Áustria inicia quarto lockdown para tentar conter covid-19
22 de novembro de 2021
Com vacinação estagnada, país vem registrando recorde de novas infecções. Novas restrições enfurecem grupos de ultradireita. Bélgica e Holanda tiveram fim de semana violento de protestos contra restrições.
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Cafés vazios, lojas fechadas e pouco movimento nas ruas de Viena. Assim foi o primeiro dia do quarto lockdown imposto pelo governo da Áustria, desde o início da pandemia, a fim de conter um novo avanço de infecções por coronavírus no país. A medida entra em vigor justamente depois de um final de semana de intensos protestos no continente. Holanda e Bélgica registraram manifestações violentas contra as restrições.
Além disso, a Áustria vai tornar obrigatória a vacinação contra a covid-19 a partir de 1 de fevereiro, o que despertou a fúria principalmente de grupos de ultradireita e nacionalistas. Entre eles, o populista de direita Partido da Liberdade da Áustria (FPÖ), que acusa o atual governo de colocar o país no rumo de uma "ditadura”.
Desta segunda-feira (22/11) em diante, a população de quase 9 milhões de habitantes não poderá deixar suas casas, exceto para ir ao trabalho, fazer compras essenciais e praticar exercícios. Restaurantes, bares, teatros, cabeleireiros e outros serviços considerados não essenciais terão de ficar fechados por ao menos dez dias, com possibilidade de não funcionarem por outros dez, totalizando, assim, quase três semanas sem atendimento.
Os recém-abertos mercados de Natal, uma das principais atrações turísticas da Áustria, também terão de fechar. As estações de esqui, por outro lado, poderão receber turistas vacinados. Os hotéis não poderão receber novos hóspedes - apenas manter os que já estão hospedados.
Escolas e creches permanecerão abertas. No entanto, o governo pediu aos pais que mantenham as crianças em casa o máximo de tempo possível, apesar de não haver ensino à distância oferecido durante o período de três semanas de bloqueio - o lockdown está previsto para durar três semanas, até 13 de dezembro.
Números em ascensão
Segundo a Organização Mundial da Saúde, nas últimas 24 horas a Áustria contabilizou mais 15.208 infecções e 31 mortes por covid-19. Desta forma, a incidência de contágios por 100 mil habitantes nos últimos sete dias atingiu o pico de 1.072. Para se ter uma ideia, na Alemanha, onde a situação também é bastante delicada, esse número está em 386,5, também um recorde.
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A taxa de vacinação na Áustria é uma das menores da Europa Ocidental, com apenas 66% da população totalmente vacinada. Na Alemanha, o panorama não muda muito: somente 68% das pessoas tomaram ao menos duas doses da vacina contra o coronavírus. A França, por exemplo, tem ao menos 75% da população vacinada, e Espanha e Portugal estão acima dos 80%.
"Essa é uma situação em que temos que reagir imediatamente. O lockdown, que é uma medida dura, é a única maneira de reduzir os números”, declarou o ministro da Saúde austríaco Wolfgang Mueckstein ao canal de televisão ORF, na noite de domingo.
Fim de semana de protestos violentos na Europa
Ao menos 40 mil pessoas foram às ruas de Viena no último sábado (20/11) para protestar contra as medidas restritivas, o lockdown e a vacinação obrigatória contra a covid-19. Com apenas seis prisões, a manifestação foi bem mais pacífica em comparação a alguns países próximos, como Bélgica e Holanda.
Em Bruxelas, neste domingo (21/11), policiais e manifestantes entraram em confronto. Os agentes ligaram canhões d'água e utilizaram gás lacrimogêneo contra os manifestantes (ao todo, cerca de 35 mil), que revidaram com pedras.
Prisões e violência foram registradas também de norte a sul na Holanda. Manifestações truculentas ocorreram em Groningen, Tilburg, Roosendaal, Haia e Roterdã. Depois de três dias de toque de recolher, ao menos 145 pessoas já haviam sido presas.
O primeiro-ministro holandês, Mark Rutte, declarou que defende o direito de manifestação pacífica, mas que "nunca aceitará que idiotas usem da violência”.
Protestos contra as regras para tentar conter o alto número de contágios por coronavírus também foram registrados na Dinamarca e na cidade austríaca de Linz.
gb/afp/reuters/ots
Feiras de Natal na Alemanha, antes e durante a pandemia
A Alemanha é famosa por suas feirinhas de Natal, mas a maioria foi cancelada em 2020 devido à covid-19. Para marcar a volta delas, fizemos uma seleção de alguns dos mercados mais movimentados antes e durante a pandemia.
