Africana no Quénia, os resultados de todas as instituições que observaram as eleições já foram comparados na manhã desta terça-feira (05.03).

E todos concordam que, até ao momento, não há motivos para preocupações. Chissano disse em entrevista à DW África que "não há motivos para recear a violência. Os líderes políticos prometeram não usar a força, preferindo antes ir a tribunal caso não aceitem os resultados. Os meios de comunicação social ajudam e também a sociedade civil e as igrejas lançam todos os dias apelos para que as pessoas permaneçam em paz e evitem conflitos", salientou o ex-presidente de Moçambique.

...provisórios divulgados na tarde de 05.03. Uhuru Kenyatta, vice-primeiro-ministro, liderava as presidenciais com 55%Foto: Getty Images

Fase crítica começa com contagem dos votos

Os vários observadores nacionais e internacionais fazem elogios o processo eleitoral. O chefe da missão de observação da União Europeia, Alojz Peterle, fez um balanço positivo desta ida às urnas. Segundo o responsável, embora o tempo de espera para votar tivesse sido longo, a votação correu bem. Alojz Peterle também disse esperar que "a atmosfera pacífica continue até o final do processo, mesmo que demore mais do que o previsto".

A fase crítica destas eleições históricas no Quénia começou com o encerramento das assembleias de voto. A comissão eleitoral independente tem estado a maximizar a transparência. Desde a noite de segunda-feira (04.03), todos os canais de televisão mostram um ecrã no centro eleitoral nacional em Nairobi, onde os resultados são permanentemente exibidos ao vivo e enviados eletronicamente para a capital queniana. E até ao momento, os resultados provisórios têm estado a ser aceites de forma pacífica.

Autora: Maja Braun (Nairobi)/Madalena Sampaio
Edição: Renate Krieger

Contagem de votos começou na manhã de terça-feira (05.03) em todo o paísFoto: Reuters
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