Fundador do Facebook, Mark Zuckerberg, admite ter errado ao não informar o Governo norte-americano sobre recolha de dados da empresa Cambridge Analytica.
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O fundador do Facebook, Mark Zuckerberg, esteve esta terça-feira (10.04) no Congresso norte-americano para prestar declarações sobre o escândalo que envolve a Cambridge Analytica, uma empresa que está a ser acusada de usar sem consentimento a informação de 87 milhões de utilizadores a favor da campanha eleitoral de Donald Trump.
Na primeira de duas audiências onde Zuckerberg marcará presença, 44 dos 100 senadores que integram o Congresso quiseram questionar o empresário.
"Sr. Zuckerberg, estaria confortável em partilhar connosco o nome do hotel onde ficará esta noite? E partilharia connosco o nome das pessoas com quem trocou mensagens esta semana?", perguntou o senador democrata Dick Durbin.
Zuckerberg: "Foi erro meu e peço desculpa"
Às questões de foro pessoal colocadas ao fundador do Facebook, os senadores responderam com uma gargalhada. Já Zuckerberg disse que não só não partilharia este tipo de informação, como concorda que "todos devemos ter controlo sobre a forma como a informação que partilhamos é utilizada".
No Capitólio, o jovem de 33 anos assumiu-se culpado pelo uso indevido da informação dos utilizadores da sua rede social. E admitiu não ter informado o Governo dos Estados Unidos da América sobre a recolha de dados da Cambridge Analytica em 2015, mesmo depois de saber da sua existência.
"Não tomámos medidas suficientes perante as nossas responsabilidades e foi um grande erro. Foi um erro meu e peço desculpa. Eu criei o Facebook e sou responsável pelo que lá acontece", disse Mark Zuckerberg.
Da Rússia às notícias falsas
A presença de Mark Zuckerberg no Senado norte-americano tinha como foco o escândalo da Cambridge Analytica. No entanto, o fundador do Facebook acabou por ser bombardeado com questões de toda a natureza. As consequências que os dados recolhidos podem ter em eleições de todo o mundo foi um dos temas abordados.
Zuckerberg disse que o Facebook está a colaborar na investigação ao suposto envolvimento da Rússia nas eleições presidenciais de 2016. E garantiu que "a coisa mais importante com que estou preocupado agora é ter a certeza que ninguém irá interferir nas várias eleições que terão lugar em 2018 em todo o mundo".
"Temas populares" podem ser manipulados nas redes sociais
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Em cima da mesa estiveram também as práticas levadas a cabo pelo Facebook para impedir a partilha de discursos de ódio ou as chamadas "fake news" (notícias falsas). Zuckerberg admitiu as falhas da rede social neste campo, mas disse estar a investir em ferramentas de Inteligência Artificial para garantir a segurança da informação.
Mark Zuckerberg garantiu ainda que o Facebook não tem acesso aos dados dos utilizadores do WhatsApp. E voltou a negar o uso dos áudios das chamadas telefónicas dos utilizadores.
No exterior do Capitólio juntaram-se vários cidadãos que quiserem demonstrar o seu descontentamento para com a situação.
Nell Greenberg, do grupo ativista Avaaz, que organizou o protesto, disse que "o mar de notícias falsas divulgadas no Facebook nos últimos anos está a ameaçar a democracia"
"Ele fala sobre conectar pessoas à volta do mundo, no entanto, neste momento o Facebook está a dividir as pessoas. É a altura de Zuckerberg mostrar ao mundo que vai fazer reformas na rede social", afirmou Greenberg.
"Cairo. Cidade aberta" - uma exposição
Certas imagens ficaram gravadas nas memórias das pessoas que assistiram através da televisão à revolução egípcia na Praça Tahrir. As redes sociais ajudaram a espalhar essas imagens do Egito em todo o mundo.
Foto: Mosa'ab Elshamy / Museum Folkwang
As fotos da Praça Tahrir
Certas imagens ficaram gravadas nas memórias das pessoas que assistiram através dos meios de comunicação à revolução egípcia na Praça Tahrir (na foto). As redes sociais ajudaram a espalhar essas imagens em todo o mundo. Será que as imagens refletem de forma exaustiva o que de facto se passou na primavera árabe no Egito?
Foto: Mosa'ab Elshamy / Museum Folkwang
Imagens independentes
“Cairo. Cidade aberta” - é este o título de uma exposição no Museu Folkwang, na cidade alemã de Essen, patente ao público até maio de 2013. Aqui são mostrados vídeos como este com o título “toussy” (foto), produzido pelo grupo de ativistas e realizadores críticos “Mosireen”.
Foto: Jasmina Metwali / Museum Folkwang
Revolucionários da geração facebook?
No mundo ocidental, a revolução egípcia é conotada com as redes sociais. Os organizadores da exposição também sublinham a importância dos meios de comunicação modernos. Ao mesmo tempo salientam que "quem fez a revolução foram as pessoas com coragem e não as redes sociais".
Foto: Jonathan Rashaad / Museum Folkwang
Símbolos da violência
Esta é uma das imagens que se transformou em símbolo da brutalidade do regime do presidente deposto Hosni Mubarak: agentes da polícia agrediram a pontapé uma jovem mulher. A foto do acontecimento correu o mundo. Durante uma marcha de protesto pelas ruas do Cairo, em abril de 2012, um manifestante exibe uma fotografia da ativista agredida. Um exemplo da força que uma imagem é capaz de exercer.
Foto: Jonathan Rashad
Protestos femininos
Muitas mulheres egípcias lutaram pelos seus direitos como ativistas da revolução. Em dezembro de 2011, elas movimentaram-se em direção à associação da imprensa do Cairo, exigindo igualdade de direitos entre homens e mulheres. As suas esperanças, no entanto, não se transformaram em realidade.
Foto: Ali Hazza / Museum Folkwang
Estórias da revolução
Como se relata as estórias individuais daqueles que formaram o movimento revolucionário? Artistas plásticos egípcios procuram novas linguagens estéticas para contar essas estórias individuais. A artista Jasmina Metwaly realizou uma curta metragem com o título “Vou falar sobre a revolução”, na qual são apresentadas diferentes perspetivas dos acontecimentos na Praça Tahrir.
Foto: Nadine Khan; Miriam Mekiwi / Museum Folkwang
A ira e a mudança de regime
Para muitos egípcios a queda do regime Mubarak em fevereiro de 2011 não constitui o fim da revolução. Também o novo presidente Mohammed Mursi é alvo de críticas. A fotografia do jornalista Jonathan Rashaaad mostra cidadãos que se manifestam contra Mursi em frente à sede do partido dos "Irmãos Muçulmanos".
Foto: Jonathan Rashaad / Museum Folkwang
Como sera o futuro do Egito?
A exposição de Essen não foi feita para marcar o fim da revolução egípcia. O objetivo é acompanhar um processo que perdurará durante muitos anos. Os observadores são de opinião que os movimentos pela liberdade no mundo árabe continuarão nos próximos anos. O derrube do regime de Husni Mubarak não trouxe a felicidade para os povos. O Cairo permanece uma cidade com muita agitação social e política.