O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse esta segunda-feira (18.08) na Casa Branca que está pronto para reunir com o Presidente russo, Vladimir Putin, para pôr fim à invasão russa ao seu país. 

"A Rússia propôs primeiro uma reunião bilateral entre a Ucrânia e a Rússia e, em seguida, uma reunião trilateral", destaca antes de garantir o seguinte: "Estamos prontos para qualquer formato ao nível da liderança, porque só ao nível da liderança podemos resolver todas estas questões complexas e dolorosas. Por isso, confirmei, e todos os líderes europeus apoiaram-me, que estamos prontos para uma reunião bilateral".

É a grande conclusão da reunião na Casa Branca entre o Presidente dos EUA, Donald Trump, Zelensky e a frente unida europeia, representada pelos líderes alemão, Friedrich Merz; francês, Emmanuel Macron; e britânico, Keir Starmer. Estiveram ainda presentes a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, o secretário-geral da NATO, Mark Rutte, a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, e o chefe Estado da Finlândia, Alexander Stubb.

Tal como havia ocorrido em fevereiro, Donald Trump abriu as portas à comunicação social para acompanhar de perto todas as conversas em torno da guerra na Ucrânia. Num primeiro momento, o Presidente dos EUA reuniu com o hómologo ucraniano no famoso Salão Oval da Casa Branca.

Trump procura acordo de segurança

Seis meses depois da primeira reunião entre Zelensky e Trump, que viralizou pela troca de palavras mais acesas, desta feita, o tom foi muito diferente. Após uma conversa de abertura entre sorrisos e elogios, os dois líderes entraram no tema da guerra.

Donald Trump partilhou a sua crença: "Bem, veja, a guerra vai acabar. Quando vai acabar, não sei dizer, mas a guerra vai acabar, e este senhor quer que ela acabe, e Vladimir Putin quer que ela acabe. Acho que o mundo inteiro está cansado dela".

No entanto, afirmou que é dificil que haja um cessar-fogo e tem outra proposta: "Mas podemos chegar a um acordo em que trabalhamos num acordo de paz enquanto eles lutam. Eles têm de lutar. Gostaria que parassem. Gostaria que parassem. Mas, estrategicamente, isso poderia ser uma desvantagem para um dos lados".

E sem o tão desejado cessar-fogo do lado ucraniano, Zelensky reafirmou a necessidade de garantia de total segurança para a Ucrânia: "Na verdade, inclui duas partes. Primeiro, um Exército ucraniano forte. Foi isso que comecei a discutir com os seus colegas. E tem muito a ver com armas, pessoas, missões de treino e inteligência. E, segundo, vamos discutir com os nossos parceiros. Depende dos grandes países, dos Estados Unidos, de muitos dos nossos amigos".

UE defende cessar-fogo

Puxando a cassete à frente, foi a vez da frente unida europeia se juntar à conversa com Trump e Zelensky. Os líderes europeus presentes voltaram a carregar na necessidade de um cessar-fogo e garantias de segurança para a Ucrânia.

O chanceler alemão, Friedrich Merz,  disse que o caminho para a paz está aberto e que este é um momento decisivo: "Os próximos passos são os mais complicados agora. O caminho está aberto. Vocês abriram-no na sexta-feira passada, mas agora o caminho está aberto para negociações complicadas".

E Merz não escondeu o seu desejo: "Para ser sincero, todos nós gostaríamos de ver um cessar-fogo. As últimas notícias da próxima reunião. Não consigo imaginar que a próxima reunião aconteça sem um cessar-fogo, então vamos trabalhar nisso. Gostaria de ver um cessar-fogo a partir da próxima reunião, que deve ser uma reunião trilateral. Onde quer que ela aconteça.»

De acordo com o jornal alemão BILD e o canal televisão norte-americano CNN, Trump chegou a interromper a reunião para ligar ao presidente russo, Vladimir Putin, para o colocar a par do que foi debatido na Casa Branca.

No que toca à tão antecipada reunião trilateral entre Putin-Trump-Zelensky, o Presidente dos EUA recorreu à rede social Truth Social para anunciar que primeiro, está a planear um encontro entre os protagonistas do conflito: colocar frente a frente Vladimir Putin e Volodymyr Zelensky.

Apesar de não ter anunciado qualquer data, o chanceler alemão, Friedrich Merz anunciou à imprensa que o encontro deverá acontecer nos próximos 14 dias.