Continente registra mais de 202 mil mortes relacionadas à doença desde início da pandemia, apesar de queda drástica dos novos casos. África da Sul é país mais afetado, com São Tomé e Príncipe no outro extremo da escala.
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Desde o início da pandemia de covid-19, o continente africano teve 8.008.802 de casos de infeção. De acordo com dados oficiais divulgados neste sábado (11/09), a doença causou 202.534 óbitos, enquanto 7.280.838 pacientes se recuperaram.
Segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças da União Africana (África CDC), a África Meridional é a região mais afetada, com 3.791.542 casos e 105.533 óbitos associados à covid-19. Na região se localiza o país mais atingido pela pandemia no continente, a África do Sul, contando 2.848.925 casos e 84.608 mortes.
A África Oriental contabiliza 936.662 contágios e 19.553 óbitos, enquanto na África Ocidental os números são de 624.424 e 9.080, respectivamente. A África Central é a que tem menos casos de infeção (224.443) e mortes (3.231).
Norte e África portuguesa
O Norte de África, que sucede à África Meridional nos números de covid-19, computou 2.431.731 infectados e 65.137 mortes associadas à doença.
A Tunísia, segundo país africano com mais vítimas depois da África do Sul, registra 24.086 mortes e 681.664 infectados, seguindo-se o Egito, com 16.847 e 292.018, e o Marrocos, que contabiliza o segundo maior número de infecções em todo o continente, 899.581 casos, resultando em 13.436 óbitos.
Entre os mais afetados estão também a Argélia, com 5.544 óbitos e 199.588 infectados, o Quênia, com 4.896 mortes e 242.945 contágios e a Etiópia, com 4.884 e 321.787, respectivamente.
Dos países de língua oficial portuguesa, Moçambique teve 1.892 mortes e 148.901 infectados desde o início da pandemia, seguindo de Angola (1.322 óbitos e 49.943 casos), Cabo Verde (320 e 36.427), Guiné Equatorial (129 e 10.284), Guiné-Bissau (125 e 5.968) e São Tomé e Príncipe (39 e 2.787).
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Novas infecções diminuem
Na quinta-feira, o diretor regional para a África da Organização Mundial da Saúde (OMS), Matshidiso Moeti, comunicou que o número de novos casos de covid-19 no continente caíra 23%, a maior queda em oito semanas, desde um pico em julho.
O primeiro caso africano de covid-19 foi detectado no Egito, em 14 de fevereiro de 2020, sendo a Nigéria o primeiro país da África subsaariana a registrar infecções, em 28 de fevereiro.
O novo coronavírus provocou pelo menos 4.602.565 mortes em todo o mundo, entre mais de 223 milhões de infecções confirmadas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse, divulgado sexta-feira.
A doença respiratória é provocada pelo coronavírus Sars-CoV-2, identificado no fim de 2019 em Wuhan, no centro da China. Atualmente ele apresenta diversas variantes, de infecciosidade variada, primeiramente identificadas em países como o Reino Unido, Índia, África do Sul, Brasil e Peru.
av (Lusa,ots)
As variantes do novo coronavírus
Para evitar a estigmatização e a discriminação dos países onde as variantes do Sars-Cov-2 foram detectadas pela primeira vez, a OMS padronizou seus nomes conforme letras do alfabeto grego.
Foto: Sascha Steinach/ZB/picture alliance
Várias denominações para uma cepa
A Organização Mundial da Saúde (OMS) definiu que as novas variantes do coronavírus passam a ser chamadas por letras do alfabeto grego e não devem mais ser identificadas pelo local onde foram detectadas pela primeira vez. Cientistas criticavam ainda que estavam sendo usados vários nomes para a cepa descoberta na África do Sul, como B.1.351, 501Y.V2 e 20H/501Y.V2.
Foto: Christian Ohde/CHROMORANGE/picture alliance
Nomes científicos continuam válidos
A OMS pediu que os países e a imprensa passem a adotar a nova nomenclatura das variantes e evitem associar novas cepas aos locais de origem. A organização acrescentou, porém, que as novas denominações não substituem os nomes científicos, que devem continuar sendo usados em trabalhos acadêmicos.
