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Turismo na Zâmbia: Nacionais sentem-se excluídos

Glory Mushinge
22 de abril de 2022

Apesar de se mostrar satisfeita com as novas medidas do Governo zambiano para alavancar o setor, a população sente-se impedida de desfrutar do turismo tal como os estrangeiros e pede políticas mais abrangentes.

Cataratas Vitória: uma das sete maravilhas naturais do mundo
Cataratas Vitória: uma das sete maravilhas naturais do mundoFoto: imago/Xinhua

O Governo da Zâmbia reduziu o custo dos vistos de turismo em 50% para impulsionar o setor e quem chega ao país já não precisa de um teste negativo de Covid-19 se tiver a vacinação completa.

Muitos zambianos saúdam as medidas, mas alguns defendem políticas que facilitem o acesso a locais turísticos no país também para os nacionais. Argumentam que os estrangeiros conseguem apreciar a beleza da Zâmbia, mas os locais acabam muitas vezes por ficar de fora uma vez que os operadores turísticos cobram preços exorbitantes para alojamento e atividades turísticas.

Brian Sakala, empresário em Lusaka, conta que fica por vezes sobrecarregado com a azáfama da vida na capital. Mas, como para muitos outros zambianos, dias de descanso em locais mais turísticos do país, continuam a ser uma miragem.

"É muito insensato dar incentivos aos estrangeiros e deixar de fora o seu próprio povo. Deus abençoou-nos com todos esses recursos naturais para que possamos desfrutar, como zambianos mas os estrangeiros é que são o primeiros a ter esse privilégio", argumenta Brian Sakala.

Atração turística na Zâmbia 

A Zâmbia possui um potencial turístico enorme e ainda inexplorado. Orgulha-se de acolher parte das Cataratas Vitória, uma das sete maravilhas naturais do mundo.

Zâmbia: Protegendo as Cataratas de Vitória

01:16

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Alguns empresários tiraram partido deste potencial construindo, por exemplo, alojamentos e parques e, na sua maioria, tendem a introduzir taxas de entrada nos locais perto das suas instalações. 

Gift Kashibaya é residente em Livingstone, a capital turística da Zâmbia, e lamenta não conseguir aceder facilmente ao rio Zambeze.

"Para se poder ver as melhores partes do rio Zambeze, em Livingstone, é preciso passar por algumas pousadas e por vezes ir [à] fronteira do Zimbabué, onde se paga uma taxa. Lá é possível ver as Cataratas de forma agradável e mais de perto", lembra Kashibaya.

Nacionais em desvantagem

Donald Chomba, operador turístico de viagens, admite que os nacionais estão em desvantagem. "É por isso que o nosso turismo local nunca chegará ao mercado", conclui.

"Não ficaria surpreendido se três quartos da população da Zâmbia nunca tivessem sequer visto as Cataratas Vitória ou tivessem ido ao lago Kariba. Esses alojamentos discriminam a população local ou os fazem pagar taxas, só para entrar nas instalações, penso que é errado", afirma Donald Chomba.

Por sua vez, Bwembya Kapapa, residente de Lusaka espera que o governo intervenha e sugere a redução para metade das tarifas de alojamento e outras atividades turísticas aos locais.

"As pousadas que cobram aos locais desencorajam as pessoas a verem o que também é delas. Estou certo de que o Ministro do Turismo vai agir para que mais incentivos possam ser dados aos zambianos, para que possamos também beneficiar. O país também irá beneficiar, com cobrança de receitas tanto a estrangeiros como a nacionais", diz Bwembya Kapapa.

A DW em Lusaka contactou proprietários do alojamento para perceber o porquê da cobrança dessas taxas, mas nenhum respondeu às questões.

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