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PolíticaAlemanha

Xi Jinping reúne-se com chanceler alemão Olaf Scholz

DW (Deutsche Welle) | Reuters | Lusa
16 de abril de 2024

Presidente chinês, Xi Jinping, pediu hoje ao chanceler alemão, Olaf Scholz, que encare as relações bilaterais numa "perspetiva estratégica e de longo prazo". Scholz está na reta final de uma visita de três dias à China.

O Presidente chinês Xi Jinping (à dir.) recebeu hoje o chanceler alemão, Olaf Scholz, em Pequim
O Presidente chinês Xi Jinping (à dir.) recebeu hoje o chanceler alemão, Olaf Scholz, em PequimFoto: Michael Kappeler/dpa/picture alliance

"As transformações no mundo estão a acelerar e a humanidade enfrenta riscos e desafios crescentes. Para resolver estes problemas, as grandes potências devem trabalhar em conjunto", disse Xi Jinping, citado pela televisão estatal CCTV.

"China e Alemanha são a segunda e terceira maiores economias do mundo e precisam de consolidar e desenvolver as suas relações", acrescentou o líder chinês.

Na reunião à porta fechada, Xi lembrou que os laços entre os dois países têm um impacto "importante" na eurásia e em "todo o mundo", pelo que Pequim e Berlim devem "injetar mais estabilidade e certezas" no cenário internacional.

O Presidente chinês garantiu ao chanceler alemão que a cooperação entre China e Alemanha "não é arriscada" e que ambas as partes devem "ter cuidado com o crescente protecionismo".

"Não há riscos na nossa cooperação. A nossa cooperação é uma garantia para a estabilidade das nossas relações e uma oportunidade para criar um futuro", disse Xi Jinping.

"Existe um enorme potencial, quer em domínios tradicionais como a maquinaria e os automóveis, quer em novos domínios como a transformação ecológica, a digitalização e a inteligência artificial", informou o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês em comunicado.

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Paz na Ucrânia

Segundo a correspondente da DW Michaela Kuefner, que viajou até à China com a comitiva de Olaf Scholz na China, a delegação não deu muitas informações sobre o encontro, limitando-se a dizer que as conversações tinham sido "boas".

Na terça-feira (15.04), o chanceler alemão disse que ia debater a paz na Ucrânia com o Presidente chinês. "A minha reunião com o Presidente Xi também se centrará na forma como podemos contribuir mais para uma paz justa na Ucrânia", afirmou Scholz na plataforma social X.

Os países ocidentais têm procurado isolar a Rússia desde a invasão da Ucrânia em fevereiro de 2022. No entanto, apesar de permanecer externamente neutro, Pequim continua a ser o aliado mais importante do Kremlin.

Olaf Scholz visitou o Centro de Inovação da Covestro, em XangaiFoto: Michael Kappeler/dpa/picture alliance

Visita à China na reta final

Olaf Scholz conclui hoje a sua visita de três dias à China, que começou no domingo (14.04), na cidade de Chongqing, onde visitou uma fábrica de uma empresa alemã dedicada à produção de propulsores de hidrogénio sustentáveis.

Na segunda-feira, em Xangai, o chanceler defendeu que o mercado europeu deve estar aberto aos carros chineses, mas advertiu contra a utilização de práticas comerciais desleais e defendeu que a concorrência deve ser "justa".

Embora a economia alemã tenha beneficiado da procura chinesa de produtos como automóveis e produtos químicos, os laços têm sido tensos, com as empresas alemãs a argumentarem que enfrentam barreiras injustas no mercado chinês.  

Num discurso na Universidade de Tongji, em Xangai, Olaf Scholz recordou ainda que, quando os automóveis japoneses e sul-coreanos foram lançados no mercado europeu, se temia que conquistassem completamente o mercado. "Atualmente, há carros japoneses na Alemanha e carros alemães no Japão. E o mesmo se aplica à China e à Alemanha", lembrou.

A visita insere-se na nova estratégia do Governo alemão em relação ao país asiático, que considera "parceiro, concorrente e rival", e visa também sublinhar perante Pequim a importância da China como mediadora em conflitos como a guerra na Ucrânia.

A imprensa chinesa sublinhou que a visita demonstra que a China e a Alemanha são "parceiros que podem trabalhar em conjunto para fazer face à mudança" e que a cooperação bilateral ainda tem "um grande potencial".

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