Álcool é 114 vezes mais letal que maconha, diz estudo
24 de fevereiro de 2015
Em vez de focar na contagem de mortes, cientistas alemães comparam as doses mortais de cada substância com a quantidade consumida por uma pessoa comum. Na lista, cannabis é classificada como a droga mais segura.
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Um estudo divulgado na publicação científica Scientific Reports, subsidiária da revista Nature, mostra que a maconha é 114 menos letal do que o álcool. A pesquisa procurou quantificar o risco de morte associado ao uso de várias substâncias tóxicas e descobriu que a maconha, proibida em tantos países é, de longe, a droga mais segura.
Em vez de focar na contagem de mortes, como em outras pesquisas, os autores do relatório compararam as doses letais de cada substância com a quantidade consumida por uma pessoa comum.
Os cientistas deixam claro que o uso de maconha "não é seguro", mas que estudos têm descoberto que o consumo da droga é "de fato mais seguro do que o do álcool".
Ao listar as drogas mais mortais, a maconha aparece no final da lista, enquanto álcool, heroína, cocaína e tabaco lideram. A maconha, inclusive, é a única que representa um risco de mortalidade baixo entre os usuários, apesar de não ser inexistente.
Os autores do estudo são os cientistas alemães Dirk W. Lachenmeier, de Karlsruhe, e Jürgen Rehm, de Dresden, mas atualmente diretor do Departamento de Pesquisa Epidemiológica e Social (SER) e do Centro de Dependência e Saúde Mental, em Toronto, no Canadá.
A pesquisa foi apoiada pela polícia do Colorado, o primeiro estado americano a legalizar a droga. Autoridades de segurança estadual comunicaram recentemente que durante o primeiro ano sob a nova legislação tudo transcorreu normalmente e que o trabalho policial ficou praticamente inalterado.
Sete fatos e um mito sobre o álcool
Carnaval é, para muitos, um momento de tomar umas a mais. Boa hora para conferir um estudo científico sobre o assunto. Que traz notícias nem tão alegres...
Foto: picture-alliance/dpa
Me engana que eu gosto
Há décadas a ciência vinha oferecendo perspectivas reconfortantes aos amigos do copo: álcool em quantidades moderadas – um ou dois copos de vinho por dia, por exemplo – faz bem à saúde e até prolonga a vida, dizem. Infelizmente, tal bonança acabou: entre outras revelações, um relatório do "British Medical Journal" apresenta um convite à revisão radical dos hábitos etílicos.
Foto: picture-alliance/dpa
Fato 1: Os europeus bebem mais do que os outros
Consumindo 11,8 e 11,6 litros de álcool puro por ano, respectivamente, os alemães e os britânicos ocupam uma posição mediana entre os grandes bebedores – ao contrário do que se poderia imaginar. Porém, no geral, está comprovado que os nativos do Velho Continente tendem a se embriagar mais do que os da América do Norte ou da Ásia.
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Fato 2: Mas ninguém bebe mais do que um bielorrusso
A ex-república soviética Belarus ocupa o topo absoluto na lista dos países mais beberrões do mundo: a média do consumo de álcool puro entre sua população é de 17,5 litros por ano. E a Rússia vem cambaleando logo atrás, com 15,1 litros. Ou seja: mesmo com a contínua alta dos preços, o império de Vladimir Putin segue sendo o paraíso da vodca.
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Fato 3: Olhos puxados e álcool não combinam
Ou, em termos um tanto mais científicos: grupos étnicos como os asiáticos dispõem de quantidades menores das enzimas que metabolizam o álcool. É uma questão de genética. Talvez por isso o turista japonês da foto, flagrado na Oktoberfest de Munique, já pareça estar antecipando a ressaca.
Foto: dpa
Fato 4: Beber não é coisa para mulher
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), as mulheres bebem menos da metade do álcool que os homens. Não é uma questão de machismo, é um mero fato fisiológico. Entre os fatores em jogo estão a diferença de tamanho e a composição do corpo feminino, cujo maior teor de gordura tende a concentrar o álcool. Já os homens apresentam mais água no corpo, o que favorece a difusão da substância.
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Fato 5: A prosperidade faz o beberrão
Nos países em desenvolvimento, como a China e a Índia, o consumo alcoólico está em alta. Homens e mulheres da classe média em expansão têm agora meios para adquirir boas bebidas importadas, como cerveja alemã ou vinho francês. Ou fazer como as jovens indianas da foto: viajar até a Oktoberfest de Munique para provar a típica cerveja bávara.
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Fato 6: Embriaguez é também questão religiosa
O menor consumo do mundo é registrado no Norte da África e no Oriente Médio. No Paquistão, Kuwait, Líbia e Mauritânia, só se ingere 0,1 litro de álcool puro por ano. É que, para a religião muçulmana, essa substância é "haram" – impura, e, portanto, proibida para os fiéis. Nesses países, a bebida mais popular é o chá.
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Fato 7: Álcool mata. Mesmo
E agora é que a coisa começa a ficar sem graça. A OMS alerta: o consumo etílico está relacionado a mais de 200 enfermidades e condições crônicas. Essa lista, que inclui o câncer e a cirrose, mata 3,3 milhões de amigos do copo por ano – o equivalente a cerca de 6% do número global de óbitos. Mas... só se a pessoa beber muito, não é mesmo?
Foto: Getty Images
O mito: Um copo de vinho ao dia prolonga a vida
Errado. O relatório do "British Medical Journal" aponta falhas técnicas nos estudos anteriores que aconselhavam o consumo alcoólico moderado. Como eles não distinguiam entre não bebedores e os menos saudáveis ex-bebedores, os antigos cálculos não são confiáveis. Portanto, a forma mais saudável de beber, é mesmo não beber uma só gota.
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A solução?
Para quem acredita cem por cento nos pesquisadores britânicos e quer ter vida longa a todo custo, só resta seguir o exemplo do Paquistão. Como mostra a foto, a república islâmica destrói regularmente, em massa, as garrafas que apreende, contrabandeadas de sua vizinha, a emergente e cada vez mais alcoólica Índia. Algum candidato a adotar solução tão radical? Quem sabe em 2016?