Autoridades do Zimbabué anunciaram esta segunda-feira a morte de um dos dois pacientes infetados com o novo coronavírus.
Publicidade
O paciente de 30 anos de idade tinha regressado ao Zimbabué a 9 de março, via Joanesburgo, depois de uma estadia em Nova Iorque, nos Estados Unidos da América. A notícia da morte foi confirmada esta segunda-feira (23.03) pelo ministro da Saúde e Bem-Estar Infantil, Obediah Moyo, e divulgada pela emissora estatal Zimbabwe Broadcasting Corporation (ZBC).
Segundo o Governo, o paciente começou a sentir sintomas ligeiros a 12 de março e tinha sido instruído a ficar de quarentena.
O Presidente zimbabueano, Emmerson Mnangagwa, declarou na semana passada o coronavírus como um "desastre nacional". Concentrações de mais de 100 pessoas estão proibidas, foram cancelados eventos públicos e o Governo mandou fechar as escolas. Ainda assim, já depois de serem implementadas as restrições, o chefe de Estado zimbabueano participou num comício no leste do país onde se juntaram várias centenas de pessoas.
No sábado (21.03), Mnangagwa foi também até Windhoek, para participar na cerimónia da tomada de posse do homólogo namibiano, Hage Geingob. Na cerimónia estiveram também os presidentes do Botswana, Mokgweetsi Masisi, e de Angola, João Lourenço.
O chefe de Estado angolano foi criticado por sair do país após decretar o fecho das fronteiras. João Lourenço negou, no entanto, que tenha dado um "mau exemplo" aos cidadãos angolanos.
"A consciência diz-me que não violei nenhuma norma fundamental", afirmou Lourenço à televisão pública TPA.
O chefe de Estado lembrou que o decreto presidencial abre "algumas exceções", incluindo "circunstâncias extraordinárias" que permitem ao chefe de Estado fazer visitas ao exterior.
Onde se podem esconder os coronavírus
Vírus por toda parte: nos alimentos, no pacote do correio, até no próprio cão de estimação? O Departamento de Avaliação de Risco da Alemanha esclarece o que se sabe sobre o coronavírus.
Foto: picture-alliance/dpa/Jagadeesh Nv
Animais silvestres são tabu
Há fortes indícios de o coronavírus ter sido transmitido inicialmente aos seres humanos por um morcego. O animal, porém, não teve qualquer culpa: ele foi possivelmente servido como iguaria. E agora os seres humanos amargam a "maldição do morcego que virou sopa"... Um efeito positivo do surto de covid-19 é a China ter proibido o consumo de carne de animais selvagens.
Foto: picture-alliance/Photoshot/H. Huan
Maçanetas contaminadas
Os coronavírus conhecidos permanecem infecciosos em superfícies como maçanetas por quatro a cinco dias, em média. Os especialistas partem do princípio que os conhecimentos sobre as variedades já estudadas se aplicam ao novo coronavírus. Assim, como todas as infecções por gotículas, também este novo coronavírus Sars-CoV-2 muito provavelmente propaga-se por mãos e superfícies tocadas com frequência.
Em princípio, os coronavírus contaminam pratos ou talheres se alguém infectado espirra ou tosse diretamente neles. Por isso é necessário certo cuidado durante o almoço no refeitório do trabalho. No entanto, o Departamento Federal alemão de Avaliação de Riscos (Bundesinstitut für Risikobewertung - BfR) enfatiza que "até agora não se sabe de infecções com o Sars-CoV-2 por esse meio de transmissão".
Foto: picture-alliance/dpa/Jagadeesh Nv
Medo de produtos importados?
Até o momento não há nenhum caso em que o coronvírus foi transmitido através de produtos importados. Os estudos sugerem que o novo coronavírus seja relativamente instável em termos ambientais: os patógenos permaneceriam infecciosos durante vários dias sobretudo a temperaturas baixas e alta humidade atmosférica. Mas segundo o BfR, pais não precisam temer contágio através de brinquedos importados.
Foto: Ivivse/Karin Banduhn
Vírus pelo correio?
Em geral, os coronavírus humanos não são especialmente resistentes sobre superfícies secas. Como a sua estabilidade fora do organismo humano depende de diversos fatores ambientais, como temperatura e humidade, o BfR considera "improvável" um contágio por encomendas de correio – embora ressalvando ainda não haver dados mais precisos sobre o Sars-CoV-2.
Foto: picture-alliance/dpa/T. Weller
Legumes e frutas do mercado
Igualmente improvável é a transmissão do coronavírus Sars-CoV-2 através de alimentos contaminados, na avaliação do BfR. Não são conhecidos casos comprovados. Mas lavar cuidadosamente as mãos antes de preparar a refeição é mandatório nos tempos da covid-19. Como os vírus são sensíveis ao calor, aquecer os alimentos pode reduzir ainda mais o risco de contágio.
Foto: DW/M. Mueia
Longa vida no gelo
Embora os coronavírus conhecidos até ao presente reajam mal ao calor, eles são bastantes resistentes ao frio, permanecendo infecciosos a -20 ºC por até dois anos. Também aqui, contudo, não há qualquer indício de cadeias infecciosas do Sars-CoV-2 por meio do consumo de alimentos, mesmo supercongelados.
Foto: DW/J. Beck
Pingue-pongue entre cães e os donos?
Também o risco de contaminação de animais domésticos é considerado muito baixo pelos especialistas, embora não o descartem. Os próprios animais não apresentam sintomas patológicos. Caso infectados, contudo, é possível transmitirem o coronavírus pelas vias respiratórias ou excrementos.