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PolíticaÁustria

Áustria lança megaoperação em busca de terroristas

3 de novembro de 2020

Com ruas de Viena praticamente desertas, policiais caçam possíveis cúmplices do atentado que matou ao menos quatro pessoas. Chanceler federal diz que país não vai permitir que terrorismo divida a sociedade.

Mais de mil policiais patrulham Viena nesta terça-feira
Mais de mil policiais patrulham Viena nesta terça-feiraFoto: Leonhard Foeger/REUTERS

Com Viena praticamente sitiada, a Áustria faz uma verdadeira caçada a potenciais terroristas nesta terça-feira (03/11), um dia depois de um atentado ter deixado pelo menos quatro mortos e vários feridos em estado grave na capital.

Até agora, sabe-se que esteve envolvido no ataque um jovem de 20 anos, cidadão austríaco e da República da Macedônia do Norte, que já fora condenado por ligação com uma organização terrorista. Ele foi morto pela polícia ainda na terça, em troca de tiros.

Só na manhã desta terça, mais de 15 casas foram alvo de batidas policiais e, segundo as primeiras informações, várias pessoas potencialmente ligadas ao terrorista foram detidas.

"Nós nunca vamos permitir que esse ódio ganhe terreno", afirmou o chanceler federal (premiê), Sebastian Kurz, em discurso em rede nacional nesta terça. "Este não é um conflito entre cristãos e muçulmanos, nem entre austríacos e imigrantes. Nosso inimigo, o terrorismo islâmico, não quer apenas causar morte e dor, mas também dividir nossa sociedade." A Áustria, completou o chefe de governo, vai defender sua democracia, direitos básicos e estilo de vida liberal.

Kurz: premiê diz que vai defender democracia austríacaFoto: Lisi Niesner/REUTERS

O ataque aconteceu na noite de segunda-feira, dia de bares e restaurantes cheios, com as pessoas aproveitando a última noite antes de o país entrar num lockdown parcial devido à segunda onda da pandemia de coronavírus.

Pelo menos um atirador abriu fogo contra passantes, e atingiu dezenas de pessoas em seis locais diferentes. Quatro mortes foram até agora confirmadas – dois homens e duas mulheres. Entre os feridos, sete estão em estado grave num hospital de Viena.

"Fomos vítimas de um ataque terrorista desprezível", afirmou Kurz, ainda na noite do atentado.

O chanceler disse serem desconhecidos os motivos exatos dos ataques, mas uma motivação "antissemita" não pode ser descartada – "pelo lugar onde o ataque começou", perto de uma sinagoga. 

Supostas imagens do ataque, não certificadas pelas autoridades, foram publicadas nas mídias sociais. Elas mostram um atirador andando pelas ruas, aparentemente disparando a esmo, e ferindo várias pessoas. Não está claro se o atirador era o mesmo indivíduo em cada vídeo.

Depois do ataque inicial na rua onde fica uma sinagoga, o terrorista – ou os terroristas – deslocou-se pelo centro da cidade e disparou contra passantes nos calçadões. As pessoas se refugiaram dentro de bares, lojas e restaurantes.

As autoridades ainda tentam determinar se há terroristas em fuga. Os moradores de Viena foram instados a permanecer em casa, e as crianças foram liberadas das aulas. Cerca de mil policiais patrulhavam as ruas praticamente desertas de Viena na manhã desta terça-feira.

O grupo jihadista Estado Islâmico (EI) reivindicou nesta terça-feira a autoria do ataque. Em comunicado divulgado pelo Telegram, a organização alega que "um soldado do califado" se lançou contra um aglomerado de pessoas, realizado a ação com uma arma automática, uma pistola e uma faca. Posteriormente, uma nova nota foi distribuída pela agência de notícias Amaq, também pelo aplicativo, com uma foto daquele que seria o responsável pelo ataque.

Em 1981, duas pessoas foram mortas e 18 feridas durante um ataque cometido por dois palestinos na mesma sinagoga nos arredores da qual o ataque de segunda-feira aconteceu.

Nos últimos anos, a Áustria vinha sendo poupada do tipo de ataques em grande escala vistos em Paris, Berlim e Londres.

RPR/dpa/ots