Foto: Michael Probst/AP Photo/picture alliance
Striezelmarkt de Dresden
O Striezelmarkt é um dos mercados de Natal mais antigos do mundo. Sua primeira edição foi em 1434. Seu nome vem do famoso bolo natalino da cidade, o Dresdner Stollen, que na cidade chamam de "Striezel". Com cerca de 2,5 milhões de visitantes, o mercado ocupa a quinta posição na Alemanha.
Foto: Robert Michael/dpa/picture alliance
Dresden sem Striezelmarkt
No ano passado, a feira de Dresden, assim como outros mercados de Natal na Alemanha, foi cancelada devido à pandemia do novo coronavírus. A árvore de Natal, o presépio e outras decorações de Natal parecem um pouco perdidos no centro quase deserto da cidade. Este ano, o Striezelmarkt começa em 22 de novembro.
Foto: Birgit Seifert/Zoonar/picture alliance
Feira de Natal de Frankfurt
A feira natalina de Frankfurt acontece no Römerberg, a praça do centro histórico da cidade desde a Idade Média. Ao fundo, ao lado do pinheiro iluminado, está a Römer, como é chamada a prefeitura de Frankfurt. Desde 1393, há mercados de Natal em Frankfurt, mas no ano passado a pandemia forçou seu cancelamento.
Foto: Michael Probst/AP Photo/picture alliance
Em 2020, a praça deserta
Este foi o cenário da praça em 13 de dezembro de 2020. Apenas o pinheiro no centro lembra que é época de Natal. Normalmente, a feira de Natal de Frankfurt atrai 2,6 milhões de pessoas por ano. Segundo um estudo de 2018, é a quarta maior feira natalina da Alemanha.
Foto: Florian Gaul/greatif/picture alliance
Mercado Christkindlmarkt, de Munique
Munique, com três milhões de visitantes, segundo o estudo, fica em terceiro lugar entre os mercados de Natal mais visitados da Alemanha. Assim como as feiras de Natal de Dresden e Frankfurt, a de Munique começa em 22 de novembro. Aliás, o nome oficial é Christkindlmarkt - não confundir com o Christkindlesmarkt de Nurembergue.
Foto: Lino Mirgeler/dpa/picture alliance
Mais espaço para a polícia
O Christkindlesmarkt de Nurembergue é mais conhecido no mundo inteiro do que o de Munique, mas também é menor por causa do pouco espaço no seu centro histórico. Ele atrai pouco mais de dois milhões de visitantes. Em 2020, porém, Munique e Nurembergue atraíram o mesmo número de visitantes - zero. Na foto, um carro de polícia em Munique na quase deserta praça Marienplatz.
Foto: Martin Ley/picture alliance
Mercado de Natal de Stuttgart
A feira de Natal de Stuttgart começa em 24 de novembro e vai até 30 de dezembro. Assim, Stuttgart é uma das poucas cidades com mercado natalino aberto depois do Natal. Cerca de 3,5 milhões de pessoas costumam visitá-lo, colocando-o em segundo lugar no ranking dos mercados alemães de Natal.
Foto: Christoph Schmidt/dpa/picture alliance
Bancas fechadas em 2020
No ano passado, as barracas chegaram a ser instaladas no mercado de Natal, mas elas ficaram fechadas. Em 2021, para frequentar o mercado natalino de Stuttgart, é preciso estar vacinado, ou recuperado de covid-19, ou ter teste negativo para ganhar uma pulseira de visitante. As regras de proteção contra covid nos mercados de Natal na Alemanha variam de acordo com a cidade ou o estado.
Foto: Sebastian Gollnow/dpa/picture alliance
Mercado de Natal junto à catedral de Colônia
O mercado de Natal na praça da catedral de Colônia é o de maior público na Alemanha, com cerca de quatro milhões de visitantes. Ele é muito popular no exterior. Os visitantes de fora do país representam quase 20% do total de visitantes. A média na Alemanha é de pouco menos de 5% de visitantes estrangeiros. Particularmente bonita é a rede de luzes com 70 mil LEDs que emanam da árvore de Natal.
Foto: Christoph Hardt/Geisler-Fotopress/picture alliance
Catedral sem mercado natalino
A praça em frente à mundialmente famosa catedral de Colônia parecia realmente sombria no ano passado, quando a tradicional feira natalina foi suspensa por causa da pandemia. Em 2021, pela primeira vez em dez anos, a catedral gótica pode ser vista sem andaimes. Esta é mais uma boa razão para visitar o famoso mercado de Natal.