Ex-Presidente sul-africano Jacob Zuma rejeita ser "o rei dos corruptos" perante comissão de inquérito. Denuncia ainda que é vítima de "um assassínio deliberado" que dura há décadas.
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Jacob Zuma foi ouvido esta segunda-feira (15.07) por uma comissão de inquérito que está a investigar as amplas alegações de corrupção em empresas estatais enquanto esteve no Governo.
Perante a comissão, o antigo Presidente sul-africano negou as acusações que pendem sobre ele, dizendo que elas são parte de uma "conspiração" internacional que começou há mais de 25 anos com o intuito de "assassinar o seu caráter".
Zuma nega acusações de corrupção
"Tem havido uma intenção para me tirar de cena, o desejo de que devo desaparecer", afirmou Zuma.
Segundo o ex-chefe de Estado, as acusações resultam de esforços do anterior regime sul-africano do 'apartheid' e de serviços secretos estrangeiros para o retirarem de altos cargos no seu partido, o Congresso Nacional Africano (ANC).
Jacob Zuma deixou o cargo de Presidente em fevereiro de 2018, pressionado pelo ANC. Foi então substituído pelo seu vice, Cyril Ramaphosa.
Acusações
O ex-Presidente sul-africano enfrenta acusações de corrupção referentes ao período em que esteve no poder, de 2009 a 2018. A mais polémica das acusações é alegadamente ter permitido que a família indiana Gupta tenha usado recursos estatais em benefício próprio. Várias testemunhas implicaram Zuma como o homem que ajudou os Gupta a alegadamente "saquear" o Estado.
Esta é a minha cidade: Cidade do Cabo
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O ex-vice-ministro das Finanças, Mcebisi Jonas, por exemplo, revelou que os Gupta, na companhia do filho de Zuma, Duduzane, lhe prometeram mais de 38 milhões de euros. Em troca, esperava-se que ele assumisse o cargo de ministro das Finanças para tomar decisões que favorecessem os interesses comerciais da influente família indiana.
Os Gupta negam ter cometido qualquer irregularidade. Zuma disse à comissão de inquérito que a sua relação com os Gupta não tinha nada de incomum ou ilegal, acrescentando que a família indiana também tinha relações com os seu dois antecessores, os ex-Presidentes Nelson Mandela e Thabo Mbeki.
Num caso separado, Zuma também é alvo de 16 acusações de corrupção relacionadas com um acordo milionário de compra de armas, assinado no final dos anos 90.
"Desigualdades Globais": pobreza ao lado de riqueza vistas de drones
O Global Media Forum (GMF) da DW é uma das maiores conferências de jornalismo na Alemanha. A edição de 2018 teve como lema as "Desigualdades Globais". Um destaque foi uma exposição de fotografias tiradas com drones.
Foto: Johnny Miller
Cidade do Cabo, África do Sul - Khayelitsha
O Global Media Forum (GMF) da DW é uma das maiores conferências de jornalismo na Alemanha. A edição de 2018 teve como lema "Desigualdades Globais". Um destaque foi a exposição "Unequal Scenes" ("Cenas Desiguais") de fotografias tiradas com drones pelo fotógrafo Johnny Miller, residente na Cidade do Cabo e fundador do projeto africanDRONE. Esta foto mostra o bairro pobre Kayelitsha à beira do mar.
Foto: Johnny Miller
Cidade do Cabo, África do Sul - Dunoon
Dunoon é um bairro pobre (township) em Milnerton, Cidade do Cabo. Tem uma população de cerca de 31.000 pessoas, mas faltam infraestruturas como uma equadra da polícia. Já foi palco de protestos xenófobos. A imagem foi captada através de um drone (aparelho voador não-tripulado) do fotógrafo Johnny Miller.
Foto: Johnny Miller
Cidade do Cabo, África do Sul - Wolwerivier
Wolwerivier é outro bairro da Cidade do Cabo. Neste caso, trata-se de um bairro temporário ("Temporary Relocation Area - TRA") administrada pelo município. Serve para albergar pessoas que tiveram que sair do centro por causa do aumento das rendas. Agora estão neste bairro isolado 25 kms do centro da cidade sem acesso a serviços como escolas, hospitais e empregos.
Foto: Johnny Miller
Johannesburgo, África do Sul - Makause
No bairro informal de Makause residem cerca de 15.000 pessoas. Fica em Primrose, Germiston no East Rand (Ekurhuleni Metropolitan Municipality) na área metropolitana de Johanesburgo, maior cidade da África do Sul. A África do Sul é um dos países do mundo com maior fosso entre ricos e pobres, legado do regime segregacionista. Mais de 25 anos depois do fim do apartheid, ainda se vê a divisão do ar.
Foto: Johnny Miller
Durban, África do Sul - Papwa Sewgolum Golf Course
O campo de golfe "Papwa Sewgolum Golf Course" está localizado nas margens verdes do Rio Umgeni em Durban, na África do Sul. Existe um bairro informal poucos metros do buraco número seis do campo de golf. Uma barreira de betão separa o relvado cuidadosamente cuidado do bairro de lata.
Foto: Johnny Miller
Nairobi, Quénia - Loresho/Kawangare
Para além da África do Sul, outros países africanos mostram os mesmos sinais de separação em bairros ricos e bairros pobres como neste caso de Loresho e Kawangare, na periferia de Nairobi. Ambos ficam no nordeste da capital do Quénia.
Foto: Johnny Miller
Mumbai, Índia - Slums
Na cidade indiana de Bombaim, oficalmente conhecida como Mumbai, o contraste entre os vários bairros até se vê pelas diferentes cores. A região metropolitana é a segunda maior do país, atrás de Grande Deli. Bombaim também é caraterizada pela convivência de ricos e pobres em espaços pequenos, já que a sua posição geográfica em ilhas limita a expansão urbana.
Foto: Johnny Miller
Cidade do México, México - Santa Fé
A Cidade do México é considerada uma das maiores do mundo. Neste caso, o drone captou a imagem do bairro de Santa Fé, onde agentes imobiliários começaram a erguer um bairro exclusivo e próspero dentro de uma zona tradicionalmente pobre.
Foto: Johnny Miller
Detroit, EUA - Highland Park
As desigualdades também são visíveis em países do norte, como neste caso de Detroit, nos Estados Unidos da América (EUA). Quem quiser ver mais imagens de drones do fotógrafo Johnny Miller, pode visitar o site: http://www.unequalscenes.com/