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Árbitro admite manipulação

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Uma revelação bombástica no futebol alemão: Robert Hoyzer, acusado de manipular os resultados de jogos que apitou, finalmente admite fraude. Trata-se do maior escândalo no futebol alemão das últimas três décadas.

Alemanha enfrenta turbulências a menos de 500 dias da CopaFoto: dpa

Numa coletiva de imprensa realizada na quinta-feira (27/01) Hoyzer, depois de negar durante quase cinco meses as acusações de ter manipulado os resultados de jogos da Segunda e Terceira Divisão, assim como algumas partidas da Copa da Alemanha, finalmente admitiu a culpa.

De acordo com a emissora TV.Berlin há "muitas pessoas envolvidas", mas Hoyzer não confirmou tratar-se de árbitros, jogadores, funcionários ou pessoas de fora. Ele confirmou, entretanto, ter recebido uma quantia considerável em dinheiro.

O jornal esportivo Kicker Online reproduz o texto do fax enviado pelo escritório de advocacia de Hoyzer: "As acusações levantadas publicamente contra mim são verdadeiras. Eu lamento profundamente meu comportamento e peço desculpas à Federação Alemã de Futebol (DFB), aos meus colegas de profissão a todos os torcedores. Eu documentei de forma completa e franca todo meu comportamento e o conhecimento completo que tenho a respeito das fraudes, assim como das pessoas envolvidas na história. Coloco-me à disposição do Ministério Público e da DFB para esclarecer tudo o que for necessário".

Prejuízos, até agora

Jogo da Copa da Alemanha, entre o Hamburgo e o Paderborn, que deu início às investigaçõesFoto: dpa

O prejuízo causado ainda não pode ser calculado. Por ter manipulado pelo menos cinco jogos nos quais as apostas teriam sido muito altas, Hoyzer deve ter recebido cerca de 50 mil euros.

Acredita-se que uma máfia croata esteja no controle desse esquema ilegal de apostas e que, só no jogo entre o Paderborn e o Hamburgo, ela deva ter faturado mais de 1,2 milhão de euros. O jogo, vencido pelo Paderborn, da Terceira Divisão, foi realizado pela Copa da Alemanha e eliminou o Hamburgo da competição. Foi o que deu início à série de investigações sobre a corrupção na arbitragem alemã.

O que se pergunta agora, entretanto, é se Hoyzer agia sozinho dentro dos estádios, ou se ele contava ainda com a ajuda de outros juízes ou, até mesmo, de jogadores. Segundo Helmut Krug, chefe dos árbitros da DFB, a partir de agora só resta aguardar as próximas declarações de Hoyzer para saber até onde vai o restante do iceberg. "Agora só temos de esperar o que Robert Hoyzer ainda tem a declarar, já que ele advertiu que outras pessoas também participam do esquema", afirmou Krug.

Outra dúvida que paira no ar é de que maneira foi atingida a imagem do futebol alemão, a cerca de 500 dias da segunda Copa do Mundo realizada no país. Uma coincidência colaborou para a explosão do caso: a coletiva de imprensa sobre o início da venda dos ingressos para os jogos de 2006 foi realizada poucos dias antes da primeira coletiva que denunciou o escândalo. Foi o que bastou para que os 272 jornalistas internacionais presentes em Frankfurt informassem aos quatro cantos do mundo mais detalhes sobre os bastidores do futebol na sede da próxima Copa do Mundo.

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