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SaúdeZimbabué

Zimbabué liberta alguns reclusos para reduzir Covid-19

AP | tm
17 de abril de 2021

O Zimbabué começou a libertar cerca de 3 mil prisioneiros com objetivo de reduzir a ameaça de Covid-19 nas prisões, já superlotadas. Reclusos detidos por crimes não violentos têm prioridade.

Simbabwe | Chikurubi Maximum Gefängnis
A prisão de Chikurubi na capital do Zimbabué, Harare.Foto: Getty Images/AFP/J. Njikizana

Neste sábado (17.04), cerca de 400 prisioneiros foram libertados da prisão de Chikurubi, e outras prisões na capital, Harare, sendo prevista liberdade a reclusos também de outras prisões em todo o país.

As prisões do Zimbabué têm capacidade para 17 mil prisioneiros, mas mantinham cerca de 22 mil antes da amnistia agora declarada pelo Presidente Emmerson Mnangagwa.

Aqueles a serem libertados tinham sido condenados por crimes não violentos. Já aqueles que foram condenados por crimes como homicídio, tráfico de pessoas, e abusos sexuais não se beneficiarão.

Além disso, todas as mulheres presas por crimes não violentos, e que tenham já cumprido um terceiro das suas sentenças, serão libertadas, assim como todos os deficientes condenados por crimes não violentos.

Mnangagwa também comutou sentenças de morte a prisão perpétua para muitos prisioneiros no corredor da morte. No Zimbabué ainda vigora a pena de morte, mas o país não executou ninguém por enforcamento nos últimos anos.

A atual amnistia "vai ainda mais longe" para reduzir despesas e a ameaça de propagação do vírus nas prisões, disse Alvord Gapare, o comandante para as prisões em Harare. Segundo o mesmo, as prisões na capital registaram 173 infeções e uma morte.

Foto: Jekesai Njikizana/AFP/Getty Images

Covid-19 no Zimbabué

O Zimbabué contabiliza 37.534 casos de Covid-19, incluindo 1.551 mortes até este sábado (17.04), de acordo com o Centro Africano de Prevenção e Controlo de Doenças.

As autoridades suspenderam as visitas às prisões enquanto eram feitos planos para vacinar os reclusos, como parte das medidas para combater a propagação do vírus, disse Gapare.

A suspensão das visitas foi "dura" para os reclusos, disse Patience Gabhure, que esteve entre os reclusos que foram libertados neste sábado (17.04).

"Nunca há comida suficiente na prisão e passamos fome porque as nossas famílias não nos podiam trazer comida. Foi o momento mais difícil da minha vida prisional", disse Ghabure, que esteve encarcerado durante seis meses pelo motivo de agressão.

Ativistas políticos enviados para as prisões falam de condições terríveis que colocam os reclusos em risco, tanto de fome como de surto de doenças.

Numa outra resposta à pandemia, o Zimbabué cancelou as comemorações do Dia da Independência, previstas para 18 de abril, também para combater o propagação da Covid-19.

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