Daniel Chapo visita Angola e fortalece parcerias
16 de maio de 2025
É a primeira vez que Daniel Chapo visita Angolana condição de chefe de Estado moçambicano. Anteriormente, esteve no país enquanto candidato da FRELIMO nas últimas eleições.
Em Angola, o líder moçambicano agradeceu o apoio prestado pelo governo de João Lourenço durante a sua candidatura às eleições de outubro do ano passado, bem como durante o período de conflito pós-eleitoral.
Na sua primeira intervenção no Palácio da Cidade Alta, em Luanda, o líder moçambicano reconheceu o apoio que recebeu de Angola tanto durante a campanha como no período em que a sua eleição foi contestada por setores da oposição moçambicana liderados por Venâncio Mondlane.
Chapo afirmou que o apoio de Angola estende-se também ao combate ao terrorismo em Cabo Delgado. "Viemos aqui para agradecer ao povo angolano e aproveitar esta ocasião para, mais uma vez, reconhecer o apoio que sentimos em várias vertentes — políticas, sociais, econômicas e também no domínio das forças de defesa e segurança", afirmou.
Terrorismo
"Estamos a enfrentar o fenómeno do terrorismo, que é um fenómeno global, na província de Cabo Delgado. E durante este período recebemos apoio, tanto no âmbito da SAMIM — a força da nossa região da SADC — que esteve presente na zona, como também em questões de transporte, logística e outros aspetos importantes que permitiram a presença da SAMIM em Cabo Delgado", acrescentou.
O presidente moçambicano destacou ainda as vantagens dos acordos assinados, com destaque para o setor aéreo. Segundo Chapo, os memorandos vão acelerar o desenvolvimento econômico dos dois países:
"Achamos que é importante a assinatura destes acordos, porque vão permitir, por exemplo, a ligação aérea permanente entre Moçambique e Angola, entre Maputo e Luanda, a partir das nossas capitais e envolvendo também as províncias", disse.
"O desenvolvimento econômico passa pela circulação de pessoas e bens, e acreditamos que esta regulação entre Moçambique e Angola, dois países irmãos, vai acelerar o processo de desenvolvimento que todos nós pretendemos. O mesmo se aplica nas áreas da cultura, turismo e nos acordos sociais", completou.
O presidente angolano, João Lourenço, afirmou que a visita de Chapo representa um momento importante para reforçar as relações e impulsionar o desenvolvimento econômico e social de dois países com laços históricos desde o período colonial.
Desenvolvimento nacional
Lourenço disse esperar que, com o fim do conflito pós-eleitoral, o governo moçambicano possa focar-se no desenvolvimento nacional.
"Hoje presenciámos a assinatura de cinco instrumentos jurídicos de cooperação. Ao longo dos anos, fomos assinando outros acordos e memorandos, num total de 38. Vamos criar um comité técnico para acompanhar a implementação desses instrumentos e garantir que saiam do papel e se tornem realidade. Precisamos, de facto, de avançar com a concretização dos entendimentos entre os nossos países."
Angola reiterou mais uma vez o seu apoio a Moçambique no combate ao terrorismo no norte do país.
Após o encontro com João Lourenço, Daniel Chapo visitou a Zona Económica Especial Luanda-Bengo (ZEE), na província do Icolo e Bengo.
A visita teve como objetivo identificar oportunidades de investimento e negócios que Moçambique pretende desenvolver em território angolano.
Na agenda do presidente moçambicano constou ainda um jantar em sua homenagem, promovido pela Associação Angolana de Bancos (ABANC).
"Caráter de cortesia"
O jornalista e comentador político angolano José Gama considera que a visita de Daniel Chapo teve um caráter de cortesia, com foco nas relações econômicas com Angola.
Segundo Gama, Chapo pode aproveitar esta visita para adquirir experiência angolana na gestão de recursos naturais, enquanto Angola pode beneficiar da experiência de Moçambique no processo de diversificação econômica.
"Embora Angola já tenha dado alguns passos, ambos os países ainda enfrentam taxas elevadas de desemprego. Esta troca de experiências poderá ajudar a encontrar caminhos para sair dessa situação. No fundo, são dois países com desafios econômicos e financeiros semelhantes e que agora procuram soluções conjuntas. Ainda assim, trata-se de uma visita de cortesia do presidente Chapo a Angola", considerou,