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Vladimir Putin autoriza uso alargado de armas nucleares

DW (Deutsche Welle) | Lusa | EFE
19 de novembro de 2024

Depois de os EUA terem autorizado a Ucrânia a atacar solo russo com mísseis de longo alcance, o Presidente Putin aprovou um decreto que permite responder com armas nucleares a ataques que ameaçem a soberania da Rússia.

Vladimir Putin, Presidente da Rússia
O Presidente russo, Vladimir Putin, já tinha ordenado as alterações à doutrina nuclear em setembroFoto: Sergey Bobylev/Sputnik/REUTERS

A nova doutrina nuclear permite uma utilização mais alargada das armas nucleares, afirmando, por exemplo, que qualquer ataque convencional à Rússia apoiado por uma potência nuclear pode ser considerado um ataque conjunto à Rússia.

O documento também considerará um "ataque conjunto" a agressão de um país que carece de armas atómicas, mas que conta com o apoio de uma potência nuclear. 

Publicado no portal de documentos legais das autoridades russas, o decreto visa "melhorar a política estatal no domínio da dissuasão nuclear" e contempla a sua entrada em vigor a partir da mesma assinatura do Presidente Vladimir Putin.

A assinatura do decreto, que descreve as ameaças que que levariam a liderança russa a considerar um ataque nuclear, ocorre quando se assinalam mil dias da ofensiva russa contra a Ucrânia.

O Presidente russo já tinha ordenado as alterações à doutrina nuclear em setembro e os EUA, a União Europeia (UE) e a Ucrânia condenaram os seus planos "irresponsáveis" de alteração.

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Resposta aos EUA

A medida surge depois de o Presidente norte-americano, Joe Biden, ter autorizado a Ucrânia a utilizar mísseis de longo alcance fornecidos pelos Estados Unidos contra alvos no interior do território russo, num contexto de intensificação dos ataques das tropas de Moscovo na Ucrânia.

Os mísseis ATACMS, com um alcance máximo de várias centenas de quilómetros, deverão permitir à Ucrânia atingir os locais de logística do exército russo e os aeródromos de onde descolam os bombardeiros.

Deveriam ser inicialmente utilizados na região fronteiriça russa de Kursk, onde soldados norte-coreanos foram destacados para apoiar as tropas russas, segundo a imprensa dos EUA, que citou funcionários norte-americanos que falaram sob anonimato.

A decisão de Washington de autorizar a Ucrânia a utilizar estes mísseis foi uma reação à presença do destacamento de tropas norte-coreanas, segundo as mesmas fontes.

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