Foto: Reuters/D. Balibouse
Variante alfa
A variante B.1.1.7 foi detectada em setembro de 2020 no Reino Unido e se espalhou pelo mundo. Segundo um estudo publicado em março na "Nature", há evidências de que a variante alfa seja 61% mais mortal do que o vírus original. Entre homens com mais de 85 anos, o risco de morte aumenta de 17% para 25%. Para mulheres da mesma faixa etária, de 13% para 19%, nos 28 dias posteriores à infecção.
Foto: Christian Ohde/imago images
Variante beta
Pesquisadores identificaram a variante B.1.351 em dezembro de 2020 na África do Sul. A cepa atinge pacientes mais jovens e é associada a casos mais graves da doença. Os cientistas sequenciaram centenas de amostras de todo o país desde o início da pandemia e observaram uma mudança no panorama epidemiológico, "principalmente com pacientes mais jovens, que desenvolvem formas graves da doença".
Foto: Christian Ohde/imago images
Variante gama
A variante P.1 foi detectada pela primeira vez em 10 de janeiro de 2021 pelo Japão em passageiros vindos de Manaus. Originária do Amazonas, ela se espalhou pelo Brasil e outros países vizinhos. A cepa possui 17 mutações, três das quais estão na proteína spike. São provavelmente essas últimas que fazem com que o vírus possa penetrar mais facilmente nas células para então se multiplicar.
Foto: Christian Ohde/imago images
Variante delta
A variante B.1.617, detectada em outubro de 2020 na Índia, causa sintomas diferentes dos provocados por outras cepas, é significativamente mais contagiosa e aparentemente aumenta o risco de hospitalização, segundo sugeriram estudos. "O vírus se adapta de forma inteligente. Muitos doentes recebem resultados negativos nos testes, mas desenvolvem sintomas graves", explicou um médico de Nova Déli.
Foto: Christian Ohde/imago images
Variante ômicron
A nova variante B.1.1.529, batizada de ômicron pela Organização Mundial da Saúde, foi descoberta em 11 de novembro de 2021 em Botsuana, que faz fronteira com a África do Sul, onde a cepa também foi encontrada. A ômicron contém 32 mutações na chamada proteína "spike" (S), número considerado extremamente alto. Cientistas avaliam que essa variante se dissemina mais rapidamente do que as anteriores.
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A busca pela padronização
O novo padrão foi escolhido após "uma ampla consulta e revisão de muitos sistemas de nomenclatura", afirma a OMS. O processo durou meses e entre as sugestões de padronização estavam nomes de deuses gregos, de religiões, de plantas ou simplesmente VOC1, VOC2, e assim por diante.
Foto: Ohde/Bildagentur-online/picture alliance
Nomes e apelidos polêmicos
Desde o início da pandemia, os nomes utilizados para descrever o Sars-Cov-2 têm provocado polêmica. O ex-presidente americano Donald Trump costumava chamar o novo coronavírus de "vírus da China", como forma de tentar culpar o país asiático pela pandemia. O vírus foi detectado pela primeira vez na cidade chinesa de Wuhan.
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Novas cepas podem ser mais perigosas
Mutações em vírus são comuns, mas a maioria delas não afeta a capacidade de transmissão ou de causar manifestações graves de doenças. No entanto, algumas mutações, como as presentes nas variantes do coronavírus originárias do Reino Unido, da África do Sul e do Brasil, podem torná-lo mais contagioso.
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Associação ao local de origem
Historicamente, vírus novos costumam ganhar nomes associados ao local de descoberta, como o ebola, que leva o nome de um rio congolês. No entanto, esse padrão pode ser impreciso, como é o caso da gripe espanhola de 1918. As origens desse vírus são desconhecidas, mas acredita-se que os primeiros casos tenham surgido no estado do Kansas, nos Estados Unidos.
Foto: picture-alliance/National Museum of Health and Medicine