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Literatura

Words Mozambique, uma agência ambiciosa

24 de outubro de 2016

Agência moçambicana de promoção de escritores procura uma lugar no mercado internacional. Na Feira do Livro de Frankfurt a Words Mozambique esteve lá a tentar dar-se a conhecer e vender a literatura de Moçambique.

Amarildo Ajasse, gestor da Words Mozambique, na Feira do Livro de Frankfurt, AlemanhaFoto: DW/N.Issufo

Na maior feira do livro do mundo, que decorreu de 17 a 23 de outubro em Frankfurt, Alemanha, a DW África andou "a caça" de representantes dos PALOP, Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa. Foi como procurar uma agulha no palheiro. Mas diz-se que quem procura acha, e foi num dos enormes pavilhões que encontramos um pequeníssimo stand de Moçambique, sem muita visibilidade, mas com um representante ousado, ambicioso e empreendedor: Amarildo Ajasse. Ele quer levar a literatura do seu país as luzes da ribalta, a um palco já dominado por "dinossauros" com centenas de anos. Conversamos com ele:

DW África: Quem representa aqui na Feira do Livro de Frankfurt?

Amarildo Ajasse (AA): [Represento] a Words Mozambique, uma agência que se ocupa da promoção dos escritores moçambicanos a nível internacional. Por questões linguísticas e de desenvolvimento da nossa literatura não temos tido a oportunidade de fazer com que ela seja conhecida além fronteiras. E sendo a Feira do Livro de Frankfurt a mais importante do mundo, desde o ano passado tenho estado a tentar fazer com que a literatura moçambicana seja representada aqui na feira. É uma representação muito diferente, porque é verdade que alguns escritores moçambicanos estão representados, mas essa representação é feita através de editoras portuguesase não por uma instituição moçambicana. Então, esse é o meu objetivo, representar a literatura moçambicana e ter a oportunidade de aprender como estar e como funciona o mercado editorial mundial. Não só por uma questão de representação, penso que no diálogo mundial é importante que a voz de Moçambique se possa fazer ouvir.

Amarildo Ajasse no stand da sua empresaFoto: DW/N.Issufo

DW África: Todos os autores moçambicanos sentem-se parte deste projeto?

AA: Este é um projeto que na verdade terá uma tendência a expandir-se. Como todas as agências os escritores podem contactar-nos, fazer chegar os seus manuscritos e nós vamos analisar para ver se podemos representá-los a nível internacional ou não, porque nós vamos optar pela qualidade. Não vamos representar todos os escritores, só os que têm uma certa qualidade. Um dos workshops que tivemos, ligado à tradução e publicação de títulos nacionais a nível interncional, uma das questões [debatidas] foi: será que todos os livros podem ser traduzidos para outras línguas? Então, com com base nesse critério, tive a oportunidade de aprender aqui, que vamos procurar [os autores]. Se reparar aqui no stand estão representados todos os escritores de Moçambique e de diversas gerações. Não pude trazer mais livros porque o critério que usei foi ter contactado os escritores antes e não pude trazer os livros daqueles que não responderam. E temos um website em construção onde se pode ter acesso as características do livro.

DW África: O que já conseguiu na feira? Diz que participa no evento desde o ano passado...

AA: Estou preocupado com a questão da participação de Moçambique não de uma forma esporádica, mas de forma continua. No ano passado eu não tinha um stand, estava como "trade visitor" (comerciante visitante), mas este ano já tenho um stand. Então, as coisa vão gradualmente crescendo. E nesta semana em Frankfurt já estou a preparar encontros preparatórios para eventuais atividades do próximo ano. Já conheço as datas da feira do próximo ano, assim sucessivamente vão prosseguir. Não vai ser um processo fácil, mas penso que estão criadas as condições para poder avançar nisso.  

online amarildo ajasse - MP3-Mono

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