Cidadãos lusófonos que pretendam entrar em Portugal com um visto CPLP vão ter de comprovar meios de subsistência até arranjarem trabalho, segundo fonte governamental.
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De acordo com o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Cesário, a entrada em Portugal de imigrantes da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) vai ser "mais exigente".
No visto para a procura de trabalho, "a pessoa vai ter de demonstrar que tem condições para subsistir em Portugal enquanto andar à procura de trabalho", disse.
No seguimento das alterações à Lei dos Estrangeiros, que entraram em vigor em 30 de outubro de 2022, os cidadãos da CPLP ficaram com a concessão de vistos simplificada, ficando dispensados de "comprovativo de meios de subsistência".
Teriam, neste caso, de apresentar um termo de responsabilidade de um português ou estrangeiro residente em Portugal que garanta a sua subsistência e o seu alojamento.
Esse comprovativo vai voltar a ser necessário, tendo o Governo dado já orientações nesse sentido.
"O que nós queremos é que as pessoas que venham para Portugal, que venham com a defesa plena dos seus direitos, mas sem correrem situações de autêntica marginalidade, pobreza, isolamento, que não é bom para eles e nem é bom para país", adiantou o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas.
E reforçou: "Portugal, se precisa de mão-de-obra, tudo muito bem, recorre a mão-de-obra estrangeira, mas tem de garantir os direitos das pessoas que vêm; mas também não tem as portas escancaradas para vir qualquer pessoa, que depois fica por aí ao deus dará, muitas vezes sem poder garantir a sua subsistência".
Reflexões Africanas: Desafios e perspetivas da CPLP
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José Cesário acredita que "estas alterações poderão resultar numa regulação deste setor e, sobretudo, uma maior defesa dos direitos dos cidadãos e também uma maior defesa dos direitos do país".
Por outro lado, os vistos CPLP vão deixar de se sobrepor a todos os outros.
"Quando o visto CPLP surgiu sobrepunha-se a todos os outros. Agora, estamos a implementar uma alteração, uma mudança, que é a pessoa poder optar se quer um visto CPLP ou outro tipo de visto", explicou.
Para José Cesário, "o facto de [um cidadão] vir de um país CPLP não terá de obrigar um cidadão a ficar sempre com um visto CPLP".
E adiantou que há muitas pessoas que se sentem penalizadas e que não querem o visto CPLP, mas sim "um visto diferente, que lhes permita uma autorização de residência normal, que por sua vez lhe permita uma circulação na União Europeia, no espaço Schengen, e isso não se verificava".
O facto de os portadores de Autorização de Residência CPLP não poderem circular na União Europeia é uma "queixa absolutamente recorrente" destes imigrantes.
"Já sou sensível a ela há muito tempo e essa é uma alteração a prosseguir de imediato", disse, indicando que já assinou a portaria que vai permitir esta mudança.
A CPLP integra Portugal, Cabo Verde, Brasil, Timor-Leste, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, São Tomé e Príncipe, Angola e Moçambique.
São Tomé e Príncipe: XI Jogos Juvenis da CPLP
Arrancaram este sábado (21.07), em São Tomé e Príncipe, os XI Jogos Juvenis da CPLP. São esperadas mais de 650 pessoas no país, sede dos jogos pela primeira vez desde a institucionalização do evento, em 1991.
Foto: DW/R. Graça
XI Jogos Juvenis da CPLP
Futebol, basquetebol, atletismo, taekwondo e voleibol são modalidades desta edição dos XI Jogos Juvenis da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). As autoridades de São Tomé e Príncipe acolhem centenas de atletas, juízes, apoio médico e demais delegações vindas de vários países da comunidade.
Foto: DW/R. Graça
Desporto e solidariedade
Cerca de 350 atletas e mais de 150 técnicos, entre equipas médicas e árbitros, participam nos jogos. Para a CPLP, os jogos têm como objetivo o reforço da solidariedade entre os cidadãos dos países da Comunidade, além de um legado de infraestruturas desportivas e escolares.
Foto: DW/R. Graça
Expetativas em alta
Do lançamento à abertura, foram seis meses de expetativas, que culminaram no sábado (21.07), no estádio, e ao som do hino desta edição dos jogos. As delegações participantes desfilaram na arena, na presença de milhares de espectadores, e num dia que ficará na memória de todos os são-tomenses.
Foto: DW/R. Graça
Uma cerimónia às cores
Trajadas de cores representativas das suas bandeiras, as respetivas delegações desfilaram no Estádio Nacional 12 de julho ao ritmo do hino dos jogos, para a alegria de milhares de pessoas que assistiram à cerimónia de abertura em São Tomé.
Foto: DW/R. Graça
Presidente marca presença
O Presidente da República, Evaristo Carvalho, esteve na abertura dos jogos e desejou aos atletas "boa sorte". O chefe de Estado enalteceu a iniciativa que São Tomé e Príncipe está a sediar pela primeira vez. Segundo o Presidente são-tomense, o evento é uma "forma de promover o desporto e a prática de atividade física que serve para tirar os jovens do caminho das drogas".
Foto: DW/R. Graça
Guiné Equatorial ausente dos Jogos
A Guiné Equatorial não marcou presença nos jogos da CPLP de São Tomé e Príncipe. Um voluntário, porém, desfilou com a bandeira do país que tem Teodoro Obiang no poder. O gesto foi testemunhado pela secretária executiva da CPLP, Maria do Carmo Silveira, que também assistiu à cerimónia de abertura.
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Goleada no futebol
A seleção sub-16 de Angola bateu São Tomé e Príncipe por 7-0. Uma goleada que deixou centenas de são-tomenses desiludidos com a equipa técnica da federação do seu país. O futebol é uma modalidade que, há vários anos, na opinião de muitos são-tomenses, não tem representado o país da melhor forma nas provas internacionais.
Foto: DW/R. Graça
Mulheres mostram força
No voleibol de praia, as mulheres mostraram a sua força este fim de semana. Para a próxima fase, porém, seguem apenas as mais fortes - as duplas femininas de Portugal, Brasil, Moçambique e Cabo Verde.
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CPLP apoia a preservação da água
26 anos depois da primeira edição dos Jogos Juvenis da CPLP - que aconteceram em Portugal, em 1992 -, a edição atual e os jovens participantes apoiam a campanha da preservação água, um bem precioso.