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Zelenski: "A vida vencerá a morte"

gcs | cm | com agências
2 de março de 2022

Combates continuam em várias cidades ucranianas. Rússia anunciou que controla Kherson. Presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, diz que quase 6.000 tropas russas foram mortas em seis dias de guerra.

Foto: Ukraine Presidency press service/AFP

- Pelo menos 21 pessoas morreram durante bombardeamentos na cidade de Kharkiv, paraquedistas russos aterraram na cidade

- Rússia diz que controla a cidade de Kherson, no sul do país

- Presidente ucraniano pede fim dos bombardeamentos e continuação das negociações de paz

- EUA anunciam fecho do espaço aéreo a aviões russos

Última atualização às 09:27 (UTC - Tempo Universal Coordenado)

 

O Presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, pede um cessar-fogo para se poder avançar com as negociações de paz.

"Não se pode sentar [para conversações] quando os aviões estão a sobrevoar e o bombardeamento continua", afirmou Zelenski. "Somos a favor do diálogo, sim, mas, no mínimo, os bombardeamentos têm de parar."

Paraquedistas russos aterraram esta quarta-feira (02.03) em Kharkiv, a segunda maior cidade da Ucrânia, no leste do país.

"Estão a decorrer combates", anunciou o Exército ucraniano na rede social Telegram, "atacaram um hospital". Os bombardeamentos na cidade fizeram, pelo menos, 21 mortos e dezenas de feridos.

Incêndio na cidade de Kharkiv após bombardeamento russoFoto: Ukraine Emergency Ministry press service/AFP

Rússia diz controlar a cidade de Kherson

Durante a noite, um ataque com míssil cruzeiro na cidade de Zhytomyr, 120 quilómetros a oeste da capital, atingiu um bloco residencial e provocou quatro vítimas mortais civis, incluindo uma criança.

As tropas russas anunciaram, entretanto, ter tomado a cidade de Kherson, no sul do país. Mariupol, no sudeste, terá sido bloqueada e está sob forte ataque, de acordo com as últimas informações divulgadas pela imprensa.

"Estamos a lutar, não desistimos de defender a nossa pátria", afirmou Vadim Boichenko, presidente da Câmara de Mariupol, em direto na televisão ucraniana.

Numa mensagem de vídeo, o Presidente Volodimir Zelenski disse que a Rússia está a tentar "apagar" os ucranianos, o seu país e a sua história. Referiu, por outro lado, que quase 6.000 tropas russas foram mortas nos primeiros seis dias de guerra.

Ucrânia, Estado-membro da UE?

O Presidente ucraniano pediu ainda apoio internacional à sua candidatura à União Europeia, frisando que "não há tempo" para adotar uma postura de neutralidade.

Na terça-feira, Zelenski recebeu uma forte ovação dos eurodeputados durante uma sessão plenária extraordinária do Parlamento Europeu dedicada aos confrontos na Ucrânia.

"Hoje, a União Europeia e a Ucrânia estão mais próximas do que nunca", frisou a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. "Se [o Presidente russo, Vladimir] Putin procurava dividir a UE, enfraquecer a NATO e quebrar a comunidade internacional, conseguiu exatamente o oposto".

Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, durante ovação de pé ao chefe de Estado ucranianoFoto: Virginia Mayo/AP Photo/picture alliance

O Parlamento Europeu aprovou uma resolução pedindo às instituições da União Europeia esforços para reconhecer a Ucrânia como candidata à adesão ao bloco comunitário e para sancionar mais severamente a Rússia.

Volodimir Zelenski deixou um apelo: "Sem vocês, a Ucrânia fica sozinha. Já provámos a nossa força. Provámos que, no mínimo, somos exatamente iguais a vocês. Provem que estão connosco, provem que não nos vão deixar sozinhos. Provem que são verdadeiramente europeus, e a vida vencerá a morte, a luz vencerá a escuridão."

Também na terça-feira, no primeiro discurso de Joe Biden sobre o Estado da União, o Presidente norte-americano reafirmou que o país não enviará tropas para a Ucrânia, mas prometeu defender "cada milímetro" de território da NATO.

Biden anunciou ainda que os EUA vão fechar o espaço aéreo a aviões de companhias russas em resposta à invasão da Ucrânia.

"Vamos juntar-nos aos nossos aliados", disse Biden, "isolando ainda mais a Rússia e colocando pressão adicional na economia".

Ataque russo a torre de tevisão em KievFoto: UKRAINIAN INTERIOR MINISTRY PRESS SERVICES/AFP

Destruição de memorial judaico

Esta quarta-feira, o Presidente ucraniano insurgiu-se contra a destruição de um memorial às vítimas do Holocausto na zona de Babi Yar, nos arredores da capital ucraniana, Kiev. O memorial fica junto a uma torre de televisão, bombardeada pelo Exército russo.

"É importante que milhões de judeus em todo o mundo não fiquem em silêncio", pediu Zelenski. "O nazismo nasceu em silêncio. É preciso gritar [para denunciar] que os civis estão a ser mortos. É preciso gritar porque os ucranianos estão a ser assassinados."

Zelenski tem, ele próprio, raízes judaicas. Baby Yar foi o local onde as tropas da Alemanha nazi massacraram 34 mil judeus e cidadãos de origem cigana em 1941.

O Presidente russo, Vladimir Putin, diz que a "operação militar especial" na Ucrânia é para "desmilitarizar" e "desnazificar" o país.

Voluntários ucranianos ajudam no esforço de guerra

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